Atraso na inteligência artificial generativa pode tirar até 17 mil milhões ao PIB

Estudo da Google conclui que adoção generalizada da inteligência artificial (IA) generativa pode acrescentar 8% ao PIB. Serviços empresariais são os que mais podem beneficiar.

A generalização da inteligência artificial generativa (IA) pode, no seu pico, gerar um aumento de 8% no PIB de Portugal, o equivalente a entre 18 e 22 mil milhões de euros, calcula um estudo da consultora Implement Counsulting Group para a Google. Atraso na adoção reduz significativamente o impacto.

Apenas 8% das empresas portuguesas adotaram pelo menos uma solução de IA no ano passado, percentagem que fica abaixo dos 11% da média da União Europeia. As PME são mais lentas na adoção, com apenas 7% a usarem a tecnologia, muito abaixo dos 35% apurados para as grandes empresas.

O potencial económico da IA generativa em Portugal — aumento de 8% no PIB, no pico da adoção da tecnologia — está alinhado com a União Europeia. Mas caso Portugal se atrase, poderá existir uma forte divergência.

“Devido a algumas lacunas nos principais impulsionadores da adoção da IA, Portugal corre o risco de sofrer um atraso de cinco anos na adoção e no desenvolvimento da IA ​​​​generativa”, refere o relatório, citado pelo country manager da Google em Portugal, Bernardo Correia. Neste ano o potencial de crescimento da economia ficaria reduzido a 2%, menos 15 a 17 mil milhões do que no cenário sem atraso.

O país está bem posicionado nos “drivers básicos” de adoção de IA, mas está atrasado nos drivers de inovação, nomeadamente “no que diz respeito ao talento”, aponta Bernardo Correia.

A Google.org vai avançar com a formação de 2.000 jovens residentes em Portugal através do Experience AI, um programa educativo criado em conjunto com a Google DeepMind. O programa, gerido pela Raspberry Pi Foundation, recebeu 230 mil euros da Google.org, e o parceiro local será a TUMO. A iniciativa durará até dezembro de 2025.

Setor dos serviços com maior impacto

O impacto económico resulta sobretudo do aumento da produtividade, que deverá abranger 60% dos trabalhadores e chegar a 1,5%, no ponto mais alto.

O setor dos serviços empresariais é o que apresenta maior potencial para aumentar o valor acrescentado bruto através da IA generativa (6 mil milhões), seguido do comércio, transportes e turismo (5 mil milhões) e do setor público (4 mil milhões). Este último beneficiará “através de instrução personalizada na educação, apoio ao diagnóstico e interações com doentes na área da saúde e tratamento automático de documentos e tomada de decisão preparatória na administração pública”.

O impacto para a indústria transformadora e construção é calculado em 2,5 mil milhões. Na agricultura é contabilizado um aumento do valor acrescentado bruto de 500 milhões, “através de agricultura de precisão e otimizar o consumo de recursos”.

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