PS faz prova de fogo, dá palco a Medina e promete IVA zero nos alimentos já em julho

Pedro Nuno Santos acusa a direita de querer privatizar o sistema público de pensões e o SNS e lança o derradeiro apelo ao voto útil: "O país não precisa de uma AD maior, precisa de um Governo melhor".

Na reta final da campanha, o PS fez a prova de fogo num derradeiro apelo ao voto útil. Só assim os socialistas podem governar com estabilidade e travar a tentativa da AD e IL em privatizar o sistema público de pensões e o SNS. Pedro Nuno Santos até quis melhorar o figurino, cortou o cabelo e, ao almoço, serviu bacalhau espiritual, para dar ânimo depois do desalento das sondagens desta terça-feira que davam aos socialistas o pior resultado dos últimos 38 anos. Mas não foi a notícia que o emocionou, mas antes uma carta cor-de-rosa de uma menina que celebrou o 10.º aniversário durante um evento da campanha em Queluz, esta terça-feira.

No comício da noite, na Aula Magna, em Lisboa, lançou o repto: “O país não precisa de uma AD maior, precisa de um Governo melhor”. Entre o calor das centenas de bandeiras do PS que esvoaçavam no auditório, acenou com uma promessa, caso o PS vença as legislativas: “Tornar permanente o IVA zero dos bens alimentares a partir do início do segundo semestre”.

Pedro Nuno Santos está empenhado em sugar os votos nas forças políticas mais à esquerda, do BE à CDU ou ao Livre, ignorando os apelos para entendimentos ainda em plena campanha. Como não conseguem eleger em círculos eleitorais pequenos, desafia os portugueses, mesmo os não socialistas, a votar PS, para poder ser “um esteiro de estabilidade” e encontrar condições de governabilidade com o Parlamento que sair das legislativas antecipadas de 18 de maio, defendeu, durante um almoço no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Queluz.

Na falta da presença de líderes históricos pelas funções internacionais que desempenham, como António Guterres, secretário-geral da ONU, ou António Costa, presidente do Conselho Europeu, Pedro Nuno chamou Fernando Medina, o filho político de Costa e tido por várias hostes como um dos putativos rivais do secretário-geral à liderança do PS. É também o homem das “contas certas” e o autor do maior excedente orçamental de sempre: 1,2% do PIB. A arma perfeita para disparar contra o programa da AD, que “é uma fantasia, é enganar as pessoas”, criticou Pedro Nuno.

Também deu palco ao mentor do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) e antigo ministro da Economia, António Costa e Silva. E, num dois em um, em jeito de balanço para as autárquicas de finais de setembro ou início de outubro, surgiram Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, que completa este ano o seu último mandato, e a sua sucessora, Ana Mendes Godinho. À noite, deu protagonismo à candidata à Câmara de Lisboa, Alexandra Leitão.

Campanha eleitoral do PS para as Legislativas 2025, em Queluz e Amadora - 13MAI25
Pedro Nuno Santos à chegada para um almoço no Quartel dos Bombeiros Voluntários de Queluz, durante a campanha eleitoral do PS para as legislativas de 2025Hugo Amaral/ECO

A quatro dias do fim da campanha, os socialistas apostaram todas as fichas na região de Lisboa. Pedro Nuno Santos começou com uma arruada na Ajuda, de manhã, e depois foi almoçar ao Quartel dos Bombeiros Voluntários de Queluz, onde teve uma calorosa receção com a ajuda de Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra. Na ementa, sopa de favas e bacalhau espiritual com salada. Havia também uma opção vegetariana.

O autarca entrou em cena para atacar o CDS: “Ainda bem que Freitas [do Amaral] e Adelino [Amaro da Costa] não estão vivos para ver a desgraça em que o CDS se transformou”, disparou. O antigo dirigente centrista que, nos últimos 12 anos, foi eleito pelo PS em Sintra considerou que este Governo representa uma “ameaça séria dos direitos sociais da democracia” e que “não pode haver um único democrata-cristão em Portugal que possa aceitar isto e só podem votar no PS, mesmo não sendo socialistas”.

