Montenegro reclama vitória “reforçada”, pede responsabilidade e promete manter compromisso sobre não ao Chega

AD elegeu mais nove deputados do que nas legislativas de 2024. Noite foi de festejos na sede da AD, com primeiro-ministro reeleito a garantir que resultados mostram que "povo quer este Governo".

Não foi a maioria maior pedida por Luís Montenegro suficiente para governar sem depender da oposição, mas a reeleição com um reforço da votação leva o líder da AD a reclamar “vitória”. Ainda assim, longe de uma maioria absoluta (mesmo com a IL), pede responsabilidade aos outros partidos e garante que “os compromissos” assumidos pela AD face ao Chega são para manter.

“Esta foi uma grande vitória. Temos hoje mais votos, mais mandatos e multiplicámos por 10 a diferença entre o primeiro classificado e o segundo classificado nestas eleições. Esta maioria é uma maioria maior do que aquela que tínhamos há um ano”, afirmou o primeiro-ministro reeleito em declarações aos jornalistas na sede da AD, no Epic Sana, em Lisboa.

Eram cerca das 00h45, quando Luís Montenegro subiu ao palco no quartel-general da coligação vencedora das eleições com 32,72% (incluindo o PSD/CDS-PP/PPM dos Açores) dos votos e 89 deputados eleitos, ao som do hino da campanha e aplausos de uma sala bem preenchida. “Como dissemos muitas vezes a todos na campanha, agora deixem o Luís trabalhar”, gracejou.

Luís Montenegro, presidente do PSD, na noite eleitoral das legislativas de 2025. Hugo Amaral/ECO

“O povo falou, exerceu o seu poder soberano e no recato da sua liberdade aprovou de forma inequívoca um voto de confiança no Governo, na AD e no primeiro-ministro. Os portugueses não querem mais eleições antecipadas. Querem uma legislatura de quatro anos e exigem a todos que percebam, que respeitem e honrem a sua palavra livre e democrática”, afirmou.

A AD elegeu mais nove deputados face às legislativas de 2024: mais um em Castelo Branco, em Coimbra, em Santarém, em Viana, em Vila Real, em Viseu, em Lisboa, no Porto e na Madeira. O primeiro-ministro reeleito salienta que ao Governo caberá executar o programa que foi apresentado, cumprir os compromissos que foram assumidos e “estar à altura da confiança reforçada dos eleitores”.

No entanto, deixa um aviso. “Às oposições caberá igualmente respeitar e cumprir a vontade popular honrando os seus compromissos e propostas, mas adequando-os as circunstâncias nacionais e coletivas. De uns e outros espera-se sentido de Estado, de responsabilidade, respeito pelas pessoas e naturalmente espírito de convivência na diversidade mas também de convergência e salvaguarda do interesse nacional”, refere.

Luís Montenegro, líder do PSD, ladeado pela mulher e por António Leitão Amaro, ministro da Presidência, festejam a vitória da AD.
Luís Montenegro, líder do PSD, ladeado pela mulher e por António Leitão Amaro, ministro da Presidência, festejam a vitória da AD.Hugo Amaral/ECO 18 Maio, 2025

O povo quer este Governo e não quer outro. O povo quer este primeiro-ministro e não quer outro. Quer que respeitem e dialoguem com as oposições, mas o povo também quer que as oposições respeitem e dialoguem com este Governo”, vinca, desafiando quem menorizar a vitória da AD a esclarecer e apresentar “uma alternativa”.

“Se não formos capazes de perceber isto não nos mostramos capazes de perceber a raiz da pronúncia do povo”, afirma. Para o primeiro-ministro, não há “outra solução de Governo do que aquela que dimana da vontade livre do povo português”, já que “do ponto de vista aritmético apenas sobraria uma outra coligação entre PS e Chega, o segundo e terceiro classificados”, cenário que considera não ser “crível ou admissível”.

Legislativas 2025
ic_fluent_live_24_filled Created with Sketch. Em atualização

    Após ser questionado pelos jornalistas (com muitos assobios dos apoiantes da AD) se manterá o “não ao não” ao Chega, Montenegro afirma: “Temos palavra e cumprimos a nossa palavra”.

    “Não sei aquilo que os outros partidos poderão dizer-nos. Dentro do cumprimento dos compromissos que assumi em nome da AD e deste espírito que sim é sim em Portugal. Tenho a certeza absoluta que vai acabar por imperar o sentido de responsabilidade”, acrescenta.

    “Que sirva de lição ao PS”, atira Nuno Melo. Líder do CDS-PP apela à “responsabilidade” dos socialistas

    O líder do CDS-PP, parceiro de coligação do PSD, considera que os resultados das eleições deste domingo reforçam o resultado da AD alcançado há um ano e “a legitimidade e credibilidade” do projeto. Em declarações aos jornalistas na sede da AD, antes de o secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos, anunciar a demissão, Nuno Melo defende que o números mostram que “a crise política que foi criada pelas oposições era totalmente desnecessária”.

    “Na verdade, o PS que lhe deu causa foi por isso fortemente penalizado sofrendo uma clara derrota. Que lhes sirva de lição. Que sirva de lição ao PS porque o aumento claro de diferença entre AD e PS é igualmente sinal que os portugueses esperam dos socialistas sentido de responsabilidade, que sejam capazes também de o fazer em relação ao futuro aquilo que deles se espera”, argumenta.

    Nuno Melo, líder do CDS-PP, na noite eleitoral das legislativas de 2025.
    Hugo Amaral/ECO

    Assine o ECO Premium

    No momento em que a informação é mais importante do que nunca, apoie o jornalismo independente e rigoroso.

    De que forma? Assine o ECO Premium e tenha acesso a notícias exclusivas, à opinião que conta, às reportagens e especiais que mostram o outro lado da história.

    Esta assinatura é uma forma de apoiar o ECO e os seus jornalistas. A nossa contrapartida é o jornalismo independente, rigoroso e credível.

    Comentários ({{ total }})

    Montenegro reclama vitória “reforçada”, pede responsabilidade e promete manter compromisso sobre não ao Chega

    Respostas a {{ screenParentAuthor }} ({{ totalReplies }})

    {{ noCommentsLabel }}

    Ainda ninguém comentou este artigo.

    Promova a discussão dando a sua opinião