Instituto Coordenadas recomenda ter entre 250 e 1.000 euros em dinheiro vivo em casa para enfrentar situações de crise

  • Servimedia
  • 30 Abril 2025

Aconselha a constituição desta reserva por etapas, levantando entre 50 e 100 euros por semana, e em notas pequenas para facilitar o troco nas lojas.

O Instituto Coordenadas de Governação e Economia Aplicada emitiu uma recomendação pública para que as famílias espanholas tenham uma reserva de dinheiro entre 250 e 1.000 euros, na sequência do apagão elétrico de 28 de abril, que deixou sem serviço caixas multibanco, sistemas de pagamento eletrónico e redes digitais em grande parte do país.

O apagão, que também afetou partes de Portugal, evidenciou a vulnerabilidade do sistema de pagamentos digitais a falhas de energia ou ciberataques. Numa questão de minutos, os cartões bancários, as aplicações móveis e os telemóveis ficaram fora de serviço, gerando cenas inéditas: longas filas nos supermercados e farmácias, bombas de gasolina a exigir pagamentos em dinheiro e uma população dependente de algumas notas guardadas em casa”.

O relatório ‘Personal and household cash reserves in national emergencies’ aponta que o que aconteceu foi um aviso claro de que, quando a tecnologia falha, o dinheiro continua a ser a única ferramenta de troca imediata. “Neste sentido, ter uma pequena quantidade de dinheiro não é um sinal de desconfiança em relação ao sistema bancário, mas um ato de planeamento cívico prudente”, afirma o Instituto Coordenadas.

Por esta razão, recomenda a constituição desta reserva por etapas, retirando entre 50 e 100 euros por semana até atingir o montante adequado, em função do número de membros do agregado familiar e das despesas básicas previstas para três ou cinco dias. O Instituto aconselha igualmente a guardar notas pequenas (5, 10 ou 20 euros) para facilitar o câmbio de dinheiro nas lojas durante uma crise.

Na sua análise, o Instituto recorda que países como a Áustria já têm diretrizes semelhantes e que a própria Comissão Europeia incluiu o dinheiro na sua lista de artigos essenciais para o “kit de emergência europeu”, juntamente com água potável, alimentos não perecíveis, lanternas, rádios a pilhas e medicamentos.

O Comissário recorda que, durante o apagão, muitos cidadãos tiveram de recorrer à ajuda de familiares ou vizinhos que ainda tinham notas na carteira. “Uma família do bairro de Arganzuela sobreviveu ao apagão graças aos 200 euros que tinha poupado em dinheiro, com os quais comprou alimentos e ajudou um vizinho sem meios de pagamento”, refere o comunicado.

O Instituto também emitiu recomendações sobre o armazenamento seguro de dinheiro em casa, sugerindo a utilização de cofres domésticos, a divulgação da sua existência, a diversificação em diferentes partes da casa e o controlo regular do estado das notas. O relatório insiste no facto de o fundo dever ser facilmente acessível, mas fora do alcance de menores ou de pessoas não autorizadas.

Entre as conclusões do relatório figura a necessidade de as autoridades promoverem uma campanha de sensibilização do público para o fundo de emergência, à semelhança das recomendações sobre os kits de primeiros socorros ou os detetores de fumo. Além disso, sugere o desenvolvimento de um guia oficial de preparação civil, distribuído nas escolas e nos centros de bairro, e a coordenação com o setor bancário para evitar colapsos de ATM em caso de pânico.

A análise insiste no facto de a resiliência digital dever ser combinada com um mínimo de capacidade analógica e recorda que muitos agregados familiares voltaram a utilizar rádios a pilhas e rádios transístores para obter informações durante o período de interrupção, enquanto as redes móveis e o acesso à Internet foram suspensos.

Por último, o Instituto Coordenadas sublinha que o que aconteceu no dia 28 de abril não deve ser visto como um episódio isolado, mas como um alerta para a necessidade de autonomia básica face a crises energéticas, tecnológicas ou naturais. E a disponibilidade de ferramentas como dinheiro, baterias ou alimentos como chaves para a resiliência nacional.

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