BRANDS' ECO Já são conhecidos os vencedores do Prémio Inovação Expo Fish
Foram 44 as candidaturas e 24 os finalistas à distinção que visa identificar e apoiar projetos em áreas relacionadas com o mar. A 4ª edição da Expo Fish foi a a recordista de ideias.
Crackers de farinha de espinha de peixe e alecrim, desenvolvidas por um grupo de estudantes da Universidade Católica do Porto, foi o projeto vencedor do Prémio Inovação Expo Fish 2024. Já os segundo e terceiro prémios foram entregues, respetivamente, ao projeto ‘Conserva azul’, resultado de uma parceria entre a Agência Nacional dos industriais de conservas de peixe e a Universidade Católica, e que visa promover a sardinha portuguesa certificada no Japão, e a um projeto de investigação que procura reduzir as deformações ósseas em peixes de aquacultura com alimentos funcionais contendo microalgas, uma parceria entre a CCMAR (Centro de Ciências Marinhas da Universidade do Algarve) e a Necton.
O segundo dia da Expo Fish foi integralmente dedicado às ideias e projetos inovadores. Os 24 finalistas, candidatos ao Prémio Inovação desta 4ª edição, resultaram de uma criteriosa seleção a partir de 44 candidaturas. “Foi o maior número de sempre”, congratulou-se Sérgio Faias. O presidente do Conselho de Administração da Docapesca, promotora da iniciativa em parceria com a ALIF (Associação Nacional da Indústria pelo Frio e Comércio de Produtos Alientares), lembrou que o objetivo é premiar ideias e investigação que surjam de empresas, start-ups, instituições científicas, ou das universidades.
Durante a manhã, e ao início da tarde, os responsáveis pelos 24 projetos finalistas subiram ao palco para um último pitch de 10 minutos. Perante o júri, constituído por Manuel Tarré, presidente da ALIF, Rita Lourenço, vogal do Conselho de Administração da Docapesca, Ruben Eiras, Secretário-Geral da Fórum Oceano, Rita Sousa, partner na Faber, Manuel Nery Nina, Chief Project Officer na Go Parity, Conceição Calhau, professora catedrática e coordenadora na licenciatura em Ciências da Nutrição e no mestrado em Nutrição Humana e Metabolismo na Nova Medical School, as equipas mostraram o valor acrescentado e a inovação dos seus projetos.
À tarde, e após a deliberação do júri que, nas palavras de Manuel Tarré, “demorou mais do que o previsto porque a qualidade dos projetos é muito elevada”, foram então conhecidos os vencedores.
Inspiração nos vencedores anteriores
Mas, antes ainda de subirem ao palco os representantes dos projetos vencedores da 4ª edição da Expo Fish, um breve painel de debate juntou os três distinguidos em 2023. Uma solução inovadora na área da aquacultura sustentável que investiga o processo de produção de pepinos do mar para consumo humano, snacks naturais para animais de estimação produzidos com subprodutos da indústria conserveiras (peles, espinhas, entranhas de peixe), e a utilização de desperdícios agrícolas para incorporar em rações para peixes de aquacultura foram as ideias que ocuparam o Top3 no ano passado.
Sobre o impacto do prémio no desenvolvimento do projeto, Francisco Azevedo e Silva, da Universidade de Lisboa Mare (Centro de Ciências do Mar e Ambiente) e promotor da ideia vencedora, destacou a maior facilidade em desenvolver parcerias, a publicação de mais artigos científicos sobre o tema e a integração de um dos doutorandos da equipa numa das empresas parceiras, através de uma bolsa de investigação da FCT (Faculdade de Ciências e Tecnologia). “Temos tido resultados muito promissores na investigação em laboratório e o objetivo é transferir conhecimento para a indústria e continuar a inovar”, revelou ainda.
Já Tiago Braga, que participou por via remota, congratulou-se com as sinergias conseguidas com cada vez mais conserveiras para o fornecimento dos subprodutos daquela indústria. O responsável da marca ‘Bake My Dog Happy’, que produz os snacks ‘Apetitus’, disse ainda que o projeto utiliza agora também subprodutos de atum e salmão e que investiu este ano em novas máquinas para a produção. O negócio, reforça, continua a crescer, “esperávamos ter três toneladas para transformar e já temos sete”.
Um ano depois de arrecadar o terceiro lugar no Prémio Inovação Expo Fish, Marta Dias e Ana Luísa Moreau, da Universidade Nova de Lisboa (Unidade de Ciências Biomoleculares) investiram na criação de uma candidatura a financiamento que está a ser avaliada. O objetivo é materializar a ideia e dinamizar a investigação sobre o tema. Adicionalmente, a equipa conta com o apoio de associações de produtores e de produtores de rações, e também da ALIF, para, em conjunto, “perceber melhor de que forma podemos retirar os desperdícios agrícolas, reduzir o seu impacto no ambiente, e diminuir os respetivos custos associados para os produtores”, disseram.
Dentro de um ano será a vez de os novos vencedores partilharem a sua experiência no mercado e inspirarem os futuros candidatos a estes prémios.
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