Lucros da Euronext sobem 18% para 164,8 milhões no primeiro trimestre
Gestora da bolsa portuguesa fechou o primeiro trimestre com receitas recorde de 458,5 milhões de euros, impulsionadas pela volatilidade que marcou a negociação no arranque do ano.
A dona da bolsa de Lisboa fechou o primeiro trimestre do ano com lucros de 164,8 milhões de euros, o que representa um crescimento de 17,9% face aos resultados apresentados no período homólogo de 2024. Já as receitas atingiram um novo recorde, suportadas pelo alargamento das receitas e pela volatilidade nos mercados nos primeiros meses do ano, que sustentou os volumes de negociação.
“No primeiro trimestre de 2025, a Euronext apresentou um desempenho notável. Alcançámos receitas e rendimentos recorde de 458,5 milhões de euros, impulsionados pelos primeiros resultados das nossas iniciativas estratégicas, pelo crescimento das receitas não dependentes de volumes [representam 57% do total] e por uma volatilidade excecional nas atividades de negociação e compensação, em particular nos segmentos de ações, dívida, FX, energia e commodities“, explicou o CEO Stéphane Boujnah, citado em comunicado.
Alcançámos receitas e rendimentos recorde de 458,5 milhões de euros, impulsionados pelos primeiros resultados das nossas iniciativas estratégicas, pelo crescimento das receitas não dependentes de volumes [representam 57% do total] e por uma volatilidade excecional nas atividades de negociação e compensação.
O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) ajustado subiu 17% para 294,1 milhões de euros, um resultado que Stéphane Boujnah atribui ao “modelo de negócio diversificado” do grupo.
Os primeiros meses do ano ficaram marcados por uma crescente dose de incerteza nos mercados, devido ao anúncio de tarifas por parte dos EUA, com impacto – direto ou indireto – em todos os setores de atividade. Os receios de um travão na economia e de um impacto nos preços nos EUA afetaram a negociação nos mercados acionistas, cambiais e nas matérias-primas, que têm oscilado ao sabor dos anúncios feitos por Washington. Um ambiente que puxou pelas receitas do grupo.
As receitas dos serviços de titularização aumentaram 6,8% para 83,4 milhões de euros, impulsionadas por um crescimento de dois dígitos nas receitas de custódia e liquidação.
Já as receitas de mercados de capitais e soluções de dados cresceram 6,6% para 157,4 milhões de euros, “impulsionadas pela expansão comercial contínua da Euronext Corporate e Investor Solutions e ainda dos Technology Services, bem como pelo sólido desempenho da área de Advanced Data Solutions, apoiada pela aquisição da GRSS e pelo envolvimento do segmento de retalho”, detalha o grupo que gere sete bolsas europeias.
No segmento acionista, as receitas dos mercados de ações aumentaram para 108,4 milhões de euros (+18,0%), “refletindo a forte volatilidade e o impacto da composição de volumes na captação de receitas”, refere o comunicado.
Quanto às despesas operacionais subjacentes, excluindo amortizações e depreciações, estas aumentaram mais de 9% para 164,5 milhões de euros, a refletirem “investimentos no crescimento e o impacto das aquisições realizadas em 2024, combinado com uma disciplina de custos rigorosa, alinhada com o plano de investimento definido no objetivo de custos subjacentes da Euronext de 670 milhões de euros para o ano de 2025″.
O líder da Euronext, que está atualmente a pôr no terreno o seu plano estratégico para 2027, o Innovate for Growth 2027, adiantou ainda que foram lançadas “iniciativas importantes no âmbito deste programa.
“A futura consolidação da liquidação de transações de ações em Amesterdão, Bruxelas e Paris na Euronext Securities representa uma otimização significativa do ecossistema europeu de pós-negociação”, assinala o CEO do grupo que gere a bolsa de Lisboa e que detém a Euronext Securities (liquidação e custódia de títulos) e a Euronext Technologies (centro tecnológico), onde quer contratar mais 200 pessoas nos próximos três anos.
“O lançamento, no final de abril de 2025, do European Common Prospectus em inglês reforça esta ambição. Esta nova iniciativa facilita o acesso aos mercados de capitais europeus e responde à necessidade de uma União de Poupança e Investimento mais competitiva e integrada. Para além disso, temos orgulho em lançar um conjunto abrangente de medidas que apoiam as necessidades de financiamento de empresas que contribuem para a autonomia estratégica da Europa“, detalha ainda o responsável, no mesmo comunicado.
“Com este forte arranque de 2025, demonstramos a nossa capacidade de inovar de forma antecipada, liderando o caminho para um mercado de capitais europeu mais forte, inovador e competitivo“, remata Stéphane Boujnah.
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