A caça gera anualmente 10.190 milhões de euros de PIB em Espanha e mantém 199.000 postos de trabalho

  • Servimedia
  • 6 Maio 2025

De acordo com o estudo sobre o impacto económico, social e ambiental da atividade cinegética em Espanha, realizado pela consultora Deloitte para a Fundação Artemisan, com a colaboração do MAPA.

A caça gera anualmente um total de 10.190 milhões de euros de Produto Interno Bruto (PIB) em Espanha e contribui para a manutenção de 199.000 postos de trabalho, gerando 45.642 empregos diretos. Além disso, graças à atividade, são arrecadados anualmente 1.200 milhões de euros em impostos, segundo o “Estudo do impacto económico, social e ambiental da caça em Espanha”, realizado pela empresa de consultoria Deloitte para a Fundação Artemisan, com a colaboração do Ministério da Agricultura, Pesca e Alimentação (MAPA), que foi apresentado terça-feira no Colégio de Engenheiros Civis de Madrid.

O estudo indica que a caça contribui diretamente para a luta contra o despovoamento, uma vez que 80% dos empregos diretos que gera se situam nas zonas rurais. Além disso, 32,6% dos caçadores vivem em municípios com menos de 5.000 habitantes e, para a grande maioria deles, a caça é um fator fundamental para viver nessas localidades, ao mesmo nível que as razões familiares.

Para a realização do estudo, foram efetuados mais de 6.500 inquéritos a caçadores, criadores, proprietários de zonas de caça, organizadores de caçadas, administrações públicas competentes, federações de caçadores, associações de caçadores e empresas de carnes.

CAÇADORES

Em Espanha, o número de licenças em vigor em 2023 ascendia a 891.889. O estudo salienta que, graças aos dados fornecidos pelas administrações públicas competentes, foi estimado “de forma conservadora” que o número mínimo de caçadores residentes no nosso país em 2023 era de 577.742.

A despesa média anual de um caçador ascende a 12.069 euros, principalmente para caça grossa, alojamento, combustível e caça miúda; enquanto a despesa média anual de um criador ascende a 14.539 euros, principalmente para a compra e manutenção de cães, veículos e infra-estruturas para o cuidado dos animais. A despesa média de um proprietário de uma reserva de caça ascende a 73 704 euros por ano e a de um organizador de caçadas a 139 384 euros.

Em Espanha, existem 43 milhões de hectares declarados como reservas de caça, o que equivale a 85% do território espanhol, e os caçadores investem anualmente 320 milhões de euros na conservação. Deste montante, 289 milhões de euros são gastos em medidas de gestão, como o fornecimento de água e alimentos, sementeiras e mondas, e 31 milhões de euros em programas de conservação de espécies por parte de federações e associações de caçadores. Depois da Administração, os caçadores, gestores, proprietários de terras, federações e associações de caçadores são o grupo que mais investe na gestão e conservação do ambiente em Espanha.

Acrescenta que os caçadores desempenham um papel essencial na proteção e recuperação de espécies ameaçadas ou de elevado valor faunístico, com 58% dos proprietários de caça e 67% dos organizadores de caçadas a indicarem que têm espécies emblemáticas protegidas nas suas zonas de caça. De igual modo, 19% dos proprietários e 36% dos organizadores participam em programas de conservação de espécies.

AGRICULTURA

O relatório salienta ainda que a caça contribui para o equilíbrio dos meios naturais, controlando as populações, reduzindo os problemas associados à sobreabundância de várias espécies cinegéticas, diminuindo os acidentes de viação e os prejuízos para a agricultura, contribuindo assim para a melhoria da saúde e do bem-estar das populações.

Do total de 35.047 acidentes de viação causados por animais em Espanha em 2023, 83,7% foram causados por caça. Só o javali e o corço foram responsáveis por 73% do número total de acidentes com animais registados nesse ano. Além disso, 36 das 43 províncias analisadas mostram um aumento na taxa de acidentes causados por javalis no período 2016-2023.

Por outro lado, para além do trabalho dos próprios caçadores no controlo das populações, os proprietários e organizadores de caçadas pagaram mais de 11 milhões de euros em 2023 em reparações por danos na agricultura causados por espécies cinegéticas, segundo o documento.

A apresentação do estudo contou com a presença, na abertura, do presidente da Fundação Artemisan, José Luis López-Schümmer; da secretária geral de Recursos Agrícolas e Segurança Alimentar do MAPA, Ana Rodríguez; e da diretora da Deloitte, Amaia Quintana.

Posteriormente, o coordenador adjunto de investigação da Fundação Artemisan, Carlos Sánchez, e a diretora da Deloitte, Amaia Quintana, apresentaram os resultados do estudo. Seguiu-se uma mesa redonda em que participaram o presidente da Real Federação Espanhola de Caça, Josep Escandell; o secretário-geral da Confederação Espanhola de Hotéis e Alojamentos Turísticos (CEHAT), Ramón Estalella; o subdiretor-geral adjunto de Produção Pecuária e Caça do MAPA, Pablo Bernardos; o presidente da Associação Interprofissional de Carne de Caça (Asiccaza), José María Gallardo, e o diretor da Fundação Artemisan, Luis Fernando Villanueva.

A apresentação contou ainda com a presença de cerca de uma centena de representantes de administrações públicas e de numerosas entidades e associações do setor cinegético e do mundo rural.

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

A caça gera anualmente 10.190 milhões de euros de PIB em Espanha e mantém 199.000 postos de trabalho

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião