ICER destaca o emprego inclusivo e a colaboração público-privada como chaves para a resiliência das empresas

  • Servimedia
  • 16 Outubro 2024

No relatório “Europe: Forecasts in a scenario of conflict” conclui que as tensões internacionais provocadas pela guerra na Ucrânia e Médio Oriente provocam tensões na estabilidade económica e social.

O relatório “Europa: Previsões num cenário de conflito”, elaborado em colaboração com o Ceprede, a Universidade de Nebrija e a TBS Education Barcelona, sublinha que a chave da resiliência para enfrentar esta situação e mitigar o seu impacto estará na rápida adaptação às novas circunstâncias, bem como no desenvolvimento de políticas de emprego inclusivas e na promoção da colaboração público-privada através da inovação, da diversificação e do investimento em setores emergentes.

O setor da construção tem sido gravemente afetado pela paralisação de projetos e pelo aumento dos custos dos materiais devido a perturbações nas cadeias de abastecimento. Num cenário prolongado, prevê-se que muitas pequenas e médias empresas de construção se vejam confrontadas com a redução de postos de trabalho ou mesmo com o encerramento de empresas. No entanto, o relatório da ICER refere que as empresas do setor estão a adotar estratégias de adaptação, como a implementação de tecnologias inovadoras (construção modular e materiais sustentáveis) e a diversificação para mercados internacionais para reduzir a incerteza local.

O setor automóvel, altamente dependente de componentes importados, enfrenta grandes desafios, como a redução da produção e o possível encerramento de linhas de produção devido à queda da procura e à rutura da oferta, que afetam tanto os fabricantes como as empresas de componentes. No entanto, apesar destas dificuldades, o setor está a acelerar a sua transição para veículos elétricos e autónomos, reduzindo a dependência dos combustíveis fósseis e criando novas oportunidades de emprego no domínio das tecnologias limpas e da inovação.

O setor do turismo seria gravemente afetado por uma queda drástica no número de visitantes, com impacto nos hotéis, restaurantes, companhias aéreas e outras indústrias relacionadas, com um impacto particular nas PME das zonas costeiras. Esta quebra afetaria também setores indiretamente dependentes do turismo, como a construção, a agricultura e a indústria cultural. De acordo com a ICER, a recuperação do setor continua a ser frágil e poderá ser novamente afetada pelos custos da energia e pelas tensões internacionais, especialmente nas zonas costeiras dependentes do turismo internacional. A diminuição da procura de serviços turísticos poderá aumentar significativamente o desemprego, agravando as tensões sociais nas regiões mais dependentes do turismo.

No caso dos cuidados de saúde, o conflito económico terá um impacto no acesso aos serviços médicos, sobrecarregando os hospitais públicos devido à falta de financiamento e aumentando a procura de instalações privadas, sendo os doentes crónicos os mais afetados. Por seu lado, as empresas farmacêuticas enfrentariam problemas na produção e distribuição de medicamentos, com impacto na investigação e desenvolvimento, abrandando a inovação médica e afetando as empresas que dela dependem para crescer.

No entanto, a ICER identifica certos domínios que poderão registar um aumento da procura de emprego. A transição energética é um exemplo fundamental, com o aumento do investimento em energias renováveis, impulsionado pela necessidade de reduzir a dependência do petróleo e do gás importados. Isto criará oportunidades para engenheiros, técnicos especializados e trabalhadores qualificados nos setores verdes.

A cibersegurança enfrenta riscos crescentes num contexto de instabilidade geopolítica, com um aumento dos ciberataques que ameaçam infra-estruturas críticas como as redes de energia, os hospitais e os sistemas de transportes. Esta situação põe em causa tanto os serviços essenciais como a segurança dos dados. A ICER adverte que a incapacidade de proteção contra estes ataques pode levar a uma perda de confiança na economia digital, afetando sectores-chave como o comércio eletrónico e os serviços financeiros.

No entanto, estes riscos também apresentam oportunidades. O aumento da cibersegurança irá impulsionar a procura de profissionais especializados, uma vez que as empresas de tecnologia e segurança terão de redobrar os seus esforços para proteger os sistemas. Este facto representa uma grande oportunidade para a diversificação do mercado de trabalho, mas também aponta para a necessidade de investir na formação e na reconversão profissional para que os trabalhadores possam aceder a estas novas oportunidades de emprego.

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