André Ventura anuncia voto contra Orçamento do Estado na generalidade

Ventura acusa o Governo de cobrar mais impostos e desagravar menos a carga fiscal sobre as famílias e empresas. "Não é um Orçamento nos quais nos podemos rever", disse.

André Ventura anunciou que o Chega vai votar contra o Orçamento do Estado para 2025 (OE 2025) na generalidade, no próximo dia 31 de outubro, endereçando duras críticas à proposta do Governo.

“Este nunca seria um orçamento feito com o Chega”, anunciou o presidente do partido, acusando o Governo de “traição à direita” e de ter “encontrado no PS o seu parceiro” durante uma conferência de imprensa, esta terça-feira, na sede de partido, em Lisboa.

“Este Orçamento segue a mesma lógica que o PS: cobrar mais, fazer poucas mudanças, desagravar pouco e distribuir pelos mesmos de sempre”, continuou o líder do partido. “Não nos revemos neste orçamento“, vincou, anunciando um voto contra a proposta.

André Ventura usa facto de o OE 2025 prever um aumento da receita de 3,7%, cerca de 63.337,9 milhões de euros, face a 2024, para justificar a sua decisão, referindo ainda que a receita com o Imposto sobre Produtos Petrolíferos (ISP) deverá aumentar 21,9%, para 4.194,7 milhões de euros. “Este não é um orçamento de desagravamento para as famílias e empresas. Aumenta os encargos e vai penalizar quem tem de trabalhar”, acusa Ventura. “É um logro e um engano que nunca seria possível num acordo com o Chega“.

O voto contra do Chega surge depois de o líder do partido ter anunciado, previamente, que “tudo faria para evitar uma crise política”, mostrando-se disponível para viabilizar o documento em caso de um voto contra do PS. No entanto, desde a entrega do documento na Assembleia da República, na semana passada, André Ventura recuou na posição.

A conferência de imprensa serviu ainda para provocar, mais uma vez, o primeiro-ministro a propósito das acusações que André Ventura fez nos últimos dias relativamente a um alegado acordo que terá sido proposto ao partido em reuniões secretas em São Bento, no sentido de viabilizar o OE 2025.

“Esperava que o primeiro-ministro negasse declarações que fiz a propósito dos entendimentos, mas voltou a insistir em nada dizer e nada comentar. Procurou ainda justificar o injustificável”, disse André Ventura, referindo-se às declarações de Luís Montenegro que, além de ter rejeitado as acusações, acusou o líder do Chega de mentir.

Desde a entrega do OE para 2025, a 10 de outubro, que os últimos dias têm sido marcados por uma troca de acusações entre André Ventura, Luís Montenegro e membros do Governo. O primeiro-ministro tem evitado fazer mais comentários, apelando que o país se focasse na discussão sobre o orçamento e que a polémica é uma “questão menor” para “distrair a opinião pública”.

Notícia atualizada pela última vez às 16h38

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