Portugal paga 3,38% para se financiar a dez anos e 3,63% por emissão a 13 anos
O Estado financiou-se em 1.100 milhões de euros através de dois leilões de dívida a 10 e 13 anos que resultou num preço acima do que pagou nas últimas operações com características semelhantes.
A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP) anunciou esta quarta-feira que o Estado conseguiu financiar-se em 1.100 milhões de euros através recorrendo a duas linhas obrigacionistas de 10 e 13 anos, numa operação que contou com uma procura 1,98 vezes acima da oferta.
O valor angariado fica dentro do intervalo entre 1.000 milhões e 1.250 milhões de euros que o IGCP tinha estipulado e o preço obtido nos dois leilões ficou acima da yield verificada nas últimas operações com características semelhantes.
Na maturidade a 10 anos, com vencimento a 15 de junho de 2035 (OT 3,5% 15JUN35), o Tesouro financiou-se em 563 milhões de euros pelo qual pagou 3,381%, tendo a operação contado com uma procura 1,99 vezes acima da oferta.
A última vez que o IGCP realizou um leilão a 10 anos foi a 13 de novembro, com o Estado a financiar-se em 577 milhões de euros por 2,851%, com a operação a registar uma procura duas vezes acima da oferta. Significa que o Estado pagou mais 1,19 vezes esta quarta-feira do que a 13 de novembro para emitir dívida a 10 anos.
“Esta subida do prémio de risco nacional reflete o aumento do prémio de risco alemão, na sequência do anúncio do investimento de 500 mil milhões de euros que a Alemanha irá realizar em armamento e infraestruturas”, refere Filipe Silva, diretor de Investimentos do Banco Carregosa.
No leilão a 13 anos, realizada através da linha obrigacionista com maturidade a 18 de junho de 2038 (OT 3,5% 18JUN38), o IGCP colocou no mercado 537 milhões de euros pelo qual pagou 3,633%, tendo a operação contado com uma procura 1,98 vezes acima da oferta.
No último ano o Estado não realizou qualquer empréstimo obrigacionista a 13 anos, ficando difícil uma base de comparação face à linha OT 3,5% 18JUN38. Porém, por aproximação, o IGCP realizou a 8 de maio um leilão a 14 anos através da mesma linha, tendo na altura pago 3,297% pela colocação de 608 milhões de euros junto dos investidores. Na altura, este leilão contou com uma procura 1,6 vezes acima da oferta.
Após a realização destes dois leilões, a linha OT 3,5% 15JUN35 apresenta um saldo-vivo de 4.563 milhões de euros e a OT 3,5% 18JUN38 um saldo-vivo de 5.471 milhões de euros.
(Notícia atualizada às 12h30 com declarações de Filipe Silva)
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