“Não vejo um cinzento de trovoada, mas vejo um cinzento com algumas preocupações”

Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor, afirma que o atraso nos fundos europeus é "um travão claro ao investimento". Ouça o podcast 'À Prova de Futuro'.

O presidente do conselho de administração da Continental Mabor, o quarto maior exportador nacional com vendas de 1,3 mil milhões de euros em 2023, está apreensivo com a quebra no setor automóvel europeu e o rumo da economia. “Às vezes vemos as coisas todas muito cor-de-rosa. Não estou a ver um cinzento de trovoada amanhã, mas estou a ver um cinzento com algumas preocupações”, afirma em entrevista ao ECO. Pedro Carreira diz, no entanto, que não estão em causa as decisões de investimento para a fábrica de Lousado.

Numa conversa para o sexto episódio do podcast ‘À Prova de Futuro’ sobre a Indústria 4.0 — com o apoio do Meo Empresas –, o gestor afirma que em Portugal e na Europa “há um grande atraso” na digitalização, numa altura em que empresas chinesas já estão a construir de raiz fábricas “70% e 80% automatizadas”.

A Continental Mabor tem em curso um investimento de 60 milhões de euros na automatização de um grande armazém no interior da fábrica, a que se somarão mais 15 milhões noutro armazém automatizado no exterior, para matérias-primas. Serão ainda investidos 20 milhões num camião autónomo, que ligará a fábrica ao armazém externo, com manuseamento automático da mercadoria. De Lousado estão também já a sair soluções de software para as unidades do grupo em todo o mundo.

Pedro Carreira deixa fortes críticas à demora na atribuição de fundos europeus, que considera “um travão claro ao investimento”, e aos impostos elevados: “Nós pagamos em média 31,5% de imposto, IRC e taxas adicionais, e isto é mortal quando comparado com todos os outros países europeus”.

Queixa-se ainda de dificuldades logísticas — nos portos e ferrovia — e energéticas, com quebras de energia. “São décadas de preocupação. E somos o quarto maior exportador nacional. Imagine o 15.º exportador nacional como é que deve estar a ser tratado”.

Há pouco mais de um ano, foi anunciado um investimento avultado de 60 milhões de euros para um grande armazém automatizado nas instalações da Continental Mabor. Esse investimento está concluído?

Esse investimento arrancou há um ano, com a fase toda de processo, desenvolvimento e desenho de equipamento. Está em fase de instalação. Uma fase muito dentro da fábrica e outra no exterior. A parte exterior estará pronta a meio do próximo ano, a parte interior só no final do próximo ano. Depois prevemos um ano para o término completo dessa ligação a todas as nossas máquinas na área onde vai trabalhar.

Que benefícios é que esperam obter com essa automatização?

A sustentabilidade tem várias vertentes e uma delas é a vertente humana. Uma das nossas discussões na sustentabilidade é como vamos ter a empresa a funcionar daqui a 20, 30 anos, de uma forma sustentável, acautelando desde já a escassez de recursos humanos que vai existindo ao longo dos anos, mercê do envelhecimento da população, por exemplo, em Portugal. Numa parte da fábrica que é relativamente fácil de automatizar fizemos um investimento massivo para tentarmos reduzir a quantidade de pessoas que trabalham nessa zona, tornando toda essa área o mais robusta e o mais automática possível.

No futuro, a ligação entre a nossa fábrica e o nosso armazém externo vai passar a ser feito por um veículo autónomo, que não terá pessoas a conduzir. Todo o processo de carregamento e descarregamento desse camião é feito de forma automática e autónoma.

De uma forma mais genérica, como é que a Continental, está a trabalhar este tema da fábrica inteligente e da indústria 4.0?

