França vive momento “muito sério”, avisa Michel Barnier
Os mercados já estão a reagir à instabilidade política francesa, fazendo disparar as taxas de juro. A segunda maior economia da zona euro está a pagar uma taxa maior que a de Portugal e Espanha.
Se o Governo de França cair, pode haver “turbulência séria nos mercados financeiros“, alertou o primeiro-ministro francês, Michel Barnier, acrescentando que este é “um momento muito sério”.
“As taxas de juros que temos que respeitar para financiar a nossa dívida perante investidores chineses ou americanos estão atualmente quase ao nível da Grécia”, disse Barnier, numa entrevista à emissora francesa TF1 e citada pelo Politico.
O parlamento francês tem vindo há semanas a debater o orçamento proposto pelo Governo liderado por Barnier e que está em funções há cerca de três meses. A proposta inclui um corte de 40 mil milhões de euros na despesa pública e um aumento de 20 mil milhões em impostos, tendo em vista a redução do défice crescente da França, que se prevê que atinja os 6,1% do PIB — ou seja, mais do dobro do limite de 3% exigido pelas regras da União Europeia.
O futuro parece estar nas mãos de Marine Le Pen, que está a decidir se vai chumbar o orçamento e derrubar o Governo em funções, ou não. Segundo a líder da União Nacional, o voto será contra a não ser que Barnier abdique dos impostos mais altos que estão previstos serem aplicados sobre a eletricidade e do atraso proposto no ajuste das pensões tendo em conta a inflação.
Os mercados não tardaram a reagir perante esta instabilidade política, fazendo disparar as taxas de juro. A segunda maior economia da zona euro já está a pagar uma taxa maior que a de Portugal e Espanha, estando a aproximar-se das da Grécia e Itália.
O chefe do Governo francês partilhou uma publicação no X (ex-Twitter) com parte da sua intervenção. “O momento é grave. Os franceses exigem estabilidade”, lê-se na descrição que acompanha a publicação.
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