Ministro da Economia chamado ao Parlamento para explicar apoios a chineses da CALB

  • Lusa
  • 5 Março 2025

Deputados querem saber mais sobre projeto de instalação de uma fábrica de baterias em Sines, que pode receber até 350 milhões de apoios no âmbito do regime europeu de incentivos à reindustrialização.

O ministro da Economia, Pedro Reis, vai ser chamado ao Parlamento para prestar esclarecimentos sobre os apoios públicos à fábrica de baterias de lítio da chinesa CALB, após requerimento do BE aprovado esta quarta-feira por unanimidade.

O requerimento foi aprovado na comissão parlamentar de Economia, Obras Públicas e Habitação, com os votos favoráveis de todos os grupos parlamentares presentes (PSD, PSD, Chega, PCP e BE).

“Tendo em conta a dimensão e desconhecimento que existe em relação aos financiamentos, extração de matéria-prima, etc., é muito importante, do nosso ponto de vista, que possamos ouvir o senhor ministro da Economia e pedir estes esclarecimentos”, afirmou a deputada bloquista Marisa Matias.

A fábrica de baterias de lítio da chinesa CALB em Sines, cujo projeto de 2.000 milhões de euros foi lançado na semana passada, pode receber até 350 milhões de apoios no âmbito do regime europeu de incentivos à reindustrialização, segundo disse aos jornalistas o ministro Pedro Reis, na cerimónia de lançamento.

“Entendemos que um investimento desta natureza e dimensão deve ser devidamente escrutinado, seja em matéria de financiamento público, seja em matéria de critérios ambientais, sociais, etc.”, realçou esta quarta-feira a deputada Marisa Matias.

O projeto de construção da fábrica de baterias de lítio para automóveis da CALB prevê um investimento aproximado de 2.000 milhões de euros, a criação de 1.800 postos de trabalho diretos e a entrada em operação em 2028, num terreno da Zona Industrial e Logística de Sines (ZILS).

Na cerimónia de lançamento, no Instituto Superior Técnico, em Lisboa, Pedro Reis explicou que o projeto de investimento deu agora entrada na Agência para o Investimento e Comércio Externo de Portugal (Aicep), para que se avalie o que é elegível para receber apoio público.

Quanto à origem do lítio, Pedro Reis adiantou que a CALB “certamente tem soluções que consideram a extração do lítio em Portugal e de outras fontes”, mas sublinhou que o modelo é autónomo e sustentável seja qual for a fonte da matéria-prima para esse projeto.

O governante caracterizou esta iniciativa como um big-bang de investimento que qualquer país da Europa queria e uma “vitória para Portugal, que atravessa o trabalho de vários governos, de várias aiceps e de várias diplomacias económicas”.

“Num momento em que o setor automóvel mundial, e particularmente o europeu, tem tantos desafios, são investimentos como estes que agarram em Portugal essa cadeia de valor e dão ao setor inteiro europeu competitividade, produtividade e tecnologia”, realçou.

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