Há dois ou três anos fizemos um roadmap até 2030 sobre como é que iria ser a nossa estratégia de digitalização. A base da digitalização foi a eliminação de papéis dentro da fábrica, mas a digitalização traz tudo o resto, que é a ligação de máquinas a sistemas que nos permitam, por exemplo, fazer predição de avarias, previsão de tempos perdidos, produções em linha, que já existe há muitos anos em muitas fábricas à volta do mundo e em muito da indústria nacional, mas a questão é depois ter isto tudo sincronizado e a funcionar ligado a todos os processos produtivos. Estamos a ter cada vez mais processos logísticos internos e externos, que são feitos de forma automática. No futuro, a ligação entre a nossa fábrica e o nosso armazém externo vai passar a ser feito por um veículo autónomo, que não terá pessoas a conduzir. Todo o processo de carregamento e descarregamento desse camião é feito de forma automática e autónoma. É um dos pequenos processos que estamos a fazer.

Estamos a falar de um investimento também à volta dos 60 milhões de euros?

São cerca de 20 milhões. São muitos projetos. Por exemplo, estamos a construir um armazém automático também no exterior, para armazenamento de matérias-primas. Vai ficar no percurso deste camião, que irá levar pneus para o armazém e trazer, no seu regresso, matérias-primas para a fábrica. Estamos a falar em mais 14 ou 15 milhões que será esse armazém. Tudo o que nós estamos a somar são umas dezenas de milhões de euros nos próximos anos.

No âmbito desta estratégia de digitalização, foi também criado um centro de soluções dentro das instalações da Continental Mabor. Que resultados está a ter?

Temos um centro de inovação dentro da empresa que está a desenvolver soluções para o grupo, para as fábricas. Mas também temos um centro que está a desenvolver soluções na área das tecnologias de informação, não só para manufatura, mas também para a área de vendas, para a área comercial, desenvolvimento de simulações, que estamos a fazer também a partir de Lousado.

Essas soluções já permitiram obter ganhos de eficiência e produtividade?

Claramente. A primeira que foi inventada e desenvolvida em Lousado permitiu substituir nas 22 fábricas do grupo toda a ligação entre máquinas e os nossos sistemas de coleta de dados centrais, que eram feitos por até quatro ou cinco versões de software diferentes produzidos por outras entidades. Foi criada uma equipa de rollout nas outras fábricas, que foi fazendo essa aplicação local na China, Estados Unidos, toda a América Latina e Europa.

Esse centro abriu, segundo notícias na altura, com cerca de 80 colaboradores. Quantos são hoje?

Já ultrapassou em larga escala esse número. Estamos acima das 100 pessoas, neste momento. Há outras coisas que estão a ser desenhadas, mas neste momento ainda não estamos em condições de anunciar.

Para manter estes postos de trabalho, precisamos de dobrar a quantidade de pessoas que temos na área informática e na área de engenharia, na parte de comando.

Quando se fala nestas novas tecnologias, e referiu vários casos de automação, há resistência dos trabalhadores? Isto ainda é visto como uma ameaça aos empregos?

Acho que está a ser entendido por todos como uma aposta na melhoria das condições de trabalho dos nossos trabalhadores. Na fábrica, o que nós estamos a fazer é a melhoria das condições ergonómicas, porque há um conjunto de operações repetitivas, que algumas exigem esforço, e que nós ao passarmos a robotizar estamos a reduzir a carga ergonómica pesada, violenta e imediata de todos os colaboradores. Isto é apreciado e é uma melhoria da eficiência, porque o cansaço natural dentro das horas de trabalho tem vindo a ser reduzido sistematicamente ao longo dos anos e em todas as áreas da fábrica. Temos feito apostas massivas nessa redução da carga de mão.

Estava a mencionar a questão da atração de talento. Esta aposta na tecnologia pode ajudar a tornar o setor industrial, digamos assim, mais sexy e atrativo e travar a perda de mão de obra?

Para manter estes postos de trabalho, precisamos de dobrar a quantidade de pessoas que temos na área informática e na área de engenharia, na parte de comando. Portanto, tornámos a indústria mais apetecível para um conjunto de atividades e de funções necessárias ao nosso funcionamento, que dantes não existiam.

São 2.700 trabalhadores, atualmente. A perspetiva é que este número possa crescer nos próximos anos?

