Construtora Casais transfere equipa da subsidiária alemã para projeto de energia em Sines
Grupo de construção de Braga decidiu suspender, pela primeira vez, a atividade da subsidiária alemã na construção tradicional devido à crise que o setor enfrenta no país. "Não há edificação".
A crise que se vive no mercado imobiliário alemão, com grande impacto no setor da construção tradicional, levou o Grupo Casais a suspender, pela primeira vez em 30 anos, a atividade nesta área na Alemanha, mobilizando estes recursos para um projeto de transição energética em Sines.
Apesar da suspensão do seu negócio tradicional, através da subsidiária CNT Europe, o grupo de Braga mantém a operação da CNT Bau, especializada em construção sustentável, antecipando uma faturação de 30 milhões de euros no próximo ano naquele país.
“Vamos suspender a nossa atividade na Alemanha pela primeira vez em 30 anos”, adiantou António Carlos Rodrigues, CEO do Grupo Casais, esta semana, numa intervenção durante a 7.ª edição da Fábrica 2030, uma conferência organizada pelo ECO na Alfândega do Porto.
Em resposta à quebra no mercado de construção tradicional, o Grupo Casais mobilizará temporariamente os recursos da CNT Europe para um projeto de transição energética em Portugal, mais especificamente numa unidade em Sines.
O empresário justificou a decisão de abandonar temporariamente este mercado devido ao facto de não haver “edificação” no país que foi o “berço da internacionalização” para o grupo, em 1994. A crise que se vive no mercado alemão, “com setores como o automóvel e a construção tradicional em forte contração nos últimos 18 meses, fenómeno que se espera prolongar até 2025″, levou a empresa a repensar a atividade no país.
“A atividade imobiliária, em particular, foi significativamente impactada pelo aumento das taxas de juro e isso levou à quebra na construção de edifícios em betão armado, área em que a CNT Europe, subsidiária da Casais, operava com destaque”, justifica agora o grupo bracarense, em comunicado. Esta unidade contribuiu para projetos emblemáticos, como a Chancelaria do Governo Alemão, “mas a elevada dependência de mão-de-obra qualificada e a menor procura por obras tradicionais” levaram a empresa “a reconfigurar a estratégia no imediato”.
“Em resposta à quebra no mercado de construção tradicional, o Grupo Casais mobilizará temporariamente os recursos da CNT Europe para um projeto de transição energética em Portugal, mais especificamente numa unidade em Sines”, explica a empresa. “Este ajuste operacional reflete a flexibilidade da nossa estratégia e a visão de longo prazo para os mercados europeus”, remata.
A operar há 30 anos no mercado alemão, o grupo lançou em 2014 a CNT Bau, “com a qual procurou implementar na Alemanha uma estratégia complementar àquela que a empresa vinha a desenvolver desde o início da sua atividade nesta geografia”. Garante ainda que, ao contrário do negócio tradicional, “apresenta um crescimento robusto, posicionando-se como a unidade responsável pela implementação de princípios de construção off-site e soluções sustentáveis.”
“O Grupo Casais mantém uma perspetiva otimista para o mercado alemão. Em 2025, espera-se que a CNT Bau alcance uma faturação próxima de 30 milhões de euros, alinhando-se com as crescentes necessidades de sustentabilidade e descarbonização”, prevê o CEO da empresa. “A nossa diferenciação, baseada na industrialização, sustentabilidade e digitalização, coloca-nos numa posição atrativa para capturar as oportunidades que o mercado alemão continua a oferecer”, acrescenta.
O líder da companhia minhota realça ainda, na mesma nota enviada ao ECO, que o ajuste no mercado alemão reforça a estratégia global do grupo, que passa por integrar a sustentabilidade e a industrialização na conceção e execução dos projetos.
“O Grupo Casais mantém-se firme na visão de construir um futuro sustentável, adaptando-se às circunstâncias de mercado sem perder de vista o compromisso com a excelência e inovação. O mercado alemão é, há 30 anos, e continuará a ser um pilar estratégico no crescimento global do grupo”, remata António Carlos Rodrigues.
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