"Não pode haver um único democrata-cristão em Portugal que possa aceitar isto e só podem votar no PS, mesmo não sendo socialistas.”

Basílio Horta

Presidente da Câmara de Sintra

Também não poupou críticas à IL, a que se referiu sempre como “Intervenção Liberal”, em vez de Iniciativa Liberal, para denunciar o “liberalismo serôdio, que não é próprio do nosso país” e alertar para a ameaça que representa para os direitos sociais, o que seria a “desgraça nacional”.

A Luís Montenegro apontou problemas com a “ética republicana”, responsabilizando-o por dar “pouco esclarecimentos” e pela “penumbra que rodeia a sua atividade”. “Temos de ter um Governo que respeita a ética republicana”, lembrando as palavras do antigo Presidente da República, Jorge Sampaio.

Ainda falou de Sintra, para acusar o Governo de marasmo, dizendo que o novo hospital está pronto mas fechado à espera de uma inspeção. “O hospital é a cara de incompetência total deste Governo em matéria de saúde. O nosso hospital esta pronto há meses, mas está fechado, e só agora, de 23 a 27 de maio é que vão fazer a inspeção para depois abrir, sabe-se lá quando”, desabafou.

Campanha eleitoral do PS para as Legislativas 2025, em Queluz e Amadora - 13MAI25
Basílio Horta e Ana Mendes Godinho durante a campanha eleitoral do PS para as legislativas de 2025, em Queluz e AmadoraHugo Amaral/ECO

António Costa e Silva, um independente e ex-ministro da Economia de António Costa, aceitou o convite de Pedro Nuno Santos e também foi dar forçar à campanha socialista. O mentor do Plano de Recuperação de Resiliência (PRR) subiu ao palco para enumerar seis razões “vitais” para votar no PS. Primeiro começou por destacar que o secretário-geral socialista “é a única pessoa que pode impedir a vitória do candidato”, da AD, Luís Montenegro, que vai introduzir a motosserra em Portugal”, com a IL. “Isto significa acelerar a destruição do SNS e a sua privatização, acelerar a privatização da Segurança social, da CGD. É colocar o Estado social como um Estado mínimo e isso significa direitos mínimos”, criticou. Costa e Silva elogiou ainda o trabalho de Pedro Nuno Santos, enquanto ministro das Infraestrutura por “desafiar a inércia da máquina administrativa que penaliza o país”.

Que liderança querem os portugueses? Um rei fraco que torna fraca a forte gente? Por isso, temos de decidir se queremos um líder forte e responsável como Pedro Nuno Santos, comprometido com os problemas de Portugal.

António Costa e Silva

Ex-ministro da Economia

E depois questionou, citando Luís Vaz de Camões: “Que liderança querem os portugueses? Um rei fraco que torna fraca a forte gente? Por isso, temos de decidir se queremos um líder forte e responsável como Pedro Nuno Santos, comprometido com os problemas de Portugal, com coragem política para enfrentar a inércia política ou um líder, que não diria que é fraco, é fraquíssimo e isso ficou patente quando o país mais precisava”, durante o apagão elétrico.

O antigo ministro considerou que Luís Montenegro, “o líder que quer continuar a ser primeiro-ministro”, comportou-se “como uma barata tonta, sem saber o que dizer e a única mensagem foi para mobilizar os motoristas para enviar combustível”. “Não é com jerricãs que se vão resolver crises”, dramatizou.

Campanha eleitoral do PS para as Legislativas 2025, em Queluz e Amadora - 13MAI25
António Costa Silva, durante a campanha eleitoral do PS para as legislativas de 2025, em QueluzHugo Amaral/ECO

Já depois do repasto, cantaram-se os parabéns a Miriam Conté, que celebrava 10 anos. Uma surpresa que emocionou Pedro Nuno Santos. E até deixou escapar uma lágrima. Apagadas as velas, a aniversariante leu e depois entregou uma carta, com uma dedicatória ao líder dos socialistas. No pequeno cartão cor-de-rosa dobrado a meio, a menina agradecia à mãe “que fala do PS todos os dias em casa”. “O PS é o partido que garante a justiça, a igualdade, a liberdade e a dignidade para todos os portugueses e todos os que escolheram o nosso país para viver, estudar, trabalhar e investir”, lia-se na carta.

