Atum é a conserva de peixe mais produzida em Portugal. Exportação rende 334 milhões
Portugal conta com 36 espécies de peixe em conserva e mais de 800 referências. Setor soma 3.500 empregos diretos, sendo 90% ocupados por mulheres. Mais de 60% da produção é vendida no estrangeiro.
O atum é a conserva mais produzida em Portugal, representando quase metade do total do setor de enlatados de peixe, mas é também a mais exportada, tendo representado 334 milhões de euros em 2023, e importada, segundo dados da ANICP.
A produção nacional de conservas de peixe em Portugal atingiu os 468 milhões de euros em 2022, “com um volume de produção de 80.000 toneladas. Este desempenho representa um crescimento de 28% em valor e 25% em quantidade em relação a 2021”, revelou a ANICP – Associação Nacional dos Industriais de Conservas de Peixe, numa nota enviada à Lusa.
O atum continua a ser a principal conserva produzida, tendo gerado 209 milhões de euros, ou seja, 45% do total do setor. Sardinhas, crustáceos e moluscos também têm um peso importante na produção do setor, apontou a associação, a propósito do Dia Nacional das Conservas, que se celebra esta sexta-feira.
Mais de 60% de toda a produção é destinada à exportação, sendo que, no ano passado, esta representou 334 milhões de euros, mais 10% em relação ao ano anterior.
Espanha e França são os principais destinos de exportação, representando 29% e 24% do volume exportado, respetivamente. Já relativamente ao preço de venda destacam-se os EUA (9,1 euros por kg), seguido por Itália (8,5 euros). O atum é também o principal produto exportado, representando 40% do total, sobretudo para Espanha (48%).
No ano passado, Portugal importou 289 milhões de euros em conservas, num total de 67.000 toneladas, o equivalente a um acréscimo de 8% em valor e de 6% em quantidade. Mais de metade destas importações é de conservas de atum. Espanha é o principal fornecedor (59%).
Em 2022, os custos operacionais do setor em Portugal foram de 384 milhões de euros. Neste período, o Valor Acrescentado Bruto (VAB) totalizou 78 milhões de euros e o resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) 35 milhões de euros.
A ANICP referiu que o setor “enfrenta uma crescente dificuldade na contratação de mão-de-obra local”, o que representa um desafio, sendo assim necessárias estratégias de atração e retenção de talento.
Neste sentido, as conserveiras implementaram políticas de melhoria das condições de trabalho, onde se inclui um programa de bolsas de estudo para o ensino técnico e superior, lançado em 2024, destinado a familiares de trabalhadores com baixos recursos financeiros.
Portugal conta com 36 espécies de peixe em conserva e mais de 800 referências. Este setor soma 3.500 empregos diretos, sendo 90% destes ocupados por mulheres.
O Dia Nacional das Conservas de Peixe, instituído por uma resolução da Assembleia da República, tem por objetivo reconhecer o valor desta indústria e sensibilizar para a importância dos produtos da pesca. A data escolhida para assinalar esta efeméride corresponde à da primeira distinção entregue a uma conserveira de peixe portuguesa no encerramento da Exposição Universal de Paris de 1855.
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