IA revoluciona a medicina reprodutiva com um software que prevê a probabilidade de sucesso após a vitrificação de óvulos

  • Servimedia
  • 10 Fevereiro 2025

A IA está a transformar a medicina em múltiplas especialidades, da oncologia à neurologia, melhorando a capacidade de diagnóstico, a personalização dos tratamentos e otimização dos recursos de saúde.

Mas é no domínio da reprodução assistida que o seu impacto é particularmente relevante, uma vez que permite a análise de grandes volumes de dados e fornece informações mais precisas sobre as hipóteses de sucesso dos tratamentos.

Um dos mais recentes avanços neste domínio é o desenvolvimento de um software baseado em IA que pode prever a probabilidade de uma mulher ter um bebé com os seus óvulos previamente vitrificados. Esta ferramenta, com uma precisão de 75%, avalia individualmente a qualidade dos ovócitos e o potencial reprodutivo, marcando um ponto de viragem na preservação da fertilidade.

Todos os anos, o número de mulheres que optam pela vitrificação de ovócitos aumenta 40%, refletindo a crescente procura de soluções para adiar a gravidez sem comprometer as taxas de sucesso. De acordo com os especialistas, a vitrificação de óvulos antes dos 35 anos aumenta em 40% as hipóteses de uma futura gravidez, uma vez que a fertilidade feminina diminui progressivamente com a idade, perdendo 5% da capacidade reprodutiva por ano a partir dessa idade.

PREVER AS HIPÓTESES DE SUCESSO

O novo software de IA utiliza algoritmos que combinam múltiplas variáveis, como a idade da paciente e a qualidade dos óvulos recuperados, para fornecer um relatório pormenorizado sobre a probabilidade de uma futura gravidez bem sucedida. “Até agora, os especialistas só podiam avaliar a quantidade de óvulos obtidos num tratamento de preservação, sem dispor de um método rigoroso para estimar a sua viabilidade reprodutiva. Com esta nova ferramenta, as pacientes poderão tomar decisões mais informadas e seguras”, explica a Dra. Vanessa Vergara, Diretora Médica do IVI na Península Ibérica, América Latina e República Checa.

Este avanço é particularmente relevante, uma vez que até à data não existia um sistema quantitativo capaz de prever a capacidade dos óvulos para gerar uma gravidez com uma base científica sólida. Graças a esta tecnologia, as mulheres poderão saber antecipadamente se os óvulos que vitrificaram têm uma probabilidade alta ou baixa de resultar numa gravidez, o que lhes permitirá planear o seu futuro reprodutivo com maior precisão.

ANÁLISE GENÉTICA

Para além da aplicação da IA, é também possível realizar estudos genéticos complementares para as pacientes que desejam preservar a sua fertilidade. Através de uma análise de sangue, é possível detetar possíveis alterações genéticas que possam afetar o processo reprodutivo.

“Se uma paciente for portadora de uma doença genética, necessitará de um maior número de óvulos para aumentar as hipóteses de sucesso na FIV com diagnóstico genético pré-implantação”, explica a Dra. Vergara. “A combinação da Inteligência Artificial e da análise genética permite-nos oferecer uma abordagem mais personalizada e melhorar os resultados em cada caso”, acrescenta.

A utilização da Inteligência Artificial na reprodução assistida não se limita à vitrificação de óvulos. Atualmente, esta tecnologia já está a ser utilizada em diferentes áreas do processo reprodutivo, desde a avaliação da qualidade do esperma até à seleção do melhor embrião a implantar num tratamento de fertilização in vitro.

“A IA ajuda os embriologistas a tomar decisões mais precisas e a otimizar os tratamentos. Permite-nos analisar os dados de uma forma mais global e precisa, facilitando a personalização dos tratamentos de acordo com as características de cada paciente”, afirma o diretor médico da IVI para a Península Ibérica, América Latina e República Checa.

A incorporação da IA nos tratamentos de fertilidade responde a uma procura crescente de soluções médicas que permitam às mulheres planear a sua maternidade com o máximo de informação possível. De facto, há alguns anos, a IA já estava a ser utilizada como uma ferramenta inovadora para melhorar o campo da reprodução assistida e, mais especificamente, da embriologia. De acordo com os especialistas, estas ferramentas não só melhoram as taxas de sucesso, como também reforçam a autonomia reprodutiva dos pacientes e permitem oferecer tratamentos mais eficazes e personalizados.

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