Campanha eleitoral do PS para as Legislativas 2025, em Queluz e Amadora - 13MAI25
Pedro Nuno Santos recebe uma dedicatória de Miriam Conté, durante a campanha eleitoral do PS para as legislativas de 2025, em QueluzHugo Amaral/ECO
Carta que a menina Miriam, de 10 anos, entregou a Pedro Nuno Santos

Perto das 16h, a comitiva socialista partiu de Queluz, freguesia de Sintra, e seguiu numa arruada ao som de tambores e trompetes do grupo Charanga Huga-Huga do Rosário, do município da Moita, até ao Pavilhão Desportivo Municipal José Caeiro, na Venteira, Amadora.

Foram tiradas selfies, Pedro Nuno Santos distribuiu beijinhos e sorrisos, conversou com alguns comerciantes, uma senhora queixou-se do SNS, que “está muito mau”, e várias pessoas foram à janela acenar ao líder dos socialistas. A caravana atravessou assim a fronteira entre Sintra e Amadora numa deslocação pedonal de cerca de 10 minutos. Antes de entrar no pavilhão, veio o derradeiro apelo ao voto útil para sugar os votos que podem ser “desperdiçados” à esquerda.

“O que eu sei é que para nós termos uma mudança política em Portugal, o Partido Socialista precisa de vencer estas eleições. E é nisso que nós estamos focados. Depois, a partir do Parlamento que sair do dia 18 de maio, nós encontraremos as soluções de estabilidade. Se alguma coisa mostrámos ao longo dos nossos governos, eu próprio, foi que temos capacidade para dialogar e para construir soluções duradouras. Mas vamos ter de esperar pelo dia 18 de maio para perceber as condições em que o podemos fazer. Uma coisa é certa. O Partido Socialista tem de ganhar estas eleições. De outra forma, nós não vamos ter estabilidade”, defendeu.

Nós temos aqui uma oportunidade de derrotar a AD, não dispersemos os votos, concentremos os votos num projeto de mudança, de progresso, de defesa do Estado Social, dos salários e das pensões, que é o projeto do PS.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Confrontado pelos jornalistas por que razão mantém o tabu de um diálogo mais à esquerda, como tem desafiado o Livre e até o BE, Pedro Nuno Santos ripostou que “o momento” é de o PS “estar focado nas eleições legislativas, de dialogar com os portugueses, mobilizá-los, convencê-los a ir votar”. “A ir votar em nós e é nisso que estamos concentrados”, acentuou.

O socialista reconheceu que já teve a “oportunidade de trabalhar no passado e bem” com os partidos que suportaram a geringonça (BE, PCP, PEV e Livre). Mas agora “o PS precisa de ganhar eleições”, porque “há vários círculos distritais pelo país onde alguns desses partidos não conseguem eleger deputados, mas os votos desses eleitores permitem várias coisas, permitem derrotar a AD, permitem ter menos deputados do Chega no Parlamento e permitem ter um Governo progressista liderado pelo PS”, argumentou.

E insistiu: “E esse é o apelo que eu quero fazer a todos. Que nós temos aqui uma oportunidade de derrotar a AD, não dispersemos os votos, concentremos os votos num projeto de mudança, de progresso, de defesa do Estado Social, dos salários e das pensões, que é o projeto do PS”.

