Javier Tebas: “Não é muito sério apresentar a Superliga sem falar de governação e com três formatos em três anos”

  • Servimedia
  • 3 Fevereiro 2025

Javier Tebas manifestou a sua oposição ao último projeto da Superliga que considera ser uma ameaça à sobrevivência das competições nacionais e ao atual ecossistema do futebol europeu.

Tebas insistiu que o último projeto da Superliga, em dezembro passado, “não é sério” porque “estão a tentar enganar o futebol europeu, por isso temos de o explicar. Se não o fizermos, alguns clubes podem acreditar. As pessoas não devem pensar apenas no formato: o modelo desportivo é elitista e oligárquico. Foi o que afirmou em entrevistas ao “The Guardian” e ao “El País”.

Salienta ainda que o objetivo da A22, promotora da possível competição, é “gerar instabilidade e incerteza no futebol europeu” e, por isso, o dirigente considera que “é preciso estar atento, porque o dia a dia de um clube absorve-nos tanto que não temos tempo para analisar em profundidade este tipo de abordagem. As ligas deviam falar claramente sobre este problema.

“Não é sério que tenhamos três formatos em três anos e apresentemos um formato que não fala de governação. Não podemos estar a falar de salvar o futebol, como disse o presidente Pérez, e fazer isto”, observou na entrevista ao El País.

Além disso, face ao novo formato do campeonato A22, que apresenta uma competição com acesso a partir das ligas nacionais, Javier Tebas descreveu-o no “El País” como “elitista”, porque 12 dos 16 clubes da categoria Star – a categoria mais elevada do projeto da Superliga – pertencem às cinco grandes ligas e observou que “se os mesmos clubes forem sempre para uma competição que presumimos que vai gerar muito dinheiro, haverá ainda mais um fosso nas competições nacionais. E quanto maior for o fosso económico, menos competitiva será a competição e mais valor perderá”.

Tebas disse ainda ao Guardian que tem “a certeza de que estão a tentar pressionar a UEFA para chegar a algum tipo de acordo”. Sei que a A22 se reuniu com alguns clubes, falou sobre o assunto e explicou-o, mas ninguém deu esse passo em frente. O que eles querem é chantagear a UEFA”.

Os direitos audiovisuais do futebol também serão afetados por este projeto. Foi o que afirmou o dirigente ao “El País”, que falou da “insegurança” causada por projetos como a Superliga, uma vez que “já há alguns sítios que obrigam a colocar nos contratos que o preço será revisto”. O modelo audiovisual proposto pela A22 “não é viável”, afirmou. E acrescentou: “Um dia é tudo gratuito, outro dia é híbrido, outro dia não sei como é que é… Isto parece um circo”, na linha do que também defendeu para as inúmeras alterações no formato do concurso.

A entidade indicou que a implementação de uma competição como a Superliga teria um impacto no atual sistema do futebol europeu e poderia afetar uma estrutura que, em Espanha, de acordo com o estudo “Impacto socioeconómico do futebol profissional em Espanha” elaborado pela KPMG, cria mais de 194.000 empregos, gera 8.390 milhões de euros em impostos e representa cerca de 1,44% do PIB nacional.

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