BRANDS' ECO “Temo que a Europa não esteja a acompanhar outros continentes”
A afirmação é de Vítor Bento, presidente da Associação Portuguesa de Bancos, que defendeu na Web Summit a necessidade de ter tecnologia de origem europeia para garantir controlo total.
Arrancou esta terça-feira o segundo dia da Web Summit Lisboa, onde a SIBS volta a marcar presença como parceira para os pagamentos digitais. Pelo espaço da fintech portuguesa no evento passaram parceiros e especialistas SIBS para partilhar projetos inovadores e perspetivas sobre o futuro. “As transformações na tecnologia estão a andar muito, muito depressa. Temo que a Europa não esteja a ser capaz de acompanhar o que está a acontecer noutros continentes e acho que este é um dos principais desafios”, comentou Vítor Bento.
O antigo Chairman da SIBS e atual presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB) defendeu que a Europa deve apostar em garantir autonomia tecnológica. “A Europa está a falhar em assegurar as suas próprias plataformas tecnológicas. Isso é um desafio”, insistiu.
Também por isso, considerou que “garantir a interoperabilidade” do MB WAY com outras soluções europeias é importante e reconheceu o trabalho positivo da SIBS neste sentido. Aliás, esta quarta-feira foi feita, ao vivo na Web Summit, uma demonstração prática de uma transação que envolve a aplicação portuguesa, a Bizum (Espanha) e BANCOMAT (Itália). “Essa devia ter sido a forma de fazer as coisas há muito tempo”, apontou Vítor Bento.
Celebrar a inovação
Passaram nove anos desde que a SIBS apresentou no mercado português o MB WAY, solução desenhada para acelerar a transferência de dinheiro entre utilizadores e que, de lá para cá, cresceu em número de clientes e em funcionalidades. “Tornou-se uma das soluções mais compreensivas do mercado, com cerca de 15 funcionalidades como códigos QR, pagamentos NFC, levantamentos de dinheiro sem cartão, pagamentos autorizados e muito mais, incluindo solidariedade social com mais de 350 instituições em Portugal”, descreveu Rui Lima.
O Chief International Officer (CIO) da SIBS – que falou, aqui, sobre o papel da inovação na empresa – garante que o caminho de futuro passa pela inovação contínua, que trará a utilização de “dados biométricos como medida de segurança nos pagamentos” e com novos casos de uso em setores tão díspares quanto o dos transportes públicos ou da restauração.
Assegurar toda a infraestrutura de pagamentos no recinto da Web Summit Lisboa é tarefa confiada à SIBS desde a primeira edição da cimeira tecnológica, em 2016. De acordo com Rui Lima, a fintech portuguesa garante este ano “uma rede de ATM que suporta mais de 180 nacionalidades dentro e fora do evento, e mais de 250 terminais para cerca de 100 comerciantes presentes”. Recorde-se que, em 2023, foram registadas mais de 85 mil transações durante a última edição da cimeira.
Soluções tecnológicas de futuro
Além de uma série de conversas com responsáveis da SIBS e ligados ao setor financeiro, o espaço da empresa na Web Summit conta com a presença de perto de duas dezenas de parceiros que desenvolveram novos produtos tendo como base os serviços da SIBS. Esta terça-feira, houve tempo para conhecer três projetos que estão a ser desenvolvidos no âmbito do SIBS Labs pela Card4B, Dipsit e Sandbit.
“O grande desafio é trazer as pessoas para os transportes públicos”, apontou João Almeida, CEO da Card4B, enquanto apresentava a iniciativa que lidera. Esta empresa “oferece soluções de mobilidade para as cidades” e quer simplificar a forma como os utilizadores pagam pela sua deslocação. “O meu sonho é termos uma solução que permita retirar todo o hardware dos transportes e registar entradas e saídas apenas pelo MB WAY”, afiançou.
Já a Dipsit, fundada em janeiro de 2023 por David Henriques, está a desenvolver uma aplicação móvel para “conectar ofertas e eventos” nas cidades e potenciar os negócios locais. A solução ainda está a ser trabalhada no ecossistema SIBS Labs, uma rede que o empreendedor considera muito útil por permitir “falar com outros parceiros e trocar ideias”, e não tem, para já, data de lançamento.
Hugo Loureiro é fundador e CEO da Sandbit, uma plataforma de gestão e aluguer de sombras e espreguiçadeiras. “Desenvolvemos uma app que faz a ligação entre as concessões de praia e os consumidores. Queremos ir para fora de Portugal, nomeadamente para os países do Mediterrâneo para onde vamos no próximo ano”, confirmou o responsável. Sobre a importância de integrar a SIBS Lab, o CEO diz que “a parceria deu reconhecimento e credibilidade” junto de consumidores e comerciantes, traduzindo-se em “venda de contratos”.
A Web Summit Lisboa realiza-se até quinta-feira, dia 14. Pode acompanhar no ECO a presença da SIBS no evento.
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