Campanha eleitoral do PS para as Legislativas 2025, em Queluz e Amadora - 13MAI25
Pedro Nuno Santos durante a campanha eleitoral do PS para as legislativas de 2025, em Queluz e AmadoraHugo Amaral/ECO

A surpresa do dia estava reservada para a noite, quando Fernando Medina subiu ao palco da Aula Magna, na cidade universitária de Lisboa. O delfim de Costa que conseguiu o maior excedente orçamental tem-se oposto a algumas posições do PS, de Pedro Nuno Santos, designadamente no chumbo da moção de confiança apresentada pelo Executivo de Luís Montenegro, que o levou a entregar uma declaração de voto para explicar que este não era o momento ideal para instabilidade política e eleições. Também rejeitou entregar as listas para as legislativas de 18 de maio. Mas agora surge para mostrar que, apesar dos “defeitos”, como gracejou, de Pedro Nuno Santos, o ex-ministro das Finanças está totalmente comprometido com a vitória do PS.

Medina foi muito perspicaz no discurso, dirigindo-se “de forma muito direta” àqueles que “acham que este Governo só está em funções há um ano e que, por isso, merece um capital de crédito” e àqueles que “vão engrossando as fileiras de protesto da extrema-direita, procurando reforçar o que é a votação que a extrema-direita tem no nosso país”.

Ao almoço, António Costa e Silva já tinha apresentado seis razões vitais para votar no PS. À noite, Medina elencou “três argumentos” pelos quais considera “essencial o voto na mudança”. Em primeiro lugar, destacou que “muitos assistiram com perplexidade como a economia caiu tanto no 1º trimestre”, como já não acontecia “há mais de uma década”. Para Medina, esta “é a marca profunda deste Governo”. “Não temos verdadeiramente um Governo em Portugal, o que temos é um grupo político em permanente campanha em Portugal”, atirou.

A retração de 0,5% do PIB em em cadeia, do quarto trimestre de 2024 para os primeiros três meses do ano, deveu-se fundamentalmente a um conjunto de “medidas eleitoralistas” aplicadas no final do ano passado que levaram a uma aceleração da economia que depois esmoreceu com o despertar de 2025, explicou. “O Governo reduziu as retenção na fonte em sede de IRS, atribuiu um subsídio não repetível aos pensionistas, porque o Governo não sabia se ia ter eleições passados poucos meses. Fizeram-no pelo eleitoralismo, pela tentativa de angariar votos, mas a fatura chegou no início de 2025”, sublinhou.

Além disso, o ex-ministro das Finanças sinaliza como “mais grave” quando um Governo toma a decisão “para iludir tudo e todos” e “ignora por completo os sinais da Europa e do mundo”. “Vivemos tempos de incerteza e dúvida, sinais de risco e retrocesso, o que manda uma governação prudente de olhos postos no futuro, uma governação que se precavê, que não gasta sem saber se vai ter nos momentos mais difíceis”, alertou.

No segundo argumento, Fernando Medina até reconheceu que seria injusto pedir a um Governo que, estando há um ano em funções, apresentasse “uma solução rápida” para o caos nos serviços públicos, designadamente no SNS. “Mas, pelo menos, não destruam, não andem para trás”, sinalizou.

O Governo reduziu as retenção na fonte em sede de IRS, atribuiu um subsídio não repetível aos pensionistas, porque o Governo não sabia se ia ter eleições passados poucos meses. Fizeram-no pelo eleitoralismo, pela tentativa de angariar votos, mas a fatura chegou no início de 2025.

Fernando Medina

Ex-ministro das Finanças

E, por fim, o terceiro motivo para votar no PS prende-se com a salvação do sistema público de pensões. “A forma como Pedro Nuno Santos colocou o tema foi da maior importância, porque foi profundamente reveladora. Quando saímos do Governo, deixámos preparado um conjunto de medidas para continuar a reforçar a sustentabilidade da Segurança Social. Em vez de pegar nisso, este Governo fez outra coisa, algo sinistro, tentou ser dissimulado, encapotado, mas hoje está desmascarado. Criou um falso grupo de trabalho liderado por uma pessoa que não tem qualquer idoneidade sobre Segurança Social porque trabalhou sempre sobre a privatização da Segurança Social“, atirou Medina, referindo-se ao economista Jorge Bravo.

