Montenegro espera reciprocidade de França na compra de equipamento militar
O primeiro-ministro reforçou que a defesa é uma das áreas onde há maiores oportunidades em termos de cooperação com França, defendendo que a Europa deve ter um plano articulado na defesa.
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A defesa é uma área que traz grandes oportunidades e não vai ser o primeiro-ministro que vai exibir a defesa “como um número”. Sobre a aquisição de até 36 [sistemas de artilharia] Caesar a França, Luís Montenegro disse que fechou esta compra “esperando, na troca, que Macron compre equipamento militar a Portugal”.
“Não vou ser o primeiro-ministro que exibe o aumento da despesa na área da defesa como um número”, defendeu o chefe de Estado português, numa intervenção no Fórum Económico Luso-Francês, organizado pela CIP, no âmbito da visita presidencial de Emmanuel Macron a Portugal.
Montenegro defendeu que a aposta neste setor deve passar por uma maior atividade nas indústrias da defesa, maior capacidade de gerar empregos, maior criação de valor acrescentado na economia portuguesa. A nível europeu, o primeiro-ministro argumenta que o bloco deve encarar este investimento de forma “articulada”.
“Será inteligente, condizente com objetivo de termos mais autonomia a médio prazo, estarmos todos a fazer os mesmos investimentos? Ou será mais inteligente ter um plano articulado, saber o que vamos comprar uns aos outros“, questionou. No dia em que assinou a aquisição de até 36 sistemas de artilharia Caesar a França, Montenegro deixou uma mensagem ao presidente francês: “Comprei equipamento militar a França, esperando na troca que Macron compre equipamento militar a Portugal”.
O presidente francês também apontou que “a Europa tem que ser mais soberana e independente”. Macron apelou ainda a “uma preferência europeia, não se trata de protecionismo”, defendeu. No que diz respeito à defesa, o presidente francês prefere “soluções de defesa e segurança que sejam europeias. Não quero depender de soluções não europeias para defesa”, atirou.
“Construamos soluções de defesa. Encontramos soluções entre os nossos dois países para construir”, afirmou, dirigindo-se a Portugal.
Montenegro chama empresas francesas
Em jeito de balanço dos dois dias de visita de Macron a Portugal – a primeira visita oficial gaulesa ao país em 26 anos –, Montenegro afirmou que “estes dois dias de visita de estado do presidente da República francesa foram a expressão de uma relação histórica, muito preenchida de cultura, de cruzamento de projetos pessoais e empresariais, instituições, mas sobretudo muito vocacionada para o futuro”.
“Celebramos um tratado de amizade e cooperação, que consubstancia uma forma de contacto regular entre as nossas instituições, para em permanência podermos levar mais longe os instrumentos que podem produzir os melhores resultados nas nossas relações”, explicou.
Destacando as relações comerciais com aquele que é um dos principais parceiros comerciais de Portugal, Montenegro disse que “Portugal é hoje um bom sítio para investir, um porto seguro para acolher investimento e acolher projetos” que tragam valor.
“Portugal é um país para acolher os vossos investimentos”, rematou.
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