Carlos Barbosa: “As cidades têm um grave problema de estacionamento”

O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, é o quarto convidado do podcast ECO Auto.

Carlos Barbosa é o convidado do quarto episódio do podcast ECO Auto em parceria com o Mundo Automóvel. Gestor que liderou vários projetos de media é presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), fundado em 1903 e um dos mais antigos do País, com mais de 290 mil associados, desenvolve uma estratégia diversificada de serviços que vão para além do apoio ao automóvel e inclui um portfólio de serviços diferenciados.

Carlos Barbosa destacou vários aspetos da intervenção do ACP junto das entidades oficiais para defesa dos associados e melhoria do ambiente rodoviário em termos de segurança e prevenção. “Os exames de condução em Portugal estão regulamentados, mas ultrapassados e não permitem que os alunos tenham uma noção real do ambiente rodoviário, cada vez mais agressivo, difícil e sem respeito pelos outros, sem policiamento para ajudar nas vias de entrada e de saída das cidades, levando a uma maior percentagem de acidentes por erro humano” e acrescenta “O ACP tem tentado sensibilizar os governos para incluir nos programas do 1º e 2º ciclos uma aula de segurança rodoviária, mas sem sucesso. Temos um programa ACP Kids em colaboração com as Câmaras que permite às crianças começarem a ter uma noção do ambiente rodoviário e os seus perigos”, explica.

O presidente do Automóvel Clube de Portugal (ACP), Carlos Barbosa, é o quarto convidado do podcast ECO Auto

O presidente do ACP também atribui às Câmaras Municipais parte da responsabilidade pelos problemas de estacionamento que irá aumentar com a entrada de um número cada vez maior de automóveis e sugere: “As cidades têm um problema gravíssimo de estacionamento. Sem parques dissuasores à entrada nem soluções alternativas de transporte público eficazes, o estacionamento à superfície deverá ser muito mais caro e o subterrâneo mais barato, para além do recurso a silos auto nos bairros, a exemplo de várias capitais europeias.” Outra questão que o presidente do ACP critica é a falta de racionalidade na limitação de velocidade imposta em radares instalados em Lisboa. “O ACP está a fazer um estudo com o Professor Nunes da Silva do IST para entregar à Câmara de Lisboa em breve, de modo a repensar os limites de velocidade a impôr nas diferentes vias de Lisboa, onde a prática mostra desajustes face à realidade da sua utilização de modo a melhorar as opções de segurança rodoviária e fluidez do tráfego”.

Carlos Barbosa referiu-se também à legislação sobre as motos que considera um erro com consequências nefastas para a sinistralidade rodoviária. “A legislação que veio permitir às motos usarem a faixa Bus, não só não existe noutro país, como reduziu a velocidade média dos autocarros de transportes públicos. A situação ainda se agravará se a intenção de vir a autorizar as motos a ultrapassarem pela direita e a circularem no meio dos carros, vier a ser uma realidade”.

Sobre a evolução do parque automóvel para veículos elétricos, o Clube criou o “Prémio ACP Elétrico” para incentivar a adoção de veículos elétricos que considera uma alternativa de mobilidade com forte contributo para a descarbonização, mas considera necessário continuar a aumentar a rede de carregamentos disponível no País.

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