O ex-ministro das Finanças admitiu que não vê “papões” no terceiro pilar, num sistema complementar de pensões como os planos de poupança reforma (PPR). Mas mostrou-se “frontalmente contra que alguém se atreva a pegar nos 40 mil milhões do sistema previdencial das pensões para os entregar às seguradoras”. “E sabemos o que aconteceu nos países em que isso aconteceu. Entregar todo o dinheiro dos pensionistas ao mercado e ao jogo de bolsa, significa que deixa de haver pensão quando o mercado cai, é esse o problema de entregar todo o dinheiro aos privados. Àqueles que nos atacam de preconceito ideológico, vale a pena dizer: continua Pedro, só por isso já valeu esta campanha”, assinalou.

E, num espírito de união, deixou uma mensagem final, de “força e empenho”: “Peguemos no exemplo do Pedro Nuno Santos, na sua vontade, na sua entrega. Poderá ter muitos defeitos, e terá certamente… poucos… é melhor não exagerar (risos), mas tem qualidades essenciais na vida política. Defende os valores do PS, luta e puxa pelo PS numa hora difícil e exigente”.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, com Fernando Medina, ex-ministro das Finanças, no comício da Aula Magna, em Lisboa, no âmbito da campanha para as legislativas de 2025Hugo Amaral/ECO

Foi com o mesmo sentimento de unidade e força que Mariana Vieira da Silva, braço direito de António Costa durante a maioria absoluta socialista e agora cabeça de lista do PS por Lisboa, entrou no palco da Aula Magna.

“Somos tantos tantos como o Pedro Nuno Santos!”, repetiu a ex-ministra da Presidência quando subiu ao púlpito. “PS! PS! PS!”, ecoava das bancadas, onde assistiam centenas de militantes e simpatizantes do PS, entre os quais a mandatária nacional da campanha socialista, Isabel Soares, filha do histórico Mário Soares, sentada mesmo ao lado do secretário-geral socialista.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, ao lado da mandatária nacional Isabel Soares, filha de Mário Soares, durante o comício na Aula Magna, em Lisboa, no âmbito da campanha para as legislativas de 2025

Mariana Vieira da Silva puxou pelos galões para enaltecer as conquistas dos oito anos de governação socialista de António Costa que provou que “uma política de rendimentos não é incompatível com equilíbrio orçamental, porque um só existe com o outro”. Mas também elogiou o PS de Pedro Nuno Santos na oposição. “São todos estes PS que se juntam nesta Aula Magna“, declamou.

“Nas crises, e enquanto Governo, protegemos sempre os mais vulneráveis e as classes médias e garantimos que as empresas não eram esmagadas nem pelos confinamentos nem pelo peso da inflação. O PS, na oposição, votou contra as moções de rejeição, viabilizou a eleição do presidente da Assembleia da República, viabilizou o Orçamento do Estado, chumbou duas moções de censura. O PS sempre esteve do lado da estabilidade e foi sempre a AD a cara do calculismo e a cara da vitimização. O PS, mesmo na oposição, foi o responsável pela energia mais barata, pelo aumento extraordinário das pensões”, defendeu.

Mariana Vieira da Silva, cabeça de lista do PS por Lisboa, discursa durante o comício da Aula Magna, em Lisboa, no âmbito da campanha para as legislativas de 2025

E apontou baterias ao líder do atual Executivo demissionário Luís Montenegro sobre a “novela Spinumviva”. “A principal razão para a AD ter pressa nas eleições é para que não se conheçam os verdadeiros resultados da sua política e da sua governação”.

“Luís Montenegro foge do escrutínio, dos jornalistas e das perguntas do Parlamento, porque sabe que as repostas não servem. Por isso, o melhor é não as dar, é incapaz de assumir as suas responsabilidades políticas que nos leva a eleições e os resultados da sua governação”, insistiu.

