BRANDS' ECO Rede Mobi.E já poupou 80 mil toneladas de dióxido de carbono este ano
A Mobi.E, rede pública de carregamento de veículos elétricos, assume-se como uma rede de todos e para todos e só este ano já gerou uma poupança de 80 mil toneladas de dióxido de carbono.
A dois meses do final do ano, a rede pública de carregamento de veículos elétricos – rede Mobi.E – já ultrapassou todos os recordes absolutos, quer em termos de utilização (mais de 4,9 milhões de carregamentos), quer em termos de crescimento da infraestrutura (mais de 9.500 pontos de carregamento). Mais carregamentos significam também menos emissão de gases poluentes para a atmosfera, com os primeiros dez meses a assinalarem uma poupança de mais de 80 mil toneladas de dióxido de carbono.
Este ano fica também marcado pelo aumento da procura das empresas – Operadores de Pontos de Carregamento e Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica – pelo ecossistema Mobi.E. Atualmente, mais de uma centena de empresas opera postos de carregamento em Portugal e mais de 30 comercializam eletricidade. Todas estão ligadas a uma mesma plataforma – a plataforma de gestão da MOBI.E.
Mas o que significa isto para o utilizador? Facilidade e simplicidade. O condutor de um carro 100% elétrico ou híbrido plug in apenas necessita de escolher um Comercializador e, através de um cartão ou App, carregar a viatura num qualquer ponto da rede e já são mais de 9.500 em todos os municípios do país, incluindo os das regiões dos Açores e da Madeira. Pode também, em alternativa, usar um cartão bancário em postos onde esta modalidade já se encontre disponível.
A rede Mobi.E assume-se, assim, como uma rede de todos para todos. Neste artigo, vamos conhecer os seus intervenientes:
Utilizadores de carros elétricos
O modelo nacional de mobilidade elétrica foi estruturado para permitir a melhor experiência possível ao utilizador. À semelhança do que acontece com a rede multibanco, é totalmente interoperável, ou seja, o utilizador com qualquer meio de acesso (cartão ou app) fornecido pelos mais de 30 comercializadores podem carregar o seu veículo em qualquer posto da rede Mobi.E independentemente do Operador do posto (em alternativa tem ainda a possibilidade de usar cartão bancário, nos postos que estejam preparados para o efeito).
Os utilizadores podem ainda carregar o veículo com o mesmo cartão ou app em qualquer posto localizado em espaço privado (residência ou escritório), desde que o mesmo esteja ligado à rede Mobi.E (ver abaixo o DPC).
Além da interoperabilidade, o modelo Mobi.E, pelo facto de exigir que todos os postos de acesso público estejam ligados à mesma plataforma digital da MOBI.E, disponibiliza informação em tempo real sobre a localização, potência, disponibilidade, tarifário e operador de todos os postos de carregamento.
Esta realidade torna Portugal um exemplo funcional das exigências do regulamento europeu relativo à criação de uma infraestrutura para combustíveis alternativos (AFIR), que tem como metas a interoperabilidade total, a transparência de preços e a partilha de informação em tempo real com os utilizadores.
Comercializadores de Eletricidade para a Mobilidade Elétrica (CEME)
Os CEME são as entidades que vendem a energia elétrica aos utilizadores de carros elétricos para carregamento das baterias dos seus veículos nos pontos de carregamento da Rede Mobi.E.
Cada utilizador é livre de estabelecer um contrato direto com um ou mais comercializador, utilizando, em cada momento, a opção que lhe for mais vantajosa. Algumas empresas, que disponibilizam apps, permitem também pagamentos únicos, ou seja, o contrato é efetuado no momento do carregamento e válido apenas para aquele carregamento. Com um cartão ou App, o condutor é livre de carregar em toda a rede pública.
Além disso, o cartão ou App do CEME pode ser utilizado para carregar o veículo em postos de acesso privado (residência ou escritório), desde que os postos estejam ligados à plataforma digital da MOBI.E (ver abaixo DPC).
Os CEMEs saem a ganhar por poderem operar em toda a rede num mercado livre, no qual podem criar as condições de adesão que acharem mais vantajosas para os seus clientes e pelas possibilidades que têm de os fidelizar de forma mais efetiva, tanto no uso da rede pública como da rede privada – em condomínios ou empresas, por exemplo – outra funcionalidade da rede Mobi.E.
Operadores de Pontos de Carregamento
Os operadores são as entidades responsáveis pela instalação, disponibilização, exploração e manutenção de infraestruturas de acesso público ou privativo, integradas na rede de mobilidade elétrica. Cada utilizador escolhe o posto que mais lhe convém, de acordo com a localização, disponibilidade e potência, independentemente do seu operador. As empresas ganham, neste modelo, pelos baixos custos de investimento e de exploração, custos fixos reduzidos e maior visibilidade para atrair clientes e ser competitivos.
Por separar as funções de gestor de energia e de comercializador, o modelo Mobi.E permite aos operadores concentrarem-se na gestão dos postos sem terem de suportar os elevados custos fixos associados ao fornecimento de eletricidade como, por exemplo, as tarifas de acesso às redes de energia. Desta forma, os OPC têm motivação para fazer crescer a rede, instalar postos de maior potência, mesmo que os mesmos tenham pouca procura. Por esta razão, na rede Mobi.E, mais de 37% dos postos são rápidos ou ultrarrápidos.
Detentor de Ponto de Carregamento
A rede Mobi.E integra, além dos postos de acesso público, carregadores de acesso privativo, ligados por opção dos seus proprietários, tornando-se, assim, Detentores de Posto de Carregamento (DPC).
Os DPC são titulares de pontos de carregamento, situados num espaço privado de acesso privado (residências e escritórios), para uso próprio ou de um número limitado de utilizadores. Encontram-se em parques de estacionamento de acesso restrito a funcionários (no caso das empresas, por exemplo), e ainda em casas ou condomínios residenciais, onde os custos com o carregamento das viaturas são suportados diretamente por cada utilizador.
Modelo Mobi.E além-fronteiras
A MOBI.E iniciou o seu processo de internacionalização no final de 2023, com o objetivo de manter Portugal como referência além-fronteiras, no que à rede de infraestruturas de carregamento diz respeito. Neste momento, está presente na Colômbia e a preparar a entrada em Espanha e noutros países da Europa e da América Latina.
Recentemente, o governo alemão lançou um concurso público para a infraestrutura de carregamentos de veículos pesados nas autoestradas alemãs, promovendo uma solução denominada “bring your own power” em que os Operadores não vendem energia (apenas disponibilizam o posto de carregamento a todos os utilizadores) e os utilizadores compram a eletricidade que lhes é fornecida em qualquer posto de carregamento ao seu fornecedor normal de eletricidade. Esta opção tem de ser disponibilizada pelos Operadores obrigatoriamente em todos os postos do concurso. Isto é replicar a solução portuguesa na Alemanha.
O processo de internacionalização torna-se, assim, uma oportunidade para apoiar e promover a internacionalização das empresas nacionais do setor que tenham interesse em expandir os seus negócios com menores custos de interoperabilidade, através da plataforma de gestão da MOBI.E.
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