Governo insiste que só conta com cenário de Orçamento viabilizado
Ministro da Presidência considerou que estão "reunidas todas as condições" para a viabilização da proposta orçamental, através da abstenção.
O Governo reiterou esta quinta-feira que a viabilização do Orçamento do Estado para 2025 (OE2025) é o único cenário com o qual conta, considerando que “estão reunidas todas as condições” para que o PS se abstenha na votação na generalidade marcada para dia 31 de outubro.
“Entendemos que estão reunidas todas as condições para a viabilização através da abstenção. Esse é o único cenário que encaramos. Creio que é o único cenário que todos os portugueses esperam e pretendem, que é ter um Orçamento aprovado e não haver eleições”, disse o ministro da Presidência, António Leitão Amaro, na conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros, em Lisboa.
O governante defendeu que o Executivo fez uma “enorme aproximação em atender às preocupações manifestadas pelo PS” nas negociações para a proposta orçamental, entregue dia 10 de outubro no Parlamento.
A proposta será discutida e votada na generalidade no fim de outubro, mas antes o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, irá anunciar na segunda-feira o sentido de voto do partido.
Leitão Amaro confirma duas reuniões com líder do Chega e diz que “tudo o resto é ficção”
O ministro da Presidência confirmou “duas reuniões” entre primeiro-ministro e líder do Chega sobre o Orçamento do Estado e considerou que “tudo o resto é ficção”, recusando comentar partidos que “mudam de opinião a cada pôr-do-sol”.
No final do Conselho de Ministros, António Leitão Amaro foi questionado para que serviram as duas reuniões que o primeiro-ministro, Luís Montenegro, terá tido com o presidente do Chega, André Ventura. “De facto, duas reuniões, é isso mesmo, já foi dito pelo ministro dos Assuntos Parlamentares. Tudo o resto é ficção, para não usar outro termo aqui deste púlpito”, afirmou, sem nunca referir o nome do partido Chega.
De acordo com o ministro da Presidência, “todas as reuniões com todos os líderes e com as delegações no que tem a ver com o Orçamento de Estado foi para perceber os contributos e as medidas que teriam, ponto”.
“Uns responderam de uma maneira, outros responderam de outra, houve uns que reforçaram com contributos escritos e é tudo”, disse.
Leitão Amaro fez questão de salientar que o que foi transmitido em público, quer pelo líder da Iniciativa Liberal, Rui Rocha, quer pelo secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, sobre as várias reuniões são “consistentes com a informação do que aconteceu”.
“Há outras ficções que são tão descabidas e tão desesperadas e tão inúteis que nem merecem comentários”, disse, afirmando que há partidos que “ninguém sabe muito bem o que pensam porque mudam de opinião a cada pôr-do-sol”.
Em causa as declarações do líder do Chega, que alega ter tido várias reuniões com o primeiro-ministro (chegou a falar em cinco) não divulgadas à comunicação social com vista a um acordo sobre o Orçamento do Estado para 2025, que incluía a possibilidade de o partido vir a integrar o Governo PSD/CDS-PP, num “contexto político diferente”.
Luís Montenegro, através da rede social X, assegurou que “nunca o Governo propôs um acordo ao Chega”, e acusou André Ventura de mentir. Nos últimos dias, a acusação voltaria a ser repetida por André Ventura, que nunca mais voltaram a ter resposta por parte do primeiro-ministro.
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