CFP endossa previsões do Orçamento do Estado, mas alerta para riscos externos

Embora valide as projeções, a CFP identifica "alguns riscos relevantes" sobre o atual cenário macroeconómico, especialmente o de "deterioração" expressiva da conjuntura internacional, em 2024 e 2025.

O Conselho das Finanças Públicas (CFP) validou as previsões macroeconómicas que constam na proposta para o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025). De acordo com o relatório publicado esta quinta-feira no site do Parlamento, a entidade liderada por Nazaré da Costa Cabral “endossa as previsões macroeconómicas apresentadas“.

No documento apresentado, o Ministério das Finanças prevê um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8% este ano e de 2,1% em 2025, de acordo com o cenário macroeconómico do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) entregue esta quinta-feira no Parlamento e ao qual o ECO teve acesso. As perspetivas significam uma ligeira revisão em baixa para 2024 e em alta para 2025 face aos 2% para ambos os anos sinalizado aos partidos políticos nas reuniões de negociação da proposta orçamental.

“O crescimento pelo Ministério das Finanças para 2024 assenta na expectativa de um aumento do contributo da procura interna e de um contributo ligeiramente negativo das exportações líquidas”, lê-se no parecer doCFP. Quanto ao próximo ano, a entidade “o cenário subjacente antecipa uma desaceleração no crescimento na generalidade dos deflatores da procura interna”.

Ainda assim, o CFP identifica “alguns riscos relevantes” sobre o atual cenário macroeconómico, em particular perante um risco de uma “deterioração” expressiva, em 2024 e 2025, da conjuntura internacional comparativamente às previsões iniciais, “o que poderá penalizar de forma mais intensa as perspetivas de procura externa e afetar negativamente as exportações”.

Mesmo perante os riscos e a incerteza, a instituição liderada por Nazaré da Costa Cabral considera que “o cenário macroeconómico subjacente afigura-se como provável e prudente”, estando as previsões “globalmente alinhadas” com as projeções para a economia portuguesa, os preços das matérias-primas nos mercados internacionais e com as decisões de política monetária por parte do Banco Central Europeu (BCE), acrescentou.

(Noticia atualizada pela última vez às 17h05)

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