“O papel do empresário não é apenas ganhar dinheiro, mas também reconhecer as pessoas e ajudá-las quando têm dificuldades”
Francisco Quintela e Carlos Penalva, fundadores da Quintela + Penalva | Knight Frank, partilham no E Se Corre Bem? a jornada de sucesso da imobiliária e os desafios de empreender em Portugal.
No mais recente episódio de E Se Corre Bem?, Francisco Quintela e Carlos Penalva, sócios fundadores da Quintela + Penalva | Knight Frank, partilharam a história da criação da sua agência imobiliária e os desafios de gerir uma empresa num mercado altamente competitivo.
A empresa nasceu em 2004, resultado da fusão de duas trajetórias muito distintas, mas complementares. Francisco Quintela, licenciado em Direito, revelou que entrou no setor imobiliário por acaso: “Tive um problema na minha vida pessoal e, de repente, tive que desencantar 500 a 600 contos. Um tio meu pediu-me ajuda para vender a casa dele. Ajudei-o, e foi assim que tudo começou.” Por outro lado, Carlos Penalva, que vinha do setor bancário, viu no imobiliário uma oportunidade de empreender ao lado de Francisco Quintela. “Estava a trabalhar por conta de outrem, estava muito bem, mas sentia que existia aqui um potencial para desenvolver e, quer queira, quer não, dentro de uma estrutura eu sentia que havia um teto”, explica.
"Se vemos uma oportunidade e temos o valor dentro da empresa, agarramo-la”
Desde o início, o ADN da empresa assentou na identificação de oportunidades. Carlos Penalva sublinhou: “Se vemos uma oportunidade e temos o valor dentro da empresa, agarramo-la.” Esta visão permitiu-lhes navegar com sucesso até mesmo durante a crise financeira de 2008. Segundo Francisco Quintela, esse período foi um marco de reinvenção: “Estivemos um ano e meio sem ganhar nada. Foi como nos filmes, quando a pessoa está a afogar-se e de repente consegue respirar por um tubo pequeno.”
Hoje, a Quintela + Penalva | Knight Frank é sinónimo de excelência no mercado imobiliário de luxo, mas o caminho foi construído com muito esforço. A dupla acredita na importância de valorizar as pessoas da equipa, promovendo um sentido de pertença. “Temos colaboradores connosco há mais de 11 anos. O papel do empresário não é apenas ganhar dinheiro, mas também reconhecer as pessoas e ajudá-las quando têm dificuldades”, destacou Francisco Quintela.
Ainda assim, ambos admitem que o contexto fiscal e laboral em Portugal dificulta o crescimento. Carlos Penalva chamou atenção para a elevada tributação: “Estamos a entrar numa fase em que a tributação é tão elevada que não permite à empresa, por mais saudável que esteja, pensar a médio e longo prazo.” Já Francisco Quintela criticou o clima empresarial nacional: “Em Portugal, não se pode ser rico. Temos um sócio silencioso que é o Estado. Se tudo corre mal, pagamos nós. Se tudo corre bem, dividimos os lucros.”
Apesar dos desafios, os sócios afirmaram que a gerência partilhada tem sido uma das chaves para o sucesso. Hoje, a empresa destaca-se pela transversalidade dos seus departamentos e pela capacidade de oferecer uma experiência completa aos clientes. Como concluiu Carlos Penalva: “A nossa curva de talentos tem crescido brutalmente, não apenas em número, mas em talento qualitativo”.
Este podcast está disponível no Spotify e na Apple Podcasts. Uma iniciativa do ECO, que Diogo Agostinho, COO do ECO, procura trazer histórias que inspirem pessoas a arriscar, a terem a coragem de tomar decisões e acreditarem nas suas capacidades. Com o apoio do Doutor Finanças e da Nissan.
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“O papel do empresário não é apenas ganhar dinheiro, mas também reconhecer as pessoas e ajudá-las quando têm dificuldades”
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