“Inovação tem mais sucesso quando o privado arrisca o seu capital”, avisa Amorim

Líder da COTEC faz “apelo forte” ao reforço do investimento das empresas em I&D, notando que a meta europeia de chegar a 3% do PIB no final da década “não é suficiente” para competir com EUA e China.

O presidente da COTEC Portugal lançou esta terça-feira um “apelo forte” ao reforço do investimento empresarial em investigação e desenvolvimento (I&D), sublinhando que “o Estado e a academia farão a sua parte, mas as empresas portuguesas [vão] ter claramente de acelerar” essa aposta.

“O apoio público pode ajudar a potenciar as PME e a despertar todo o seu potencial de inovação. No entanto, a inovação tem mais sucesso quando o privado arrisca o seu capital”, sublinhou António Rios Amorim na abertura do 14.º Encontro PME Inovação COTEC-BPI, no Coliseu do Porto.

O líder da COTEC notou os “grandes progressos” no investimento das empresas portuguesas em I&D, cinco vezes superior ao que era há duas décadas (vs. 0,2% do PIB em 2003), mas notou que está “ainda longe do valor médio europeu, e a ser muito polarizado em torno de um número muito reduzido de empresas”.

O investimento das empresas portuguesas em I&D ainda está longe do valor médio europeu, e a ser muito polarizado em torno de um número muito reduzido de empresas.

António Rios Amorim

Presidente da COTEC Portugal

A meta fixada pela União Europeia é que o investimento em I&D equivalha a 3% do PIB até ao final desta década, com 2% a ser investido pelas empresas e 1% pelo sistema público, nomeadamente pela academia. “O grande problema é que isto não vai chegar. Nos EUA, o investimento empresarial em I&D é já 3,4% do PIB”, comparou o empresário, que é também presidente da Corticeira Amorim.

António Rios Amorim advertiu que “claramente, os 3% previstos na Europa em 2030 não vão ser suficientes se a Europa quer ter um papel relevante na inovação e na dinâmica económica face aos outros dois grandes blocos, os EUA e a China”, dramatizando que será preciso “acelerar muito mais o investimento em conhecimento, nos ativos intangíveis”.

“Não basta reconhecer que existiu progresso e que as empresas são hoje mais inovadoras. É preciso ter presente que é crítico um acompanhamento contínuo das empresas e uma constante renovação do próprio conceito de inovação, que acompanhe a evolução da realidade e possa preparar o futuro. (…) Antecipar o futuro é algo que temos de fazer nas nossas empresas todos os dias”, acrescentou.

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