Designer de Guimarães veste expatriados portugueses “irreverentes e conscientes”
A segunda coleção da Taippe, marca criada por Matilde Guimarães, vai ser apresentada na Semana de Moda de Paris. Confecionadas no Norte de Portugal, as peças já chegaram a França, Reino Unido ou EUA.
A vimaranense Matilde Guimarães sempre soube que o seu futuro profissional iria passar pela moda. Com formação em design de comunicação na Faculdade de Belas Artes da Universidade do Porto, estagiou no escritório de design Paper White Studio, em Nova Iorque, e trabalhou para a Ivity em Lisboa. Até que no ano passado, quando estava a fazer um ano sabático na Austrália, foi convidada por um grupo têxtil do Norte para desenvolver uma marca própria com coleções exclusivas.
Sem hesitar, interrompeu a viagem pela Austrália e voltou para Portugal para desenvolver a Taippe, uma marca de slow fashion. “A nossa marca está dentro de uma grande empresa têxtil na região Norte que sempre teve o sonho de lançar uma marca própria em que as coleções seriam idealizadas por cápsulas temáticas”, relata Matilde Guimarães, cofundadora e diretora criativa da Taippe.
Matilde Guimarães, de 24 anos, conta ao ECO que teve “total liberdade criativa” para desenvolver a primeira cápsula, intitulada de “Blood Type”, juntamente com a designer de moda Molly Walters. À equipa junta-se ainda a Teresa Vilhena Roque (redes sociais) e Sandra Araújo (responsável pelo departamento comercial). O nome Taippe (Type) foi propositado, tendo em conta que a designer não quer “restringir as peças a determinado corpo, idade, etnia ou sexualidade”.
Uma saia comprida, um top branco, um vestido e um fato de treino são algumas das peças sem género que integram esta primeira coleção cápsula lançada a 23 de setembro. A coleção é composta por 15 peças exclusivas em tons de vermelho que “refletem a cultura portuguesa”. Foram confecionadas apenas 500 unidades de toda a coleção e os preços rondam entre os 50 e os 295 euros. Além de Portugal, as peças já foram vendidas para países como Espanha, França, Dinamarca, Reino Unido e Estados Unidos da América.
“Como esta primeira coleção é o nosso pé no mercado, achamos por bem refletir quem somos e a cor que vem logo à cabeça é o vermelho”, explica a diretora criativa. Matilde Guimarães acrescenta que “têm um padrão que lembra as toalhas de mesa das típicas tascas portuguesas. A cor e o visual foram uma espécie de reinterpretarão da cultura portuguesa”.
Por outro lado, os nomes das peças (Luísa, Maria José, Emília e a Sandra) são inspirados em pessoas que colaboraram com o projeto, “uma forma de honrar todos aqueles que nos ajudam”, salienta Matilde Guimarães.
A marca foi construída a “pensar em portugueses com um estilo irreverente que vivam fora do país, mas que sejam pessoas que se preocupem com aquilo que estão a comprar, ou seja, conscientes”, nota Matilde Guimarães. A marca tem colaborado com influencers de várias nacionalidades (Rian Vitor, Lucinda Graham, Mia Fernandes, Carolina Azevedo, Kiki Rivotti, Maria Bolelli, Amalie Nielsenn e Kristine Trinkjær), como estratégia para divulgar a Taippe.
A marca foi construída a pensar em portugueses com um estilo irreverente que vivam fora do país, mas que sejam pessoas que se preocupem com aquilo que estão a comprar.
As peças são biodegradáveis, criadas a partir de fibras sem combustíveis fósseis. “Optei por usar apenas fibras celulósicas ou naturais que têm uma rápida decomposição”, explica Matilde Guimarães. O packaging tem um QR Code onde os clientes podem ver acesso ao passaporte digital da peça. Na próxima coleção vai estar impresso nas etiquetas.
Com o objetivo de dar a conhecer a marca, Matilde Guimarães vai voar até Milão para apresentar a marca ao mercado italiano, a 13 de novembro. A segunda coleção cápsula vai ser apresentada na Semana de Moda de Paris, em janeiro de 2025. Matilde Guimarães adianta que essa coleção cápsula vai chamar-se Tailored by Taippe e será composta por 17 peças em tons azul-marinhos. “É uma coleção bastante formal com um toque divertido”, adianta.
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