Marcelo lamenta momentos em que é menos bom ser Presidente da República
"Há outros momentos que são menos bons, são mais difíceis na vida de um Presidente da República, porque aí não é fácil haver esse tipo de entendimentos, mas é a vida", disse Marcelo.
Marcelo Rebelo de Sousa apontou a inauguração esta quinta-feira da Casa Vergílio Ferreira, na aldeia de Melo, Gouveia, como um momento em que “é ótimo ser-se Presidente da República”, mas lamentou “muitos outros” em que tal não acontece. Ao discursar após ter inaugurado a Casa Vergílio Ferreira, na terra natal do escritor, Marcelo Rebelo de Sousa congratulou-se por estar a viver um “momento muito feliz, emocionante”.
“Este é daqueles momentos em que se chega à conclusão que é ótimo ser-se Presidente da República, porque há muitos outros em que se chega à conclusão que não é tão ótimo assim”, afirmou. No final, quando questionado pelos jornalistas se estava a referir-se à falta de acordo em torno da viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2025, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que, “por cada dois ou três momentos bons, há aí uma dúzia de momentos maus”.
“Mas isso é assim na vida de todas as pessoas. Têm mais dificuldades e problemas do que propriamente grandes alegrias”, frisou. ESta quarta, na aldeia de Melo, o chefe de Estado disse ter vivido um momento “muito bom, de grande acordo a todos os níveis” entre os que estavam presentes, como “escritores, pensadores, artistas com ideias muito diferentes e autarcas”.
“Unia-nos Vergílio Ferreira, unia-nos a obra, a pessoa, a homenagem. E foi muito bonito assistir à gratidão e a essa capacidade de acordo”, afirmou o Marcelo Rebelo de Sousa. No entanto, “há outros momentos que são menos bons, são mais difíceis na vida de um Presidente da República, porque aí não é fácil haver esse tipo de entendimentos, mas é a vida, faz parte da vida política”, acrescentou.
Sobre o acordo em torno da viabilização da proposta de Orçamento do Estado para 2025, reiterou que acredita nele “até ao último segundo”. “Quando é que será o último segundo? Ou em outubro ou em novembro? Até ao último segundo eu acredito e veremos”, acrescentou.
Marcelo Rebelo de Sousa lembrou aos jornalistas que quando foi ministro dos Assuntos Parlamentares, há 40 anos, “havia oposições variadas, mas a principal oposição era uma, o Partido Socialista”. “Embora num tom e num estilo que era o da época, houve sempre debates muito, muito, difíceis. Houve moções, houve debates de urgência, houve momentos muito, muito, crispados e duros”, recordou.
Na sua opinião, “a democracia é isso, o parlamentarismo é isso”. “A questão não é essa. A questão é saber se em matérias que podem ser de acordo, se é possível haver acordo ou não. Naquilo que é divergência, é inevitável haver divergência, é a riqueza da democracia”, considerou.
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