Tecnológica americana Bitsight corta mais de 50 empregos em Portugal e troca funções por IA

A empresa de Boston, que tem base EMEA em Lisboa, diz ao ECO que fez “ajustes estratégicos” para “impulsionar a eficiência operacional", mas garante compromisso com Portugal, “hub-chave de talento”.

A tecnológica norte-americana Bitsight fez uma reestruturação na equipa em Portugal, onde se localiza a sede europeia, e rescindiu contratos com mais de cinco dezenas de trabalhadores para substituir algumas das suas funções na área de cibersegurança por uma ferramenta de Inteligência Artificial (IA).

Pelo menos 54 pessoas que faziam parte da equipa nacional viram-se obrigadas a sair, sabe o ECO. A decisão foi tomada a nível internacional – a partir da sede global em Boston – e alguns coordenadores de equipas desconheciam o processo até ter sido agendada uma reunião de urgência, onde os motivos foram apresentados: a integração de um sistema moderno, à base de IA, que faz o trabalho de analistas de investigação e outros técnicos.

Fonte oficial da Bitsight disse ao ECO que a multinacional dos Estados Unidos fez “ajustes estratégicos para agilizar as suas operações, incluindo uma redução de funções, que teve algum impacto em Portugal”, mas continua “totalmente comprometida com Portugal enquanto sede para a EMEA [Europa, África e Médio Oriente] e um hub-chave para talento”.

“Esta decisão fez parte dos nossos esforços contínuos para impulsionar a eficiência operacional e posicionar a empresa para o crescimento futuro. Estamos a contratar ativamente para funções especializadas em áreas essenciais para a nossa inovação e sucesso contínuo”, explicou ainda a Bitsight, sem apresentar detalhes sobre os cargos em questão.

O processo de saídas começou ainda no ano passado e ocorreu pouco tempo antes de a empresa anunciar publicamente que havia chegado a acordo para a aquisição da Cybersixgill, uma fornecedora de dados sobre ameaças cibernéticas especializada em navegar pela deep web e dark web à procura de riscos para a segurança informática das empresas.

“A Bitsight planeia aplicar os modelos de IA generativa da Cybersixgill à sua vasta e altamente selecionada coleção de dados de exposição à cibersegurança, mapeados para milhões de empresas em todo o mundo, para oferecer valor adicional aos clientes”, informava a empresa à data, num comunicado. O negócio de 155 milhões de dólares (cerca de 139 milhões de euros) acabou por ficar concluído em meados de dezembro, seguindo-se a habitual integração das operações nos meses seguintes.

Esta é uma tecnologia na qual a empresa de cibersegurança tem vindo a investir internamente e para os clientes. Já este ano, a Bitsight apresentou o programa “Instant Insights” do seu pacote ‘Bitsight IQ’ com recursos de IA generativa para analisar e resumir questionários e relatórios de segurança, dando às equipas de segurança e de compliance das organizações ferramentas para tomada de decisões de risco mais rápidas e informadas.

A Bitsight possui a sede europeia, africana e do Médio Oriente em Lisboa, mas também tem escritórios em Raleigh (Carolina do Norte) em Israel e Singapura. No verão de 2022, a alta liderança da Bitsight optou por controlar mais de perto a base da EMEA, o que levou o cofundador da empresa e Chief Technology Officer, Stephen Boyer, a mudar-se para a capital portuguesa para supervisionar a expansão da BitSight nesta região do globo, onde tem mais de 600 clientes.

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