Eu direi que, no mínimo, nós vamos manter o número que temos. Vai haver aqui um misto dos dois processos. Investindo na robotização e na redução de algum trabalho, vamos compensar com crescimento que eventualmente vamos ter noutras áreas e, portanto, o número pode rondar esse valor durante dois, três, quatro anos.

A indústria portuguesa está atrasada na adoção integrada destas tecnologias? Casos como o da Continental Mabor são ainda mais a exceção do que a regra?

Isso seria uma petulância muito grande da minha parte dizer que somos assim raros. Vai havendo muitos exemplos, e Portugal nos últimos anos tem mostrado capacidade e têm aparecido muitas empresas em Portugal a desenvolver soluções informáticas, até para outros países. Têm sido criados aqui uma quantidade de hubs, que indica que o potencial humano e a capacidade das nossas universidades em criar essa tal capacidade produtiva nessas áreas das novas tecnologias existe.

Por aquilo que eu leio, das associações que foram escrevendo em Portugal, direi sim, claramente há um grande atraso. Nós estamos a discutir em toda a Europa a automação. Não é só uma questão de Portugal, é de toda a Europa. Estamos a assistir à vinda para a Europa de um conjunto de produtores que está a construir direto, de raiz na Europa, fábricas 70% ou 80% automáticas.

Mas quando falamos de Indústria 4.0, não há aqui um atraso?

Claramente sim. Mas isso são as associações que terão que se manifestar e dizer quando têm uma visão completa sobre a indústria e a realidade de cada uma das empresas que faz parte das associações. Por aquilo que eu leio, das associações que foram escrevendo em Portugal, direi sim, claramente há um grande atraso. Nós estamos a discutir em toda a Europa a automação. Não é só uma questão de Portugal, é de toda a Europa. Estamos a assistir à vinda para a Europa de um conjunto de produtores que está a construir direto, de raiz na Europa, fábricas 70% ou 80% automáticas.

Está a falar de competidores chineses, por exemplo?

Não só, mas sim, claramente. Estão a apostar na robotização e na automatização na Europa. São empresas que vêm já a não depender tanto de flutuações de mão de obra e a prepararem-se com custos, comparativamente a quem cá está, muito diferentes. As empresas vão-se automatizar tanto mais, quanto mais depressa resolvermos áreas mais sensíveis, como a execução dos PRR e dos PT2020 e PT2030, e a capacidade que as empresas vão ter de usar esses mesmos instrumentos. E aí eu direi que estamos muito mal. Pronto, ponto.

É preciso aumentar muito o investimento nesta digitalização da indústria.

Para se fazer isso era preciso resolver aquilo que toda a gente fala que é a burocracia. Não sei se Portugal é o país mais burocrático da Europa… Eu já não discuto se é a quantidade de papéis que são precisos preencher no mundo digital, mas é o tempo que se leva para libertar esses mesmos processos. Não adianta fazer um projeto que põe 400 empresas a concorrerem, e depois temos uma pessoa a fazer uma análise de 400 processos.

Não se pode levar sete anos, seis anos ou cinco anos para tomar uma decisão. Se uma empresa como a nossa, leva cinco ou seis anos e nós vamos sobrevivendo, porque não é isso que nos vai matar, há outras empresas no tecido empresarial português que não podem aguentar cinco anos para que sejam libertadas as verbas.

As coisas demoram muito tempo a acontecer.

Demoram infinitamente, meses, anos. Faz-se um conjunto de revoluções, de processos, de simplificação, mas depois criam-se vazios de quem é a responsabilidade final para dizer: “está bem”. Não se pode levar sete anos, seis anos ou cinco anos para tomar uma decisão. Se uma empresa como a nossa, leva cinco ou seis anos e nós vamos sobrevivendo, porque não é isso que nos vai matar, há outras empresas no tecido empresarial português que não podem aguentar cinco anos para que sejam libertadas as verbas. Não é a questão burocrática de que leva dois, três ou quatro anos para ter um licenciamento industrial. Depende da quantidade de portas a que tem que se bater. É que depois, no fim de tudo, há uma quantidade de pessoas e instituições que não têm processos fáceis que têm de dar um parecer. Mas não há um gestor, a nível do Estado, que garanta que isto avance. Isto não existe e o que existe funciona mal.

