Queremos um país com mais liberdade
Existem perguntas para as quais podemos não ter respostas, mas que não podemos deixar de fazer se queremos encontrar soluções futuras para os problemas atuais.
A vontade de mudança e a confiança no progresso gerado pelo ser humano sempre estiveram associadas ao exercício da política. No entanto, na política também sempre existiu quem defendesse a manutenção da situação atual por sentir que a mudança podia levar a um estado pior do que o atual. São abordagens em grande medida situacionais na medida em que não são raras as vezes em que encontramos quem antes defendia a mudança passar a defender que se conserve o novo estado, logo após a mudança acontecer.
Em Portugal, o entusiasmo verificado no pós-revolução para se criar um país melhor tem vindo a ser substituído a cada década por um sentimento generalizado de que “não vale a pena”, “isso nem pensar” ou o bem conhecido trejeito português “é a vida, o que é que se vai fazer?”. Esta desesperança não se mede em indicadores económicos ou financeiros, mas ouve-se cada vez mais nas ruas, nas escolas ou no trabalho.
Neste contexto, vale a pena debater como a inovação e as novas tecnologias digitais podem contribuir para a resolução dos problemas da sociedade e para a criação de novas oportunidades de progresso. Portugal já deu provas de conseguir ser disruptivo, ágil e inovador. Programas como portátil Magalhães evidenciaram que as oportunidades de transformação em áreas críticas da sociedade podem ser potenciadas e aceleradas pela tecnologia, mas tornam-se inviáveis se não existir um genuíno espírito reformador, tanto por parte das instituições como dos cidadãos.
Acreditamos que este é o caminho para que Portugal possa encontrar novas soluções para os seus problemas estruturais, mas sabemos que mais do que inovar, os portugueses devem estar realmente dispostos a aceitar a mudança que a inovação implica.
Apesar de termos atingido a nossa maturidade democrática, não podemos deixar que Portugal caia de maduro. É por isso que acreditamos que a inovação e a evolução só são possíveis também com a renovação dos agentes políticos. Este é o espírito que esteve na origem do lançamento da Iniciativa Liberal e que será partilhado no próximo dia 16 de setembro no Summit “O Futuro da Democracia Europeia – Inovação & Democracia?”, organizado pela Iniciativa Liberal com o apoio do ALDE Party e a Friedrich Naumann Foundation.
Pode a criação de uma moeda digital portuguesa ajudar a reduzir a nossa dívida pública? Para quê construir mais pontes e autoestradas em vez de termos as melhores “autoestradas digitais” da Europa? Porque existe tanta falta de empregados nas áreas digitais? O que pode o Estado fazer menos para apoiar mais a economia? Como aliviar o peso do Estado-mochila na vida dos cidadãos e das empresas?
Algumas destas perguntas podem nem sequer ainda tenham uma resposta concreta, mas é preciso fazer as perguntas certas se queremos que Portugal possa criar valor num mundo cada vez mais complexo e interligado. Reconhecer que o conhecimento deixou de estar centralizado em instituições e que as soluções deixaram de ser exclusivas de heróis políticos, são elementos fundamentais para que se possa valorizar a iniciativa e o pleno exercício da cidadania.
Não podemos adiar a participação e o contributo das novas gerações no desenvolvimento da sociedade. Não podemos resignar-nos a aceitar que os cidadãos cresçam convencidos de que não vale a pena tentar e experimentar diferente.
Queremos um espírito de inovação contagiante e uma vontade genuína de mudança. Queremos ajudar a construir um país com mais liberdade política, social e económica, porque mais liberdade é a única resposta que temos como certa para Portugal!
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