BRANDS' ECO João Duque: “Quem não estiver dentro da inteligência artificial, está fora do mercado”

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  • 3 Outubro 2024

A tecnologia traz ganhos de eficiência às empresas, mas para tirar partido dos benefícios da IA é fundamental apostar na organização dos dados e na formação dos seus colaboradores.

A inteligência artificial (IA) veio para ficar, mas sobretudo para apoiar os esforços de digitalização das empresas e alavancar a sua competitividade. Em Portugal, revela um estudo da Experis, 41% das organizações já recorrem a este tipo de soluções e a previsão é que, dentro de três anos, já mais de 80% dos negócios integre estas ferramentas. “Está previsto que, dentro de cinco a dez anos, a IA generativa vai ser mais inteligente do que os humanos. Estamos a falar de capacidade de gerar coisas inovadoras”, afirmou João Duque durante o evento Cegid Connections para Financeiros, na terça-feira, em Lisboa.

O professor catedrático de Finanças e presidente do ISEG não tem dúvidas de que “vamos, naturalmente, ser dominados por seres mais inteligentes do que nós e criados por nós”. Em resposta, há apenas dois caminhos: a negação ou a aceitação. João Duque acredita que o caminho é abraçar a tecnologia, dominá-la e integrá-la no dia a dia das empresas, porque aqueles que não o fizerem arriscam ficar para trás.

João Duque, Professor Catedrático do ISEG

Quem não estiver dentro da IA, está fora do mercado”, assegura o professor, que também já usa a tecnologia nas aulas que leciona no ISEG, bem como nos processos administrativos da instituição. Perante os profissionais da área financeira presentes no evento organizado pela Cegid, João Duque sublinhou as vantagens ao nível da automatização de tarefas repetitivas e burocráticas, na análise de informação em massa, na definição de risco de crédito e diminuição de erros, em especial na comunicação fiscal ao Estado. “Temos de estar preparados para a mudança”, reiterou.

Eficiência à boleia da tecnologia

O evento, que decorreu nas instalações da CCIP – Câmara de Comércio e Indústria Portuguesa, incluiu ainda uma mesa-redonda em que participaram Francisco Mendonça (PwC), Marco Silva (Jupiter Hotel Group), Marta Graça (Germano de Sousa) e Paulo Mestre (Cegid). Estes profissionais partilharam a experiência de adoção de soluções de IA para apoiar a digitalização das suas organizações, com desafios individuais, mas ‘dores de crescimento’ semelhantes.

“Estamos a iniciar um projeto com a Cegid para a implementação destas soluções [de IA]. Dá muitas dores, mas tenho a certeza que, mais lá para a frente, vai ser bom ter tudo isto a funcionar”, reconheceu Marco Silva. O responsável do Jupiter Hotel Group lembra que a chave para o sucesso de projetos de digitalização como este é garantir a qualidade dos dados. “Nada se faz sem dados, os dados são a base da tomada de decisão e esses dados têm de ser bem tratados e bem introduzidos no sistema. Sem os dados, a IA não poderá funcionar”, sublinha.

Marta Graça, da Germano de Sousa, lembra que quando entrou no grupo, em 2017, “passava muito tempo a produzir mapas”, não existiam “dados integrados e uniformizados” e não havia tempo para “analisar” a informação

Marta Graça, da Germano de Sousa, lembra que quando entrou no grupo, em 2017, “passava muito tempo a produzir mapas”, não existiam “dados integrados e uniformizados” e não havia tempo para “analisar” a informação. A escolha foi, por isso, avançar com a implementação de soluções suportadas em IA e iniciar “o caminho da uniformização dos dados”, que foi, diz, “essencial”. “Não vamos tirar trabalho a ninguém”, aponta.

A par da organização e tratamento da informação, Francisco Mendonça assinalou ainda a importância de “saber fazer a questão” ao sistema de IA generativa. “As pessoas vão acrescentar valor de outras formas. A IA generativa, numa lógica de produtividade, tem imensos casos de uso que devem ser explorados pelas organizações”, refere.

“Consciencializar as organizações de que tem de dar este passo é o ponto de partida, e nem sempre é fácil”, diz Paulo Mestre. Para o responsável pelos serviços de consultoria da Cegid, é fundamental que as empresas envolvam todos os stakeholders para garantir alinhamento na implementação deste tipo de projetos. Por outro lado, realça, é preciso deixar claro “que não há uma substituição das pessoas”, mas uma “valorização e potencialização das competências e das capacidades de cada um”.

Eficiência e competitividade

Simplificar, ampliar e inspirar são três dos principais vetores que orientam a Cegid no desenho de soluções de gestão enriquecidas com IA. Trata-se de colocar a IA ao serviço das empresas com o objetivo elevar ao máximo o potencial de cada negócio e de cada profissional “O nosso objetivo é aproveitar o que de melhor a IA e colocá-la ao serviço das empresas e dos profissionais com o propósito de aumentar a eficiência, a produtividade e a capacidade de decisão. Estamos focados no desenvolvimento de IA realmente útil, que vai mudar o dia a dia das empresas”, explicou Pedro Vale, vice-presidente da Cegid para a área de Engenharia de IA e Data.

A Cegid é uma empresa líder na Europa em soluções cloud de gestão para as áreas financeira, recursos humanos, contabilidade e retalho, para empreendedores e pequenas empresas.

Pedro Vale, VP of Engineering for AI, Data and Frameworks da Cegid

Com um sólido modelo de negócio na cloud, a Cegid está comprometida em dar apoio personalizado e a longo prazo aos seus clientes, com o propósito de apoiar a digitalização das empresas de qualquer dimensão, desde pequenas a grandes empresas, para uma experiência de valor e distinta a nível local e internacional.

No sentido de desenvolver inteligência artificial que valorize a capacidade humana, a empresa abriu o primeiro Centro de IA em Portugal, localizado em Braga, que iniciou atividade recentemente e onde, até 2025 irão trabalhar 150 engenheiros, focados no desenvolvimento de tecnologia inovadora que será exportada para toda a Europa e restantes mercados onde a Cegid está presente (neste momento tem escritórios em 22 países e a suas soluções são utilizadas em 130 países).

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