Presidente turco acusa oposição de “afundar a economia” com protestos
Erdogan afirmou que "a sabotagem contra a economia turca será responsabilizada perante os tribunais".
O Presidente da Turquia acusou esta quarta-feira a oposição de “afundar a economia” durante os maiores protestos no país, em mais de uma década, contra a detenção do presidente da Câmara de Istambul e principal adversário do líder turco.
Recep Tayyip Erdogan acusou a oposição de estar “tão desesperada que atiraria o país e a nação para o fogo”, no seguimento de um apelo para boicotar empresas que apoiam o Governo. Num discurso aos deputados do Partido da Justiça e Desenvolvimento (AKP, no poder), Erdogan afirmou que “a sabotagem contra a economia turca será responsabilizada perante os tribunais”.
O presidente da Câmara de Istambul, Ekrem Imamoglu, detido há uma semana, enfrenta acusações relacionadas com corrupção e apoio ao terrorismo, juntamente com 90 suspeitos. O autarca alegou estar inocente e que o caso tem motivações políticas. No domingo, um tribunal ordenou que Imamoglu permaneça detido. A data do julgamento ainda não foi anunciada, entre amplos protestos diários em Istambul e noutras cidades do país.
Embora a principal força de oposição, Partido Republicano do Povo (CHP), de Imamoglu, tenha indicado que não organizará mais manifestações em massa junto da Câmara Municipal, estudantes de toda a Turquia continuam a protestar. As manifestações em Istambul, Ancara e Esmirna, bem como em cidades mais pequenas, foram em grande parte pacíficas, apesar de proibidas e reprimidas pelas autoridades, exigindo a libertação de Imamoglu e o fim do que dizem ser um retrocesso democrático.
O ministro do Interior turco, Ali Yerlikaya, indicou que 1.418 pessoas foram detidas na semana passada por causa dos protestos. Apesar de preso, Imamoglu foi confirmado no passado fim de semana como candidato presidencial do CHP às eleições de 2028, no seguimento de sondagens que o colocam em posição de desafiar Erdogan, depois da vitória em Istambul, a maior cidade da Turquia em 2019.
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