Produção industrial portuguesa encolheu quase 5% em dezembro 

Energia foi a principal responsável por esta quebra no índice de produção industrial.

O índice de produção industrial apresentou uma contração homóloga de 4,9% em dezembro, com o setor da energia a ser o principal motivador desta quebra. Em novembro, a redução tinha sido de 2,5%, de acordo com os dados divulgados esta sexta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE). Dezembro é assim o segundo mês consecutivo em que o indicador está no vermelho.

O agrupamento de energia apresentou o contributo mais importante para a variação do índice total, representando uma quebra de 2,2 pontos percentuais no índice de produção industrial em dezembro. Esta quebra é motivada por uma taxa de variação de -15,4%, que se segue de uma quebra de 10,1% em novembro.

Os bens de consumo deram um contributo igualmente intenso (dois pontos percentuais), em resultado de uma variação homóloga de -6,1% (-2,4% em novembro), mostram os dados do INE.

O único contributo positivo (0,1 pontos percentuais teve origem nos bens de investimento, que passou de uma taxa de variação de -0,6%, em novembro, para 0,5% no mês em análise.

No conjunto do ano, o índice de produção industrial aumentou 0,2%, após uma redução de 3,1% no ano anterior. O agrupamento de energia registou o melhor desempenho, com uma variação média anual de 5,4% (-3,4% no ano anterior), enquanto o agrupamento de bens intermédios apresentou a variação negativa mais relevante, -2,3% (-6,1% em 2023). As indústrias transformadoras tiveram uma variação nula, após uma redução de 3,6% em 2023.

A travagem da atividade industrial está a ter como reflexo a onda de despedimentos coletivos. Só o ano passado foram comunicados 497 despedimentos coletivos, o valor mais elevado desde 2020. Representa um aumento de 15,3% (mais 66) face a 2023, superando os números nos três anos anteriores, segundo dados da Direção-Geral do Emprego e das Relações de Trabalho (DGERT).

Lisboa e Vale do Tejo foi, à semelhança dos últimos anos, a região onde se registou o maior número de despedimentos comunicados, totalizando os 259. Já por setores de atividade, e no que diz respeito a dezembro, cerca de um quarto (26%) dos despedimentos comunicados foram nas indústrias transformadoras, seguido pelas “atividades administrativas e dos serviços de apoio”.

No final de outubro, a ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social já tinha apontado que o aumento do número de trabalhadores abrangidos por despedimentos coletivos é preocupante e assegurou que o Governo estava a “acompanhar” a situação.

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