Tecnológicas fora do grupo das “Sete Magníficas” estão no radar da Allianz GI para 2025
Apesar de considerar que as ações do setor tecnológico "não estão baratas", Stefan Hofrichter, economista global da Allianz GI, coloca as tecnológicas como uma das apostas para o próximo ano.
O próximo ano vislumbra-se positivo para a generalidade dos ativos financeiros. Numa apresentação do Outlook da gestora alemã Allianz GI, realizada esta segunda-feira junto de investidores e jornalistas, Stefan Hofrichter, economista global e diretor do departamento de research macro do AllianzGI, revelou um cenário favorável tanto para as ações como para as obrigações, e também para o ouro.
“Os mercados acionistas deverão subir gradualmente em 2025”, suportados pelas expectativas de cortes de juros e pelo consenso de uma aterragem suave da economia, projetando “retornos positivos de um dígito dos dois lados do Atlântico”, destacou Hofrichter.
O Outlook para 2025 da gestora alemã aponta também para uma preferência por ações de crescimento (growth) e de qualidade. “As ações de crescimento poderão beneficiar das expectativas de cortes nas taxas de juro e de um menor momentum de crescimento económico. Por sua vez, as ações de qualidade têm maior probabilidade de se manterem resilientes em caso de aumento da volatilidade devido a receios sobre o crescimento ou incerteza política”, explicou Hofrichter.
Neste grupo de ações estão destacadamente os títulos de empresas tecnológicas para lá das “Sete magníficas”. “As ações do setor tecnológico não estão baratas, mas excluindo algumas empresas do grupo “Magnificent Seven”, as avaliações não são excessivas”, refere Hofrichter, sublinhando que “adicionamos ações tecnológicas em momentos de fraqueza em vez de as reduzir em períodos de força, e concentramo-nos em ações e subsetores com preços razoáveis e bom potencial de crescimento de lucros.”
Depois de este ano acumular até agora uma valorização de 26,6%, o metal dourado deverá continuar a valorizar nos próximos trimestres por conta dos esperados futuros cortes das taxas de juro.
Quanto às obrigações, a Allianz GI antecipa retornos positivos dos títulos de dívida soberana, particularmente nos EUA, beneficiando dos cortes de juros esperados por parte da Reserva Federal norte-americana (Fed). “Prevemos retornos positivos e uma curva de rendimentos mais inclinada para as obrigações do Tesouro dos EUA”, indicou o estratega, notando que antecipa uma rendibilidade das Treasurys perto dos 4,5%, nível a que estão a negociar atualmente, e que o spread entre os títulos americanos e europeus continue a alargar-se no próximo ano.
Hofrichter antecipa que em 2025, em termos absolutos, as obrigações dos EUA deverão render mais que as europeias, e isso deverá ser fortemente sustentado por o Banco Central Europeu (BCE) fazer mais “cortes das taxas de juro do que a Fed”, apesar de “o mercado já está a descontar isso”, sublinha o responsável da Allianz IG, que espera que as taxas de referência do BCE baixem para os 2% no próximo ano.
A visão dos especialistas da Allianz GI para 2025 aponta também para uma mudança significativa na correlação entre ações e obrigações. Hofrichter antecipa que a correlação entre estas duas classes de ativos deverá diminuir nos próximos trimestres, à medida que a inflação subjacente recua gradualmente.
Esta expectativa baseia-se na observação histórica de que as obrigações e as ações tendem a estar positivamente correlacionadas quando a inflação subjacente é superior a cerca de 2,5% a 3% (e o crescimento do PIB nominal é superior a cerca de 5% a 6%). “Como esperamos que a inflação de base desça gradualmente nos próximos trimestres, esperamos também que as obrigações e as ações voltem a estar menos positivamente correlacionadas”, mas Hofrichter não antecipa que essa correlação volte já no próximo ano a terreno negativo, como sucedeu durante vários anos.
Com um desempenho igualmente positivo deverá estar o ouro. Segundo as previsões da Allianz GI, depois de este ano acumular até agora uma valorização de 26,6%, o metal dourado deverá continuar a valorizar nos próximos trimestres por conta dos esperados futuros cortes das taxas de juro, do aumento estrutural da procura por parte dos bancos centrais de mercados emergentes, dos elevados níveis de dívida pública, da incerteza política e do receio dos investidores ficarem de fora do desta tendência (conhecido como o efeito de “missing out“).
Para a Allianz GI, 2025 afigura-se assim como um ano de oportunidades no mercado financeiro, embora os investidores devam manter-se atentos às flutuações económicas e geopolíticas que possam influenciar as previsões positivas. A prudência e a diversificação continuam a ser estratégias fundamentais num cenário que, apesar de promissor, não está isento de desafios, conclui Hofrichter.
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