📹Como funcionam as eleições presidenciais dos EUA?
Na ida às urnas, os norte-americanos votam em “delegados” e não nos candidatos à presidência. Quem receber mais votos no “Colégio Eleitoral”, e não a nível nacional, é que vence a eleição.
As eleições norte-americanas da próxima terça-feira, dia 5 de novembro, vão ditar quem será o 47.º Presidente dos Estados Unidos. Kamala Harris e Tim Walz, pelos democratas, e Donald Trump e J.D. Vance, pelos republicanos, concorrem pela liderança da Casa Branca durante um mandato de quatro anos.
A votação já arrancou há algumas semanas em pelo menos 25 estados. De acordo com o Election Lab da Universidade da Florida, mais de 60,6 milhões eleitores já tinham votado antecipadamente até às 14h45 (hora de Lisboa) desta quinta-feira.
No entanto, o sistema de voto nos EUA é diferente em relação à maioria das democracias: em vez de os norte-americanos votarem diretamente em Kamala Harris ou Donald Trump, votam em delegados que representam os seus estados e que depois é que irão votar nos candidatos à presidência e vice-presidência, consoante o partido que assumiram apoiar.
Trata-se de um método de votação indireto, conhecido como “Colégio Eleitoral”. É composto, no total, por 538 delegados, ou “grandes eleitores” – um número que corresponde aos 100 membros do Senado mais os 435 membros da Câmara dos Representantes e três delegados de Washington DC –, que dão os votos decisivos para eleger o presidente e vice-presidente dos Estados Unidos.
Cada estado tem um determinado número de votos do Colégio Eleitoral. No mínimo, têm direito a três votos, mas quanto mais população tiverem, mais “grandes eleitores” serão somados ao valor inicial. Por exemplo: o Texas tem mais de 29 milhões de habitantes e 38 delegados, enquanto o Alasca, onde residem cerca de 700 mil pessoas, tem apenas três “grandes eleitores”.
À exceção do Maine e do Nebraska, o candidato que alcançar a maioria dos votos num Estado e no Distrito de Colúmbia (capital federal) conquista todos os votos do Colégio Eleitoral desse Estado. Significa isto que um candidato pode ganhar no voto popular (ou seja, receber o maior número de votos da população), mas ainda assim perder no Colégio Eleitoral se não reunir o voto de 270 ou mais delegados. Foi o que aconteceu à democrata Hillary Clinton nas presidenciais de 2016, que perdeu para Donald Trump.
A votação do Colégio Eleitoral” está agendada para 17 de dezembro, com os novos Presidente e vice-presidente a tomarem posse em janeiro do próximo ano.
Eleição decidida nos swing states
A corrida à Casa Branca tem ainda outra particularidade. Tipicamente, a maioria dos 50 estados inclina-se muito claramente a votar nos candidatos de um determinado partido. A título de exemplo, Califórnia e Nova Iorque são favoráveis aos democratas, enquanto o Texas e a Florida tendem para os republicanos.
O resultado das eleições decide-se, por isso, em poucos estados onde a disputa é mais renhida. Denominados swing states – battleground states ou toss-up states são outros termos usados para designar estes “campos de batalha” –, são, segundo os analistas, os estados em que as sondagens mostram uma margem de vitória inferior a 5 pontos percentuais.
Para estas eleições, há sete swing states onde os candidatos têm investido mais tempo e meios da campanha eleitoral e que valem, no seu conjunto, 93 votos no Colégio Eleitoral: Arizona (11); Geórgia (16); Michigan (15); Nevada (seis); Carolina do Norte (16); Pensilvânia (19); e Wisconsin (10).
De acordo com a plataforma RealClear, que calcula a média de várias empresas de sondagens, Donald Trump está à frente da atual vice-presidente por meio ponto percentual (48,5% versus 48,0%) a nível nacional. Nos swing states, Kamala Harris surge à frente do republicano apenas no Wisconsin e no Michigan.
Mas no dia 5 de novembro os norte-americanos votam também a composição do Congresso, estando em jogo 33 dos 100 lugares no Senado (mais o lugar do presidente da câmara alta, que será ocupado pelo vice-presidente dos EUA) e todos os 435 assentos da Câmara dos Representantes. Além disso, 11 estados elegem os seus próximos governadores.
A eleição para as duas câmaras é igualmente importante, porque se o partido do Presidente eleito não tiver maioria no Congresso é mais difícil aprovar legislação e, assim, cumprir a sua agenda.
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