Juros dos depósitos descem pelo oitavo mês seguido
Os montantes aplicados em depósitos a prazo recuaram de um novo recorde registado no mês de julho. Remunerações pagas em Portugal são das mais baixas entre os países da Zona Euro.
Os bancos nacionais continuam a reduzir as remunerações pagas nos novos depósitos a prazo. Segundo os dados divulgados esta quarta-feira pelo Banco de Portugal, a taxa de juro média nas novas aplicações baixou em agosto pelo oitavo mês consecutivo. No contexto do euro, apenas em quatro países se paga pior pelos depósitos dos particulares, cujo montante global recuou dos máximos registados um mês antes.
A taxa de juro média aplicada nos novos depósitos a prazo de particulares fixou-se em 2,57% em agosto, abaixo dos 2,63% oferecidos em julho, revelam os números do Banco de Portugal.
As remunerações pagas pelos bancos têm vindo a diminuir, desde o pico acima dos 3% registados em dezembro, perante as perspetivas de descidas de juros na Zona Euro. O Banco Central Europeu anunciou o primeiro corte de juros na região na reunião de setembro, tendo entretanto voltado a reduzir taxas em setembro e a expectativa aponta para uma nova redução na reunião agendada para dia 18 de outubro.
As expectativas de novas descidas também se têm refletivo nas Euribor, os indexantes do crédito à habitação, que têm renovado novos mínimos. Esta quarta-feira, a Euribor a três e a 12 meses baixaram para mínimos desde abril de 2023 e novembro de 2022, enquanto a taxa a seis meses se manteve em mínimos de março de 2023.
Apesar da quebra das taxas de juro nas novas aplicações, os montantes investidos mantêm-se em valores elevados. O montante de novas operações de depósitos a prazo de particulares atingiu 11.564 milhões de euros em agosto, o que representa uma redução de 995 milhões de euros face ao novo recorde alcançado um mês antes.
“Apesar desta redução, o montante de novas operações manteve-se elevado, o que resulta, em grande medida, da reaplicação em novos depósitos a prazo de montantes anteriormente aplicados em depósitos deste tipo, e que atingiram a maturidade em agosto sem renovação automática”, explica o Banco de Portugal.
Portugal entre os que paga menos nos depósitos
Em comparação com outros países da Zona Euro, Portugal apresenta a quinta taxa de juro média dos depósitos a prazo mais baixa. Apenas Chipre, Croácia, Eslovénia e Grécia pagam menos pelos depósitos do que Portugal. A taxa de juro média dos novos depósitos do conjunto dos países da área do euro diminuiu 0,04 pontos percentuais (uma queda inferior à verificada em Portugal), fixando-se em 2,96%.
Olhando para os diferentes prazos, a taxa de juro média nos novos depósitos a prazo até um ano diminuiu 0,07 pontos percentuais (pp), para 2,58%. Segundo o Banco de Portugal, esta continuou a ser a classe de prazo com a remuneração média mais elevada e representou 97% dos novos depósitos em agosto. Pelo contrário, a remuneração média dos novos depósitos de 1 a 2 anos aumentou, de 1,99% para 2,23%, bem como a taxa de juro média dos novos depósitos a mais de 2 anos, que passou de 1,97% para 2,11%.
(Notícia atualizada às 11h40)
Assine o ECO Premium
No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.
De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.
Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.
Comentários ({{ total }})
Juros dos depósitos descem pelo oitavo mês seguido
{{ noCommentsLabel }}