BCE revê em baixa expectativas de inflação em 2025 para 1,9%

Os analistas consultados pelo Banco Central Europeu reviram também em baixa o crescimento da economia na Zona Euro para o próximo ano e preveem uma taxa de desemprego de 6,5% em 2024 e 2025.

O Banco Central Europeu (BCE) divulgou esta sexta-feira os resultados do seu mais recente Inquérito aos Analistas Profissionais, que apontam para uma ligeira revisão em baixa das expectativas de inflação para a Zona Euro em 2025.

Os analistas consultados pelo BCE preveem agora uma taxa de inflação de 1,9% para 2025, uma redução de 0,1 pontos percentuais face à previsão anterior de 2%, apresentada no trimestre anterior.

Apesar desta revisão, as expectativas de inflação para o longo prazo mantêm-se inalteradas em 2%, em linha com o objetivo do BCE. Este cenário corrobora com as recentes declarações de Christine Lagarde, presidente do BCE, que afirmou que “o processo de desinflação está no bom caminho”, embora tenha alertado que “a inflação deverá subir nos próximos meses, desacelerando depois para o objetivo no decurso do próximo ano”.

O inquérito do BCE também revela que as expectativas para a inflação excluindo energia e alimentos (HICPX) foram revistas ligeiramente em alta para 2024, mas mantiveram-se essencialmente inalteradas para 2025 e 2026.

No plano do crescimento económico, o inquérito revela que as expectativas para o PIB real permanecem praticamente inalteradas até 2029. Contudo, há uma pequena revisão em baixa para 2025, que reflete principalmente um efeito de arrastamento do crescimento mais fraco do que o anteriormente esperado para a segunda metade de 2024. Esta perspetiva alinha-se com a avaliação de Lagarde, que reconheceu que “os dados recentes apontam para um crescimento mais lento do que o esperado”.

Quanto ao mercado de trabalho, as expectativas para a taxa de desemprego mantêm-se estáveis. Os analistas preveem que a taxa de desemprego se fixe em 6,5% em 2024 e 2025, com uma ligeira descida para 6,4% em 2026 e no longo prazo. Esta resiliência do mercado laboral contrasta com os desafios no crescimento económico, sugerindo uma certa robustez no emprego apesar das pressões económicas.

Esta tendência reflete a complexidade do cenário relativo à inflação expresso pelas declarações de Lagarde proferidas na quinta-feira na conferência de imprensa após o Conselho do BCE ter anunciado o segundo corte consecutivo das taxas diretoras, com a presidente do BCE a revelar que “a inflação doméstica ainda é forte” e que “as pressões salariais são fortes”.

O mais recente inquérito aos analistas profissionais do BCE e as recentes declarações de Christine Lagarde pintam um quadro de progresso gradual na estabilização da economia da Zona Euro, com desafios persistentes, mas também sinais de resiliência, particularmente no mercado de trabalho.

O Inquérito aos Analistas Profissionais (Survey of Professional Forecasters – SPF) do BCE é um levantamento trimestral que recolhe previsões macroeconómicas junto de 50 a 60 especialistas de instituições financeiras e não-financeiras na União Europeia.

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