Participações na Galp e Banco Millenium BCP são para manter, indica Sonangol

  • Lusa
  • 16:38

O presidente da Sonangol diz que "nenhuma empresa que queira ter alguma receita se dá ao luxo de se desfazer desse ativo [BCP], portanto, ainda continua estratégico”.

O presidente do conselho da administração da Sonangol, petrolífera estatal angolana, disse esta terça-feira que as participações na Galp Energia e no Banco Millenium BCP continuam a ser estratégicas e para manter, destacando os resultados positivos alcançados. Sebastião Gaspar Martins falava dos resultados alcançados pela empresa em 2024, durante uma cerimónia no âmbito do 49.º aniversário que a Sonangol completa esta terça-feira.

“(Temos indicações) que é para permanecer”, acompanhando o que é decidido em termos da estratégica da empresa, “mas (essas participações) têm dado resultados positivos, não temos dúvidas”, referiu o presidente da petrolífera angolana, lembrando que o BCP tem distribuído dividendos, tal como a Galp.

“Para nós continua a ser um ativo a manter, não vemos razão pela qual sair”, disse Sebastião Martins, referindo-se a “momentos difíceis” vividos “no caso particular do BCP”, cujas ações chegaram a um valor mínimo de pouco cêntimos “próximo de zero”, mas têm estado a valorizar chegando esta terça a 0,57 cêntimos de euro.

“Nenhuma empresa que queira ter alguma receita se dá ao luxo de se desfazer desse ativo, portanto, ainda continua estratégico”, frisou Sebastião Gaspar Martins. A Sonangol detém uma participação indireta na petrolífera portuguesa através da Amorim Energia, que controla 36,7% do capital da Galp, e é o segundo maior acionista do BCP, com uma participação de 19,49%.

Relativamente ao anúncio feito pela Galp de mais uma descoberta de petróleo na vizinha República da Namíbia, Sebastião Martins referiu que a Sonangol tem acompanhado o que está a ser feito, o que “tem servido para valorizar mais a Galp”.

“E se houver necessidades de investimento ela (a Galp) vai aproximar-se aos acionistas para ver que tipo de necessidades terá”, salientou. Por sua vez, o ministro dos Recursos Minerais, Petróleo e Gás de Angola, Diamantino Azevedo, disse que há investimento no upstream de Angola e espera que as descobertas na Namíbia “algumas resultem em projetos”.

“Estou contente que isso aconteça, que algumas delas resultem em projetos, porque sabem que nem tudo vai resultar em projetos, portanto, não vamos ser tão eufóricos também, vamos pedir que aconteça algum sucesso como é usual nesta indústria para que os nossos irmãos da Namíbia beneficiem também disso e nós também possamos beneficiar”, sublinhou.

Diamantino Azevedo disse que Angola tem estado a trabalhar com a Namíbia para que a experiência angolana seja levada ao país vizinho, “mas em termos económicos” para o bem do país. “O êxito deles será bom para nós também, mas aqui no nosso país também tem havido investimentos”, reforçou.

Volume de negócios da Sonangol atingiu mais de 10 mil milhões em 2024

A Sonangol atingiu um volume de negócios de 10,5 mil milhões de dólares (cerca de 10 mil milhões de euros) em 2024, segundo resultados provisórios da empresa.

A Sonangol referiu que o ano de 2024 ficou marcado “por inúmeros desafios”, com destaque para a “instabilidade no ambiente geopolítico e consequente impacto no comportamento dos mercados, com uma redução do preço do petróleo das ramas comercializadas pela Sonangol”. O preço médio por barril foi de 80,09 dólares, abaixo dos 82,04 alcançados no ano anterior.

A empresa salienta, num comunicado, que ainda assim a Sonangol prevaleceu “sólida e constante” com um volume de negócios de 10,5 mil milhões de dólares e um EBITDA (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização) de 3,4 mil milhões de dólares (3,3 mil milhões de euros) refletindo a “capacidade de gerar lucro num cenário de volatilidade do mercado.

Em 2023, a Sonangol registou um volume de negócios de 7.872.965 milhões de kwanzas, equivalente a cerca de 11,4 mil milhões de dólares ao câmbio da altura e um EBITDA consolidado de 2.513.653 milhões de kwanzas, equivalente a 3,7 milhões de dólares. A petrolífera adianta que realizou um investimento de 2,4 mil milhões de dólares (2,28 mil milhões de euros) em linha com os objetivos estratégicos definidos e produziu 201 mil barris de petróleo/dia.

A Sonangol mantém-se como a maior investidora nas concessões petrolíferas em Angola, com uma presença estratégica em 35 concessões petrolíferas, das quais nove operadas diretamente. A Sonangol destaca também a conclusão da construção do Terminal Oceânico da Barra do Dande (TOBD), “um projeto fundamental para a segurança energética do país, garantindo reservas estratégicas de combustíveis e contribuindo para a sua autossuficiência.

 

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