Marques Mendes lança-se a Belém porque “não é tempo de aventuras”. E entregou o cartão de militante do PSD

Candidato à Presidência da República defende que é preciso experiência política para o cargo. Marques Mendes considera que o Chefe de Estado deve ter causas e intervir ativamente.

Luís Marques, comentador político e ex-dirigente social-democrata, oficializou esta quinta-feira a candidatura à Presidência da República, defendendo que é preciso experiência política para o cargo e que “não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro”. Num discurso a partir de Fafe, de onde é natural e onde iniciou a vida profissional, revelou ainda que entregou o cartão de militante do PSD como ato simbólico da sua independência.

O cargo do Presidente da República é um cargo eminentemente político e, assim, deve ser exercido por quem tem experiência política. Não é tempo de aventuras, experimentalismos ou tiros no escuro“, afirmou, naquilo que pode ser interpretado como uma farpa a Henrique Gouveia e Melo, o protocandidato mais bem posicionado nas sondagens, sem experiência política e que fez carreira na Marinha.

Ao longo de um discurso no qual procurou salientar o seu curriculum político, Marques Mendes argumentou que “a experiência não é tudo, mas só a experiência garante segurança, certeza e previsibilidade” num contexto de “parlamento nacional mais dividido e fragmentado” e uma “Europa economicamente estagnada”.

“Sinto que devo reafirmar a minha historia política e sinto-me confortado como a forma como sempre fiz política em Portugal”, disse, garantindo que a sua candidatura assenta em “valores”, é fundada em “desafios” e orientada para “compromissos”.

O agora candidato à sucessão de Marcelo Rebelo de Sousa em Belém revelou que “não por renegar” as suas origens partidárias mas “num ato simbólico”, para reafirmar a sua “candidatura de independência e imparcialidade”, entregou o cartão de militante do PSD.

Quero ser o Presidente de todos os portugueses“, afirmou.

O candidato à Presidência da República, Luís Marques Mendes, intervém durante a sessão de apresentação da sua candidatura presidencial, no auditório do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Fafe, 6 de fevereiro de 2025. O candidato, que já foi deputado, autarca, ministro de quatro governos e líder do PSD, fez questão de destacar a sua experiência política como uma mais-valia para o cargo de Presidente da República.JOSÉ COELHO/LUSA

Reavaliação das leis eleitorais

Luís Marques Mendes assumiu o “compromisso com a ética política” e defendeu que é preciso “reavaliar as leis eleitorais, alterando o método de escolha dos deputados“. No entanto, não se ficou por aqui. De acordo com o candidato presidencial o país deve “rever o funcionamento dos partidos, que estão muito fechados, para que criem dentro de si órgãos de natureza ética“.

Para o advogado natural de Fafe, é necessário que o Parlamento “disponha de instrumentos para poder suspender deputados que têm comportamentos desviantes, chocantes e eticamente censuráveis“, considerando que “é preciso mais cuidado e exigência na escolha de titulares de cargos públicos”.

A degradação política que há anos se vive em Portugal não é aceitável“, vincou. Defendeu ainda que o Presidente da República deve ser um “construtor de pontes” para “evitar crises políticas” – que “não são modo de vida” –, “mediando consensos” e “estimulando entendimentos”.

Para Marques Mendes, “o Presidente da República não é uma entidade meramente simbólica”. Ou seja, “deve ter causas e intervir ativamente na sua defesa“, apontou. Neste sentido, apontou a “pobreza empregada” – em alusão à população que mesmo empregada sofre de pobreza –, considerando que “o trabalho digno deve dar lugar a uma vida digna”, mas também a criação de riqueza.

“Sem um país mais rico dificilmente seremos uma sociedade mais justa”, salientou, prometendo defender “o Estado Social”. Ademais, aludiu à justiça e ao combate à corrupção, ao apoio à imigração regulada e ao incentivo à natalidade, ao combate à violência doméstica, mas também à segurança.

(Notícia atualizada às 19h11)

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