Irmãos Martins desistem de indicar filhos para a administração da Martifer
A I'M, dos irmãos Martins, que desfez o acordo com a Mota na Martifer, deixou cair a proposta na qual pedia o alargamento do conselho de administração para incluir mais dois filhos dos irmãos.
A I’M, detida pelos irmãos Carlos e Jorge Martins, retirou uma proposta que tinha colocado na lista de assuntos a levar a assembleia geral de acionistas da Martifer, que se realizou esta quarta-feira.
A holding, que desfez no mês passado o acordo parassocial com a Mota-Engil, com uma participação de 37,5% do capital, num momento em que continua a aguardar a decisão da CMVM sobre obrigatoriedade de OPA para entrada de Visabeira, pretendia aprovar o alargamento do conselho de administração da Martifer para incluir dois filhos dos acionistas no board.
“No início da Assembleia Geral Anual, a acionista I’M SGPS, S.A. apresentou um requerimento à Mesa, no sentido de serem retirados da Ordem de Trabalhos os pontos 6, 7 e 8, cuja inclusão havia sido por si requerida e aceite, requerimento esse que a Presidente da Mesa da Assembleia Geral deferiu”, adianta a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).
A proposta número 7 pretendia o alargamento da administração. Os irmãos Martins, que controlam 48% da Martifer através da sua holding, tinham inicialmente proposto a entrada de dois novos membros: Carolina Nogueira Martins e Eduardo Guerra Martins, filhos dos irmãos Carlos e Jorge Martins, para o cargo de vogais da administração da empresa, reforçando a representatividade da família na administração.
A proposta indicava “que a acionista proponente [a I’M] considera fundamental que o Conselho de Administração seja alargado de molde a poder integrar membros de múltiplas gerações, com diferentes backgrounds e percursos profissionais, sendo sua convicção que esta diversidade intergeracional é, de per si, benéfica e potenciadora do alcance e desenvolvimento de uma visão estratégica adequada aos atuais e futuros desafios da Sociedade”.
Atualmente o conselho de administração conta com Carlos e Jorge Martins, que ocupam os cargos de chairman (presidente) e vice-chairman, respetivamente, e ainda Mariana Nogueira Martins, filha de Carlos Martins.
A retirada da proposta de alargamento do conselho de administração ocorre num momento em que a CMVM continua a analisar a obrigatoriedade do lançamento de uma oferta pública de aquisição (OPA) para a entrada da Visabeira, que acordou comprar 24% do capital da empresa aos irmãos Martins.
“O dever de lançamento de Oferta Pública de Aquisição está regulado nos termos do artigo 187.º, n.º 2 e seguintes do Código dos Valores Mobiliários, encontrando-se a presente situação a ser analisada pela CMVM, prevendo-se a divulgação de comunicado aquando da decisão da CMVM, nos termos habituais”, adiantou fonte oficial do regulador ao ECO.
A mesma fonte explica que, “conforme comunicado ao mercado no passado dia 5 de outubro de 2024, a produção de efeitos do contrato promessa de compra e venda e do acordo parassocial celebrados entre a I’M S.G.P.S., S.A. e entidades com ela relacionadas e a Visabeira Indústria está condicionada, nomeadamente, a que, em virtude desses acordos, nenhuma das partes incorra no dever de lançar uma Oferta Pública de Aquisição obrigatória“.
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