BRANDS' ECO Inteligência artificial está a “tornar-se uma extensão de todos nós”

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  • 15 Abril 2025

Trabalhadores e empresas podem beneficiar do potencial trazido por estas tecnologias, mas é preciso saber ultrapassar os desafios e conhecer os riscos. Este foi o tema do encontro da CGI em Lisboa.

A Inteligência Artificial (IA) já não é uma visão futurista, mas uma realidade com impacto palpável nos processos, na produtividade, na competitividade e na sustentabilidade das empresas. Foi esse o ponto de partida do evento “From AI to ROI”, promovido em Lisboa pela consultora CGI, que reuniu líderes empresariais e especialistas para discutir como transformar potencial tecnológico em valor real.

Pedro Machado, Vice-President Consulting Services da CGI, acredita que “a IA está a mudar do domínio experimental para algo essencial às organizações”, ainda que a integração desta tecnologia continua a enfrentar desafios estruturais. Desde a escassez de dados de qualidade até às dificuldades de integração com sistemas legados, passando pela mudança cultural nas empresas, as preocupações associadas aos possíveis impactos de carácter ético e regulatório, tanto na obtenção dos dados como nos outputs produzidos, enumera. “O maior desafio não é se podemos utilizar IA, mas se temos a estratégia, a cultura e a infraestrutura para a utilizar de forma responsável e eficaz”, assinala.

“No futuro, vamos ter agentes a operar lado a lado no nosso dia a dia”, perspetiva Pedro Machado, referindo-se aos ‘agentic AI’ – agentes baseados em IA capazes de agir de forma autónoma para atingir objetivos definidos, num ecossistema humano-IA. Estes agentes podem, por exemplo, responder a e-mails, organizar agendas e tomar decisões, ao contrário dos sistemas tradicionais que respondem a comandos específicos. “Têm a capacidade de raciocinar no sentido de serem capazes de interpretar inputs e criar outputs, de fazer planeamento autónomo, de aprender e adaptar-se, bem como de atuar e usar ferramentas. É esta capacidade de atuarem num cenário não determinístico que os diferencia dos atuais paradigmas mais focados em tarefas”, explica.

A Inteligência Artificial (IA) já não é uma visão futurista, mas uma realidade com impacto palpável nos processos, na produtividade, na competitividade e na sustentabilidade das empresas

A CGI criou uma framework “para que tudo funcione de forma mais determinística” e usa a figura de ‘guardian agents’ – ou seja, agentes de IA supervisora que monitorizam e atuam sobre o ecossistema humano-IA para “garantir que os agentes operam dentro dos limites para os quais foram criados.

A transformação é profunda e vai além da automação, considera o Senior VP e Business Unit Leader da CGI em Portugal, Carlos Lourenço. “Estamos a passar de uma era de ferramentas autónomas para sistemas inteligentes e verdadeiramente integrados”, explica. Esta evolução justifica o investimento de mil milhões de dólares que a consultora anunciou em 2023 para expandir os serviços e soluções de IA.

Um dos principais focos é a “expansão” da plataforma PulseAI, que combina hiperautomação, IA conversacional e capacidade de decisão para “ajudar os clientes a desbloquear o valor dos dados empresariais e dos processos empresariais”. Atualmente, revela o responsável, o serviço “já integra mais de 35 modelos de IA pré-treinados com mais de 90% de precisão”.

A IA também está a emergir como um aliado estratégico na área da sustentabilidade, em particular pela capacidade de transformar relatórios fragmentados em dados úteis, em tempo real, para antecipar riscos e otimizar decisões. Para o efeito, a consultora aplica a sua metodologia “Responsible Use of AI” para ajudar os clientes a conceber e a implementar soluções de IA de uma forma responsável e ética, refere o gestor. Pedro Machado confirma: “A IA é um poderoso aliado da sustentabilidade porque ajuda as organizações a disponibilizar indicadores de sustentabilidade de forma mais eficaz, transparente e auditável”.

“A IA está a evoluir para além da automação e a tornar-se uma extensão de todos nós – não apenas a substituir tarefas, mas a amplificar a forma como raciocinamos e a melhorar como trabalhamos e criamos”, acrescenta Pedro Machado. No futuro, “será mais sobre sistemas inteligentes e verdadeiramente integrados que apoiam a tomada de decisões em tempo real, a inovação e as experiências personalizadas”, conclui.

Caminhar para “um mundo melhor”

Numa apresentação sobre os impactos da IA, Paulo Novais, professor catedrático e investigador no Centro Algoritmi, na Universidade do Minho, refletiu sobre as transformações que a tecnologia está a provocar na sociedade. “A nossa vida mudou radicalmente”, afirmou, sublinhando que, tal como já percebemos que não somos os animais que melhor ouvem, começa agora a consolidar-se a ideia de que também não somos os que melhor raciocinam.

O especialista destacou que estamos a assistir a uma transição entre sistemas de IA baseados em regras fixas para modelos orientados por dados, capazes de aprender e tomar decisões complexas de forma autónoma. “Pela primeira vez temos máquinas que aprendem a uma velocidade impressionante”, referiu. Esta mudança é aquilo a que chama “cognição reforçada”, com ferramentas que aumentam as capacidades humanas, do diagnóstico médico à eficiência industrial.

Durante a apresentação, o professor abordou também os riscos e desafios trazidos pela tecnologia, desde a criação de bolhas de opinião à utilização excessiva de sistemas por pessoas sem a formação adequada. E considera que o uso consciente e crítico das novas ferramentas é essencial.

Apesar das mudanças no trabalho e das dúvidas sobre a eficácia do reskilling, o professor mantém uma visão otimista sobre o futuro da IA e da sua convivência com os trabalhadores de carne e osso. “Estamos a viver um confronto entre o mundo velho e o mundo novo. Mas continuo convicto de que estamos a criar um mundo melhor”. Um futuro que, defende, será mais criativo, mais produtivo e com acesso mais democrático ao conhecimento.

O evento promovido pela CGI para mergulhar no potencial da IA contou ainda com um debate, que contou com a participação de Catarina Ceitil, CIO da Galp, Ricardo Leitão Gonçalves, diretor do Centro de Advanced Analytics da Fidelidade, e Pedro Machado, VP Consulting Services da CGI.

Tanto a petrolífera quanto a seguradora têm vindo a apostar no desenvolvimento de ferramentas de IA ao longo dos últimos anos e acreditam no seu potencial transformador. “Conseguimos passar de uma resolução de sinistro em 24 horas para cerca de cinco minutos”, partilhou Ricardo Leitão Gonçalves. Já a CIO da Galp lembrou as poupanças alcançadas com sistemas de manutenção preditiva em ambiente industrial. “Um dia de uma refinaria parada custa alguns milhões. Bem utilizada, a IA pode trazer ganhos reais”, afiançou.

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