ChatGPT “Amália” vai custar 5,5 milhões e ser financiado pelo PRR
"Amália" é a primeira iniciativa no âmbito da Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que será "apresentada de forma consolidada no primeiro trimestre de 2025".
“Amália”, o ChatGPT português, deverá ter um custo de 5, 5 milhões de euros financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e a sua versão intermodal, permitindo a interpretação de texto e vídeo, deverá estar concluída no final do 2º trimestre de 2026. “Amália” é a primeira iniciativa no âmbito da Agenda Nacional de Inteligência Artificial, que será “apresentada de forma consolidada no primeiro trimestre de 2025″.
“Amália” tem “previsto um investimento de 5,5 milhões de euros e um calendário de trabalho e desenvolvimento de 18 meses, do qual resultará uma primeira versão multimodal”, adianta o Ministério da Juventude e Modernização, em comunicado.
“A este valor acresce o vasto investimento já realizado em infraestrutura de computação, projetos de desenvolvimento e recursos humanos especializados que contribuirão em grande medida para o desenvolvimento do LLM” (large language model, em inglês), refere o Governo.
“O financiamento necessário à concretização do LLM Português é assegurado no âmbito do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e será desenvolvido inteiramente por entidades públicas. O financiamento do projeto estará exclusivamente destinado às entidades públicas envolvidas no desenvolvimento do Amália“, detalha o Governo.
O projeto anunciado por Luís Montenegro durante a Web Summit com data de arranque no primeiro trimestre de 2025. O Governo detalha agora que “Amália” é um projeto a 18 meses, período em que deverão ser conhecidas diversas versões “à medida que forem desenvolvidas novas funcionalidades”.
Assim, no final do primeiro trimestre de 2025, será disponibilizado uma versão beta do “Amália”, no final do terceiro trimestre de 2025 uma versão base e, por fim, no final do segundo trimestre de 2026, uma versão multimodal, isto é, “capaz de interpretar diversos formatos de dados”, como texto, imagem e vídeo.
“Todas as versões desenvolvidas serão disponibilizadas de forma gratuita e em open source, para que seja utilizado por todos, incluindo Academia, centros de investigação, entidades públicas, empresas e cidadãos”, precisa o Governo.
Quem está envolvido
O projeto — justificado como uma iniciativa que visa “contribuir para a preservação da soberania nacional, distinguir as diferentes variantes da língua portuguesa e reconhecer elementos da cultura e história de Portugal” — será desenvolvido por um consórcio de centros de investigação públicos, mas tendo também o contributo de entidades privadas.
No Governo esta iniciativa será “liderada conjuntamente” pela ministra da Juventude e Modernização, Margarida Balseiro Lopes, “que tem competência delegada do Primeiro-Ministro relativamente à Inteligência Artificial”, e pelo ministro da Educação, Ciência e Inovação, Fernando Alexandre.
A “execução operacional” será liderada pela Agência para a Modernização Administrativa — “responsável pela gestão da iniciativa e por assegurar as condições necessárias para a futura disseminação do LLM por todos os seus potenciais utilizadores públicos e privados” — e pela Fundação para a Ciência e Tecnologia. Esta será responsável “por coordenar, junto dos centros de investigação, o treino e desenvolvimento do LLM, assegurar a infraestrutura necessária para o treino e alojamento do LLM, e pelo tratamento e curadoria dos dados que serão utilizados para este treino e desenvolvimento”.
O treino e desenvolvimento do “Amália” será executado por um “consórcio liderado pelos centros de investigação Nova LINCS da Universidade Nova de Lisboa, Instituto de Telecomunicações e Instituto Superior Técnico” e “integrará outros centros de investigação nacionais” no âmbito da Inteligência Artificial.
“Será também formado um Comité de Acompanhamento Especializado, constituído por peritos em Inteligência Artificial, como é disso exemplo o Center for Responsible AI“.
“Este grupo será responsável por assegurar as melhores práticas de desenvolvimento de Modelos de Linguagem de Grande Escala, o cumprimento dos princípios éticos e de segurança e aconselhar sobre o potencial de aplicações do modelo nos diversos setores de atividade”, detalha o Governo.
“O Governo quer posicionar o Estado como um acelerador e impulsionador do ecossistema de investigação e inovação no âmbito da Inteligência Artificial, e criar bases fundacionais importantes para o desenvolvimento da tecnologia através de processos criativos e transformadores em Portugal”, assinala ainda Executivo em comunicado.
“Esta iniciativa de desenvolvimento do LLM Português é a primeira divulgada no âmbito da Agenda Nacional de Inteligência Artificial que será apresentada de forma consolidada no primeiro trimestre de 2025″, informa o Governo.
Está em consulta pública, desde 21 de novembro, a Estratégia Digital Nacional que integra a Agenda Nacional de Inteligência Artificial, onde está inserida esta iniciativa.
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