Cimpor investe 155 milhões em Alhandra. Grupo pode ser “embaixador” e trazer parceiros para Portugal, diz Governo
A cimenteira está a modernizar o forno 7 da fábrica no concelho de Vila Franca de Xira e a construir um centro de I&D para receber mais de uma centena de engenheiros.
A Cimpor está a modernizar o forno 7 da fábrica de Alhandra, em Vila Franca de Xira, e a construir um Centro de Investigação e Desenvolvimento (I&D) para o setor da construção que vai criar, pelo menos, uma centena de postos de trabalho qualificados. O investimento nestes dois projetos é de 155 milhões de euros, um valor 22% superior aos 121 milhões de euros que estavam previstos para esta unidade industrial até 2030.
Os dois projetos elevam o investimento da empresa, nos últimos seis anos, para 1,7 mil milhões de euros. “Vão ser um farol para a inovação e sustentabilidade para as indústrias do cimento e da construção, servindo Portugal e as geografias da Cimpor em todo o mundo. Imaginamos o novo centro de I&D como um hub de investigação de ponta, focado nas prioridades-chave para a nossa indústria e planeta”, afirmou o CEO da Cimpor Portugal e Cabo Verde, Cevat Mert, no evento de apresentação à imprensa.
Para tal, serão utilizados materiais e tecnologias amigas do ambiente, como cimento de argila calcinada (ou LC3 – Limestone Calcined Clay Cement) e captura de carbono, além de combustíveis alternativos e reutilização de matérias-primas na fase de construção. No que diz respeito à digitalização, a transformação far-se-á através de inteligência artificial, gémeos digitais e exploração de impressão a três dimensões (3D) para desenvolver soluções modulares, segundo o CEO.
O espaço de investigação em Alhandra servirá como zona de colaboração de empresas (startups), estudantes e investigadores. “Será mais do que um edifício. Será uma plataforma para a colaboração, Unirá Governo, academia e indústria. Aqui, as aplicações do mundo real encontrarão inovações revolucionárias e iremos moldar a próxima geração de materiais de construção”, disse o chairman da Cimpor Global Holdings, Suat Çalbiyik.
Parte do financiamento da modernização e nova infraestrutura no centro de produção de Alhandra – que tem 130 anos e é a cimenteira mais antiga do país – estará a cargo do PRR – Plano de Recuperação e Resiliência.
Visita à Cimpor para a “despedida” de Pedro Reis
O ministro da Economia escolheu a cimenteira portuguesa, comprada pela TCC Group Holdings (antiga Taiwan Cement Corporation), para aquela que deverá ser a sua última visita oficial a uma empresa em Portugal nesta legislatura. A pouco mais de duas semanas das eleições legislativas, Pedro Reis deixou dois desafios: que a Cimpor funcione como ‘diplomata’ do investimento externo e próximo Executivo privilegie parcerias como esta.
“Dentro deste projeto, está um potencial enorme de networking. O grupo pode ajudar a trazer para Portugal ainda mais parceiros e fornecedores e funcionar como embaixador de outros players e grupos”, referiu o governante, deixando a “recomendação a quem se seguir” no Governo de que parcerias como esta permitem “construir e intensificar cadeias de valor”, que se veem cada vez mais ameaçadas no contexto internacional.
“Este novo mundo implica que Portugal e a Europa tenham inteligência estratégia para celebrar novos acordos, em que o Mercosul é apenas um exemplo. Este projeto da Cimpor responde a isso. Este novo mundo obriga as economias regionais a serem mais competitivas para compensarem tarifas. Este projeto da Cimpor ajuda a aumentar a competitividade e produtividade da nossa economia”, assinalou, no evento que contou com a presença do embaixador da Turquia em Portugal e de vereadores da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira.
Pedro Reis considera que o dia é “carregado de simbolismo”, porque nem a economia portuguesa nem o investimento em Portugal ficam suspensos “para estar em gestão”. A seu ver, investimentos como o da Cimpor têm “dimensão e materialidade” para tirar proveito de fundos ambientais, reprogramação do PRR e Portugal 2030 e “dão razão de ser a estas linhas de capitalização”, num momento em que o país tem uma agenda de crescimento e concessões.
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