É um travão ao investimento.

É um travão claro ao investimento. Não adianta dizer que temos dinheiro, mas depois quando se vai bater à porta, existe uma pessoa a dar resposta a 50 ou 60 empresas de cada vez. É um funil que é difícil de ultrapassar.

O Orçamento de Estado trouxe uma redução em um ponto percentual do IRC e mais benefícios fiscais para as empresas. São medidas que fazem a diferença?

Às vezes é preciso um economista para conseguir esclarecer as comparações que fazemos. É verdade que nós na [taxa geral] de IRC pagamos menos que alguns países europeus, mas esquecemos nessas comparações de dizer que os outros países europeus não têm uma derrama municipal nem uma derrama estadual. Nós pagamos, em média, 31,5% de imposto, IRC mais taxas adicionais, e isto é mortal quando comparado com todos os outros países europeus. É muito complexa a política fiscal em Portugal. Têm sido feitas algumas melhorias, não dizemos que não.

A descida de um ponto percentual no IRC vai trazer mais investimento?

Acredito que haja algumas empresas que vão sentir uma diferença. É um ponto percentual a menos e um ponto percentual tem que ser respeitado. Mas é pouco, fica muito aquém se queremos atrair investimento, comparando com países que têm 11% ou 12%.

É preciso ir mais longe.

É preciso ir mais longe. Há muitos exemplos na Europa onde foi feita essa redução há mais de dez anos, até para menos do que a Europa recomenda. Agora vão subir, mas estiveram durante dez anos a colher os frutos.

A Continental Mabor tem-se focado em pneus de gama alta, nomeadamente para carros elétricos. É inclusivamente fornecedora da Tesla e de outras marcas automóveis. A venda de carros elétricos tem, no entanto, vindo a cair na Europa. Isto está-se a refletir no volume de negócios da Continental Mabor?

Da nossa produção, 0,5% fica em Portugal e 99,5% vai para o mundo inteiro. Nós exportamos para a China, exportamos para a Coreia, exportamos para os Estados Unidos, exportamos para a Europa toda. A nossa vocação não é só pneus para veículos elétricos, é para todos os tipos de veículos. E, portanto, nós vamos acompanhando o desenvolvimento do consumidor final na sua procura. Se procurar um carro elétrico, vai ter pneus nossos; se procurar um carro a combustão vai ter pneus nossos. Ficamos dependentes daquilo que vai ser o futuro automóvel. Mas sim, confirmamos, está a existir neste momento não só uma questão económica, mas uma questão de escolha do consumidor.

Não é decisão nossa, da Continental Mabor, dizer hoje vamos vender na Europa e amanhã nos Estados Unidos. Há uma decisão que é feita pela casa mãe, que aloca os volumes de produção. Há aqui algumas questões na Europa, mas que não são, para já, ainda fundamentais para nós termos que tomar decisões diferentes daquelas que estamos a tomar, que é continuar os nossos investimentos e continuar os nossos projetos de crescimento, em pneus de valor acrescentado. Se vamos para os veículos elétricos, estamos preparados para isso. Se mantivermos a combustão, estamos preparados para isso. E se vierem os de hidrogénio, também estaremos preparados para isso.

Às vezes vemos as coisas todas muito cor de rosa. Não estou a ver um cinzento de trovoada amanhã, mas estou a ver um cinzento com algumas preocupações e daí nós estarmo-nos a preparar calmamente e serenamente para tudo aquilo que possa vir dentro dos recursos que temos.

Para já, nada deste contexto vai obrigar a Continental Mabor a alterar os planos que tem?

