Angola tem 100 jovens por cada 5 mais velhos

  • Lusa
  • 26 Maio 2025

O número de idosos terá crescido 46% entre 2014 e 2024, passando de 612.430 para 895.554 pessoas com 65 ou mais anos.

Angola tem aproximadamente 100 jovens por cada cinco idosos, proporção que não se alterou significativamente na última década, apesar do crescimento gradual da população com 65 ou mais anos, que terá atingido as perto de 900 mil pessoas em 2024.

Cálculos feitos pela Lusa com base no Relatório Temático sobre as Características dos Idosos em Angola, publicado recentemente pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), indicam que o número de idosos terá crescido 46% entre 2014 e 2024, passando de 612.430 para 895.554 pessoas com 65 ou mais anos.

“Estima-se que, num período de cerca de 10 anos, a população idosa poderá contar com aproximadamente mais 227.660 idosos, um crescimento de cerca de 3% por ano”, refere-se no estudo, que projeta para 2024 um total de 895.554 idosos.

Apesar deste aumento, os idosos continuam a representar uma fração reduzida da população angolana: apenas 2,4% em 2014 e com um índice de envelhecimento de 5%, o que significa que existiam 100 jovens por cada cinco idosos – proporção que terá subido ligeiramente para 5,8% em 2024.

O INE salienta que o relatório tem como principal fonte de dados os resultados definitivos do Censo Populacional de 2014, complementados por informações do Inquérito de Indicadores Múltiplos e de Saúde (2015-2016) e do Inquérito de Despesas e Emprego em Angola (2018-2019).

Segundo o Censo de 2014, da população residente com 65 ou mais anos de idade, 43,3% eram homens e 56,7% mulheres, sendo a área rural a que concentrava o maior número de idosos, refere o estudo. As províncias de Luanda e Huíla são as que, em termos absolutos, detinham o maior número de idosos, com 102.982 e 68.190, respetivamente, enquanto Cunene e Bengo são as províncias que apresentam maior proporção de idosos em relação à sua população total, com cerca de 4%.

O português (única língua oficial em Angola) é a língua mais falada na faixa etária com 65 anos ou mais (52,3%), seguido do umbundu e do kimbundu (línguas nacionais de origem africana), com 33,9% e 20,9%, respetivamente. A proporção de idosos com baixos níveis de escolaridade é elevada: mais de metade da população com 65 anos ou mais nunca frequentou a escola e apenas 2,8% completaram o II ciclo do ensino secundário, segundo o relatório.

A taxa de alfabetização entre os idosos era de apenas 26,9%, com acentuadas desigualdades entre áreas urbanas e rurais, e entre homens e mulheres. Do ponto de vista económico, 39,5% da população idosa encontrava-se empregada, sobretudo em atividades ligadas à agricultura, pesca e comércio informal, sendo a taxa de desemprego nesta faixa etária de 8%.

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