Luís Montenegro foge do escrutínio, dos jornalistas e das perguntas do Parlamento, porque sabe que as repostas não servem. Por isso, o melhor é não as dar, é incapaz de assumir as suas responsabilidades políticas que nos leva a eleições e os resultados da sua governação.

Mariana Vieira da Silva

Cabeça de lista do PS por Lisboa

E a fechar o comício, Pedro Nuno Santos irrompeu pelo palco e perante os holofotes e a ovação de pé do público concluiu: “Já fiz muitas campanhas. Quando estamos assim é quando nós ganhamos”. Da plateia ouviu-se novamente, em uníssono: “Somos tantos, tantos como Pedro Nuno Santos!”

Otimismo a mais ou não, tendo em conta as sondagens, só será possível determinar depois da ida às urnas, a 18 de maio. No discurso, o secretário-geral do PS repetiu a cassete de que não desejava estas eleições e que nada fez para que elas acontecessem. “É preciso saber se, quem, tendo como principal responsabilidade assegurar a estabilidade política, que é o ainda o primeiro-ministro, decidiu atirar o país para eleições, quando se sentiu apertado, se merece ter a confiança renovada do povo. O primeiro-ministro é a principal fonte de instabilidade política em Portugal. Preferiu atirar o país para eleições em vez de dar explicações”, atirou. Voltou a defender que o PS sempre mostrou “sentido de responsabilidade e de Estado” e que foi a “AD e o seu líder que desbarataram a confiança que o país e o PS lhes deram para governar”.

Mostrámos que é possível repor salários, pensões e mesmo assim colocar o país a crescer, provamos que a austeridade é errada.

Pedro Nuno Santos

Secretário-geral do PS

Para além disso, a “AD falhou na onde não podia falhar, na saúde”. “Um ano depois temos mais uma saúde pior, espera-se mais tempo por uma consulta e por uma cirurgia do que há um ano, há mais serviços de urgência fechados, mais utentes sem médicos de família”.

E continuou: “Falhou na habitação, cortaram no apoio extraordinário à renda a mais de 40 mil famílias que hoje ou perderam a casa ou estão em vias de perder ou estão a cortar na alimentação. Falharam na economia, porque herdaram um pais a crescer, e Luís Montenegro deixa uma economia a cair, a regredir, a andar para trás, o que significa que as empresas venderam menos e isso é uma questão de tempo até se refletir nos trabalhadores e nos seus salários”.

Pedro Nuno Santos deu especial enfoque à tentativa de privatização da Segurança Social e do SNS por parte da AD e IL, linhas vermelhas intransponíveis para o PS, porque geram insegurança e fragilizam os portugueses. E recordou o fantasma da troika e do corte de pensões. “Por contraposição, o PS é de confiança, somos um esteiro de estabilidade, sabem como lidamos com as crises, com sucesso, conseguimos ultrapassá-las mas sempre a proteger as pessoas, os trabalhadores e os reformados foi assim que todos, em conjunto, sob a liderança de António Costa soubemos ultrapassar a austeridade de Passos Coelho e da AD. Mostrámos que é possível repor salários, pensões e mesmo assim colocar o país a crescer, provamos que a austeridade é errada”, vincou.

E insistiu no apelo ao voto útil: “O país não precisa de uma AD maior, precisa de um Governo melhor”. Entre o calor das centenas de bandeiras do PS que esvoaçavam no auditório, acenou com uma promessa, caso o PS vença as legislativas: “Tornar permanente o IVA zero dos bens alimentares a partir do início do segundo semestre”.

Pedro Nuno Santos, líder do PS, no encerramento do comício na Aula Magna, em Lisboa, no âmbito da campanha para as legislativas de 2025Hugo Amaral/ECO

Assine o ECO Premium

No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

Comentários ({{ total }})

PS faz prova de fogo, dá palco a Medina e promete IVA zero nos alimentos já em julho

Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

{{ noCommentsLabel }}

Ainda ninguém comentou este artigo.

Promova a discussão dando a sua opinião