BRANDS' ECO Projetos de biometano permitem “maior independência energética”
Miguel Checa, da Goldenergy, e Ignacio Soneira, da Axpo Iberia, acreditam que o gás renovável será crucial para a competitividade da indústria nacional.
A conferência “Qualificar Portugal para uma Economia do Biometano”, organizada esta semana pela Goldenergy e Axpo Iberia, promoveu um espaço de reflexão e debate sobre os desafios e as oportunidades trazidas por este gás renovável. Ao ECO, Miguel Checa, diretor-geral da Goldenergy, e Ignacio Soneira, diretor-geral da Axpo Iberia, falam sobre a visão para este mercado e a aposta que estão a fazer em Portugal.
Qual é o potencial que identificam no biometano no mercado português? Quais são os principais desafios à sua massificação?
(Miguel Checa) Acho que um dos maiores desafios é juntar toda a cadeia de valor, desde os gestores e donos de resíduos até reguladores, financiamento, autoridades locais e, claro, os investidores. São projetos muito circulares, pois utilizam resíduos que de outra forma se perderiam ou libertariam metano para a atmosfera. Além disso, são projetos situados em zonas habitualmente rurais e que permitem uma maior independência energética, pois o gás não depende de terceiros países. O combustível em si é o mesmo – CH4, a mesma molécula –, mas de origem renovável, e quase toda a infraestrutura já está feita.
E como é que se leva as indústrias a adotarem cada vez mais esta fonte de energia? Qual pode ser o argumento-chave para as indústrias?
(Ignacio Soneira) De uma parte, há os motivos regulatórios e a obrigação que temos todos de descarbonizar. Mas, além disso, as infraestruturas já estão preparadas. Ao contrário de outros combustíveis, não é necessário criar redes adicionais. Além disso, se olharmos para os custos de toda a cadeia de valor, o biometano provavelmente é a solução mais eficiente em termos econômicos.
Falando da Goldenergy, quais são os planos em termos do mercado de biometano para Portugal? O que têm planeado lançar? Qual é o vosso plano estratégico?
(Miguel Checa) Para além dos clientes do mercado residencial, onde já somos o terceiro fornecedor do país, temos também uma quota de mercado significativa no setor do gás industrial, com 26% do mercado em Portugal. Os nossos clientes estão claramente a exigir uma solução de biometano e de gases renováveis. O nosso intuito é desenvolver projetos para sermos off-takers desses projetos, viabilizando economicamente o financiamento dos mesmos e garantindo a entrega de gás renovável a custos estáveis aos clientes finais.
Existe algum montante que tenham previsto investir neste sector?
(Ignacio Soneira) Vamos fazer uma aposta muito grande. Acredito que a limitação não será a capacidade de investimento, mas sim a possibilidade de encontrar bons projetos.
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