Cerca de 40% das receitas da dona da Tabaqueira já não vem dos cigarros
A Philip Morris International (PMI) quer deixar de fazer cigarros e prevê que em 2030 dois terços das receitas venham do tabaco sem combustão. Novos produtos têm 33 milhões de utilizadores.
A dona da Tabaqueira, a Philip Morris International (PMI), já gera 40% das suas receitas na venda de novos produtos, no chamado tabaco sem combustão (denominado Iqos). O objetivo é que os cigarros continuem a baixar, com dois terços das receitas a serem geradas através destes produtos menos nocivos para a saúde dos consumidores.
“A Tabaqueira começou a investir em 2008 nestes novos produtos [sem combustão]”, adiantou Miguel Coleta, Diretor Sustainability, Activation & Support da Philip Morris International, no Green Economy Forum, organizado pelo ECO. O responsável avança que, “hoje em dia cerca de 40% das receitas a nível global já vêm dos novos produtos e não vêm dos cigarros.” E a expectativa é que “até 2030 dois terços das receitas venham dos novos produtos“, que conta atualmente com 33 milhões de utilizadores.
Numa intervenção onde apresentou aquela que foi a transformação do modelo de negócio da Tabaqueira, para responder aos desafios da sustentabilidade, Miguel Coleta, adiantou que a PMI é “uma empresa com grande impacto social”, uma vez que o tabaco provoca dano na saúde dos consumidores. “Como estamos a fazer essa transformação do modelo de negócio? No nosso caso, esta visão de uma economia diferente significa deixar de fazer cigarros. Deixar os cigarros para trás. Esta é a contribuição que podemos dar.”
“Através da tecnologia é possível dar ao consumidor o que ele busca, reduzindo a nocividade dos produtos, através da aniquilação da combustão“, explicou, acrescentando que, através da comercialização de cigarros sem combustão, “estamos a conseguir reduzir esses componentes nocivos em cerca de 95%.”
“Nos últimos 10 anos temos tido constantemente um bilião de fumadores no mundo e vamos ter um bilião de fumadores, mesmo que prevalência desça, com o aumento da população vamos ter um bilião. A questão é como podemos reduzir impacto na sociedade e responder a essa procura continuada de produtos de tabaco através de melhores produtos”, destaca.
A aposta nestes novos “cigarros” implicou uma transformação de negócio profunda, com mudanças na cadeia de valores. “Hoje temos eletrónica, temos um driver completamente diferente para o nosso negócio.”
Além da decisão de abandonar os cigarros, a Tabaqueira definiu uma estratégia e um objetivo para todos tópicos materiais. O objetivo é “integrar a sustentabilidade com atividades de negócio, quer seja no desenvolvimento de novos produtos, quer seja na mitigação dos produtos existentes.”
Para garantir sucesso nesta estratégia, “a performance anual nestas métricas reflete na compensação do senior management team da empresa. 30% remuneração depende da performance da empresa na área da sustentabilidade“, detalha.
Quanto à empresa em Portugal, Miguel Coleta destaca que a unidade industrial de Sintra foi uma das primeiras a atingir a neutralidade carbónica, sendo que a equipa que gere todos os dados de ESG está em Lisboa, assim como um grupo de informação tecnológica para prevenir o acesso de menores nos novos produtos.
Desde 2017, a Tabaqueira duplicou a equipa, contando atualmente com 1.500 colaboradores.
(Correção: 40% das receitas geradas pelos novos produtos dizem respeito à Philip Morris International e não à Tabaqueira)
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