Chega mais do que duplica orçamento, AD e PS esperam gastar menos. Os orçamentos dos partidos para a campanha

  • Lusa
  • 8 Abril 2025

No total, os partidos estimam gastar 8,33 milhões de euros nesta campanha, um valor que fica abaixo dos 10,42 milhões gastos na campanha do ano passado.

O Chega prevê gastar nas legislativas de maio 1,6 milhões de euros, mais do dobro dos 700 mil orçamentados no ano passado, e AD e PS, somados, estimam gastar menos 1,9 milhões do que em 2024.

No total, os partidos estimam gastar 8,33 milhões de euros nesta campanha, um valor que, embora seja superior aos 7,98 milhões orçamentados em 2024, fica abaixo, em 2,09 milhões de euros, dos 10,42 milhões gastos na campanha do ano passado.

O partido liderado por André Ventura, que optou por não enviar à Lusa os dados discriminados que serão entregues na Entidade das Contas e Financiamentos Políticos, prevê gastar em torno de 1,6 milhões de euros, adiantou fonte da candidatura. Esta previsão suplanta o orçamentado por este partido para legislativas de março de 2024, de 700 mil euros, que foram largamente ultrapassados na campanha, em que o Chega acabou por gastar cerca de 1,3 milhões de euros.

Depois de ter sido o partido com o maior crescimento nas últimas legislativas, o Chega é a única força política com representação parlamentar que prevê gastar mais do que nas legislativas antecipadas de 2024.

A AD, que passou da oposição para o Governo, supera este ano o PS na liderança da lista de despesas orçamentadas para esta campanha e estima gastar 2,55 milhões – menos 705 mil euros do que os 3,25 milhões de euros (755 mil acima do orçamentado) que acabou por gastar em 2024.

Deste valor, destaca-se o reforço da verba para a conceção da campanha, agências de comunicação e estudos eleitorais: em 2024 a coligação previu canalizar para esse campo 750 mil euros (e gastou apenas 728.272 euros), e quer agora investir um milhão de euros nesse campo para preparar as legislativas antecipadas de maio.

Sociais-democratas e centristas contam financiar a campanha quase na totalidade com uma subvenção estatal de 2,25 milhões de euros e cobrir a restante despesa (300 mil euros) com fundos próprios.

O PS é um dos partidos a acompanhar a tendência de redução de custos – no total, os partidos estimam gastar menos 2,1 milhões do que despenderam na campanha de 2024 –, com um orçamento de 2,25 milhões de euros, menos 1,2 milhões do que os socialistas gastaram na preparação da última ida às urnas para eleger a composição do parlamento.

Em comparação com as despesas do ano passado (que acabaram por ser quase 970 mil euros superiores às orçamentadas) o partido corta principalmente na estrutura de propaganda nas ruas como os cartazes e telas (onde gastou 624 mil euros em 2024 e estima agora uma despesa de 300 mil euros).

No entanto, o maior partido da oposição – que espera financiar a campanha totalmente a partir da subvenção estatal – aumenta o orçamento na propaganda digital e impressa, passando de 297,8 mil euros para 420 mil. De acordo com os dados comunicados ao Tribunal Constitucional em 2024, os socialistas acabaram, no ano passado, por gastar mais de 524 mil euros nesse tipo de propaganda e parecem ajustar as expectativas para esta campanha.

A Iniciativa Liberal, que não disponibilizou à Lusa os dados discriminados do orçamento da campanha, estima gastar 575 mil euros (menos 197.183 euros do os gastos em 2024) frisando apenas que as receitas estimadas “correspondem, essencialmente, à subvenção pública, ao qual se junta um complemento via angariações de fundos previstas”, segundo fonte da candidatura.

A CDU (PCP/PEV/ID) prevê gastar nesta campanha 595 mil euros: 441 mil oriundos da subvenção estatal, 144 mil do partido e 10 mil de angariação de fundos. Os comunistas também se contém nos gastos, depois de terem orçamentado 785 mil euros no ano passado e gastado apenas 656 mil.

O BE reduz orçamento de 508 mil euros em 2024 para pouco mais de 460 mil este ano, e conta financiar grande parte da campanha (386,4 mil euros) com a subvenção estatal, completando o “bolo” com 68,7 mil do próprio partido e cinco mil oriundos de angariações de fundos. Tal como a CDU, os bloquistas optam por não gastar dinheiro em estudos e estratégia de comunicação da campanha.

O Livre é o partido que mantém a expectativa de despesa mais próxima do que foi efetivamente gasto no ano passado, mas ainda assim prevê gastar menos 1.200 euros do em 2024, quando a campanha custou 151 mil euros. O PAN conta gastar 150 mil euros, totalmente financiados pela subvenção estatal, menos 23,5 mil do que em 2024.

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