Na Continental Mabor, para já não. Mas isto tem a ver com a economia mundial. Nós não estamos isolados. Nós vivemos num país à beira-mar plantado, pacífico, calmo, sereno, afastado dos grandes turbilhões que existem no centro da Europa ou noutras regiões do globo. Às vezes vemos as coisas todas muito cor-de-rosa. Não estou a ver um cinzento de trovoada amanhã, mas estou a ver um cinzento com algumas preocupações e daí nós estarmo-nos a preparar calmamente e serenamente para tudo aquilo que possa vir dentro dos recursos que temos.

Como mencionou, o contexto global que estamos a viver é marcado por guerras e também, cada vez mais, conflitos comerciais. Esta guerra comercial cada vez mais intensa entre a União Europeia e a China pode ter aqui repercussões também para a Continental Mabor?

Nós temos uma fábrica na China, mas também exportamos para a China. Tudo aquilo que acontecer na relação entre a Europa e a China vai ter alguma repercussão em nós.

As questões logísticas de Portugal, também não estão resolvidas, nem de perto de longe, nem as questões energéticas.

Do ponto de vista logístico, os problemas que existiram no passado estão hoje ultrapassados, nomeadamente em relação à cadeia de abastecimento?

A Europa aprendeu uma grande lição, quando de repente se demonstra que está dependente do fornecimento exterior para tudo e mais alguma coisa. Quando fechou o mercado, a Rússia, obrigou-nos a transformar a nossa cadeia logística de um dia para o outro. Fomos muito rápidos a fazê-lo. As questões logísticas de Portugal, também não estão resolvidas, nem de perto de longe, nem as questões energéticas. Empresas como a nossa, por exemplo, estão dependentes de um fornecimento de energia elétrica que deveria ser contínuo e com capacidade para não estar a ir abaixo a cada 15 dias. Mas isto é o estado da nossa rede energética em Portugal, que tem algumas questões pesadas para empresas. Somos o quarto maior exportador nacional, e no entanto, já parei para este ano duas ou três vezes.

Por causa de falhas de energia.

Falhas de energia, das subestações que estão aqui próximas e que deveriam ter outro tipo de cuidado. Depois paro porque os portos em Portugal têm muita capacidade e muito calado, mas depois a via férrea não funciona. Vamos agora fazer ‘TGV’s’. Ótimo, venham eles! Mas tudo isto está pendente há décadas e a agilização de tudo isso não funciona. Portugal tem uma costa marítima brutal. Qual é o uso que nós fazemos de Portugal para porto de entrada na Europa? Nós já tentámos várias vezes chatear os nossos colegas da central, para tentar fazer aqui hubs de entrada, armazéns logísticos, onde os navios descarregassem as matérias-primas para poder desbloquear um bocado. Caminho-de-ferro para nós é quase nada, importamos por barco ou por camião. Cada vez que há uma tempestade de neve por essa Europa toda, lá ficamos nós todos um bocado travados. Temos de utilizar as vias marítimas, depois os nossos portos nem sempre estão a funcionar com toda a cadência que deviam. E isto são problemas estruturais que estamos há décadas para resolver. A famosa variante, que foi aqui durante dez anos discutida, está agora em fase de arranque. Mas a variante foram dez anos comigo aqui e são 30 anos do concelho a pedir.

É demasiado tempo.

É muito tempo para quem tem que concorrer hoje com aqueles que anunciaram em janeiro a construção de uma fábrica e em dezembro deste ano vão inaugurá-la.

Está de falar de quem?

De todas aquelas empresas que vêm da China, da Coreia, e da Índia, que estão a montar empresas na Europa num ano. Têm Via Verde, são excecionalmente bem tratados e têm as coisas a funcionar. Claro que estão em centros logísticos com melhores condições que aquelas que Portugal tem. Nós falamos com muito orgulho da nossa empresa, mas são décadas de preocupação. E somos o quarto maior exportador nacional. Imagine o 15.º exportador nacional como é que deve estar a ser tratado.

Pedro Carreira, presidente da Continental Mabor Portugal, em entrevista ao ECORicardo Castelo/ECO

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