A urgência da Transição Energética
Num momento em que pode parecer haver menos pujança na luta contra as alterações climáticas, vale a pena dizer que o trabalho já feito no setor energético está a dar frutos e promete continuar.
A transição energética é uma necessidade urgente face às mudanças climáticas e à escassez de recursos naturais. A COP29, em curso no Azerbaijão, reforça e recorda-nos a importância de acelerar a adoção de energias limpas, melhorar a eficiência energética e criar infraestruturas resilientes. A neutralidade carbónica até 2050 exige um esforço coletivo, com todos os setores da sociedade
chamados a inovar e colaborar.
A transição não se limita à adoção de energias renováveis, envolve também uma transformação nas infraestruturas e no consumo de energia. As redes elétricas desempenham um papel central nesse processo, estando em pleno processo de evolução para redes inteligentes, incorporando mais dados e automação para se tornarem mais eficientes e integrarem todas estas mudanças na produção e no
consumo.
Um exemplo desta transição e modernização, que por vezes nos escapa, é a evolução para iluminação pública LED, que reduz o consumo de energia e as emissões de carbono de forma muito significativa. Mas vai muito para alem disso, porque permite gerir finamente a iluminação nas nossas cidades e começar a integrar nas infraestruturas de iluminação pública tecnologias como sensores
de qualidade do ar e pontos de carregamento de veículos elétricos, trazendo maior eficiência na utilização do espaço público e das infraestruturas, e acelerando a implementação das cidades inteligentes.
Muitas das soluções da transição energética só são possíveis com dados e digitalização.
Atualmente já todos temos contadores inteligentes, que permitem aos consumidores monitorizar e controlar o seu consumo de eletricidade a cada 15 minutos. Estes dados permitem que pessoas e empresas tomem melhores decisões, mais rapidamente. Permitem, ainda, uma maior flexibilidade da rede
elétrica na integração de energias renováveis e dos novos tipos de consumo, como veículos elétricos.
A transição energética faz-se por uma multiplicidade de agentes, pelo que a colaboração é cada vez mais uma necessidade. Partilha de dados abertamente, parcerias, pilotos, mecanismos digitais e contratuais que facilitem a colaboração, são iniciativas que essenciais, por vezes obrigando as empresas a saírem da sua zona de conforto tradicional.
Por último, a transição energética exige não apenas inovação tecnológica, mas também uma evolução permanente das políticas públicas, para que essa transição se traduza em produtos e soluções acessíveis e benéficas para todos.
Num momento em que pode parecer haver menos pujança na luta contra as alterações climáticas, vale a pena dizer que o trabalho já feito no setor energético está a dar frutos e promete continuar a acelerar no futuro, com benefícios ambientais, económicos e sociais.
É algo que nos deve motivar a todos, porque, no final do dia, não se trata apenas de números ou tecnologia, mas das histórias que cada um de nós quer contar no futuro sobre o que fizemos pelo planeta.
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