Mikheil Kavelashvili chega a Presidente da Georgia numa eleição sem oposição
Marcou um golo pelo Manchester City contra Schmeichel e Cantona, e agora é presidente da Georgia, contra o Ocidente. Atual chefe de Estado recusa deixar o cargo.
A Georgia tem um novo Presidente, Mikheil Kavelashvili, político crítico do Ocidente e visto como pró-russo. Eleito de forma indireta por um colégio eleitoral com apenas 300 pessoas, das quais 224 votaram a seu favor, o ex-futebolista que não conseguiu chegar a presidente da federação de futebol do seu país, torna-se o sucessor de Salomé Zurabishvili.
A ainda chefe de Estado recusa deixar o cargo até que haja novas eleições legislativas, contestando os resultados apurados a 26 de outubro. Nas ruas, registam-se grandes protestos contra a eleição.
A eleição deste sábado decorreu com apenas um candidato, apoiado pelo Sonho Georgiano, que reclama vitória nas eleições legislativas de 26 de outubro. Este partido foi fundado por Bidzina Ivanishvili, milionário que fez fortuna na Rússia na década de 1990 e, aquando da chegada de Putin ao poder, se mudou para França.
Já a oposição, que contesta o resultado das legislativas, recusou-se a participar nesta escolha que levou o político de extrema-direita com 53 anos a Presidente. Os opositores do Sonho Georgiano asseguram que não se sentarão no Parlamento.
No futebol, o agora Presidente começou a jogar no Dinamo Tbilisi, em 1989. O auge da carreira foi a passagem, curta, pelo Manchester City, onde o avançado marcou no primeiro jogo, em abril de 1996, contra o rival Manchester United, onde estavam jogadores como Peter Schmeichel (que, três anos depois, viria a ingressar no Sporting Clube de Portugal) e Eric Cantona.
Agora, na Georgia, a oposição pretende que sejam convocadas novas eleições legislativas e alega que os deputados não têm legitimidade suficiente para nomear o sucessor de Zurabishvili, cujo mandato termina oficialmente na próxima quarta-feira.
Os grupos da oposição continuam a recusar-se a reconhecer a vitória do partido no poder, o Sonho Georgiano, nas eleições de outubro e alertaram para o facto de se tratar de um partido próximo da Rússia e que está a afastar o país da via da integração europeia.
A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de protestos contra o Governo há mais de duas semanas, que estima que mais de 400 pessoas tenham sido presas desde o início das manifestações.
A situação levou as autoridades a ordenar o envio de reforços para as imediações do parlamento, palco de mais de duas semanas de protestos antigovernamentais. Desde o início dos protestos já foram detidas mais de 400 pessoas.
A eleição deste sábado para Presidente foi, pela primeira vez, conduzida por um Colégio Eleitoral, órgão composto por deputados e representantes dos governos locais, bem como das regiões de Ayaria e Abkhazia, esta última que o governo georgiano ainda considera parte do seu território, apesar da sua independência “de facto”.
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