Marques Mendes lança-se a Belém porque “não é tempo de aventuras”. E entregou o cartão de militante do PSD
Candidato à Presidência da República defende que é preciso experiência política para o cargo. Marques Mendes considera que o Chefe de Estado deve ter causas e intervir ativamente.
Luís Marques, comentador político e ex-dirigente social-democrata, oficializou esta quinta-feira a candidatura à Presidência da República, defendendo que é preciso experiência política para o cargo e que “não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro”. Num discurso a partir de Fafe, de onde é natural e onde iniciou a vida profissional, revelou ainda que entregou o cartão de militante do PSD como ato simbólico da sua independência.
“O cargo do Presidente da República é um cargo eminentemente político e, assim, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro“, afirmou, naquilo que pode ser interpretado como uma farpa a Henrique Gouveia e Melo, o protocandidato mais bem posicionado nas sondagens, sem experiência política e que fez carreira na Marinha.
Ao longo de um discurso no qual procurou salientar o seu curriculum político, Marques Mendes argumentou que “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança, certeza e previsibilidade” num contexto de “parlamento nacional mais dividido e fragmentado” e uma “Europa economicamente estagnada”.
“Sinto que devo reafirmar a minha historia política e sinto-me confortado como a forma como sempre fiz política em Portugal”, disse, garantindo que a sua candidatura assenta em “valores”, é fundada em “desafios” e orientada para “compromissos”.
O agora candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém revelou que “não por renegar” as suas origens partidárias mas “num ato simbólico”, para reafirmar a sua “candidatura de independência e imparcialidade”, entregou o cartão de militante do PSD.
“Quero ser o Presidente de todos os portugueses“, afirmou.
Reavaliação das leis eleitorais
Luís Marques Mendes assumiu o “compromisso com a ética política” e defendeu que é preciso “reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados“. No entanto, não se ficou por aqui. De acordo com o candidato presidencial o país deve “rever o funcionamento dos partidos, que estão muito fechados, para que criem dentro de si órgãos de natureza ética“.
Para o advogado natural de Fafe, é necessário que o Parlamento “disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes, chocantes e eticamente censuráveis“, considerando que “é preciso mais cuidado e exigência na escolha de titulares de cargos públicos”.
“A degradação política que há anos se vive em Portugal não é aceitável“, vincou. Defendeu ainda que o Presidente da República deve ser um “construtor de pontes” para “evitar crises políticas” – que “não são modo de vida” –, “mediando consensos” e “estimulando entendimentos”.
Para Marques Mendes, “o Presidente da República não é uma entidade meramente simbólica”. Ou seja, “deve ter causas e intervir ativamente na sua defesa“, apontou. Neste sentido, apontou a “pobreza empregada” – em alusão à população que mesmo empregada sofre de pobreza –, considerando que “o trabalho digno deve dar lugar a uma vida digna”, mas também a criação de riqueza.
“Sem um país mais rico dificilmente seremos uma sociedade mais justa”, salientou, prometendo defender “o Estado Social”. Ademais, aludiu à justiça e ao combate à corrupção, ao apoio à imigração regulada e ao incentivo à natalidade, ao combate à violência doméstica, mas também à segurança.
(Notícia atualizada às 19h11)
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