Sabe o que se passou em Las Vegas? Um atentado em quatro pontos

  • ECO
  • 3 Outubro 2017

Saiba o que se passou no tiroteio de Las Vegas em quatro pontos. Quem é o atirador, onde tudo ocorreu e outras questões para se manter a par do pior atentado com armas de fogo nos EUA.

Os Estados Unidos presenciaram o maior atentado provocado por armas de fogo no arranque desta semana. Os disparos provocaram até agora 59 mortos e 527 feridos, avança o The Guardian. Em quatro pontos, saiba tudo sobre os acontecimentos que tomaram as imediações do hotel casino Mandalay Bay, já reivindicados pelo Daesh.

“É apenas fogo de artifício”

O tiroteio ocorreu na madrugada de segunda-feira, junto ao hotel casino Mandalay Bay. Cerca de 22.000 pessoas assistiam a um concerto de música country ao ar livre, nas imediações do hotel. Os disparos surgiram a partir do 32º piso do Mandalay Bay, contra a multidão que ali se reunia.

Uma testemunha conta à Associated Press que, após os primeiros disparos, pensava que se tratava de fogo-de-artifício. Entre as várias descrições registam-se as de pessoas atingidas com tiros no pescoço e no peito, uma multidão em pânico a fugir do recinto, e o barulho dos tiros a partir do hotel.

As pessoas que conseguiram abandonar o local procuraram refúgio noutros complexos turísticos, garagens e mesmo no posto de combustível do outro lado da rua.

Quase 60 mortos

Os números avançados pelas autoridades dão conta de 59 mortos. Quanto aos feridos foram registados 527. Trata-se do ataque com armas de fogo que provocou o maior número de vítimas mortais nos EUA. O último tiroteio do género de que há memória data de novembro de 2016, quando 49 pessoas foram abatidas a tiro numa discoteca em Orlando, na Flórida.

De acordo com a Brady Campaign, todos os anos morrem 33.000 pessoas por disparos de armas de fogo, refere o El País. Segundo a organização Everytown, entre 2009 e 2016 ocorreram 156 tiroteios nos EUA com, pelo menos, quatro vítimas mortais. Dos incidentes resultaram 848 mortos e 339 feridos.

Quem é o atirador?

Stephen Paddock era tido como um “lobo solitário”, sem qualquer cadastro junto das autoridades. O atirador de 64 anos foi encontrado pelas autoridades no seu quarto do hotel já sem vida, juntamente com 17 armas. O arsenal do autor do massacre totaliza, no entanto, mais 40 armas. No carro de Paddock, a polícia encontrou nitrato de amónio, um químico utilizado para o fabrico de explosivos. Na sua casa, no estado de Nevada, foram descobertos vários explosivos, milhares de cargas de munição e mais 19 armas.

Os algoritmos de motores como o Google ou o Facebook trouxeram à tona informações erradas sobre o tiroteio e o atirador. Segundo o The Guardian, foi divulgado que Paddock seria um democrata, opositor de Donald Trump. No 4chan, uma publicação dava conta de que a autora dos disparos se chamaria Geary Danley e que estaria registada na Casa Branca como sendo democrata. No Google, as pesquisas pelo nome “Geary Danley” devolviam a publicação no 4chan com informações falsas. Já no Facebook, um artigo do blogue de conspirações recebeu relativa atenção. No seu título podia ler-se que o atirador era um democrata registado, “associado às tropas Anti-Trump”. Também no Youtube, foi levantado o rumor de que o atirador seria apoiante de Hillary Clinton.

Daesh reivindica o tiroteio. Abre-se a discussão sobre a lei das armas

O ataque foi reivindicado pelo Daesh. Embora não tenham sido recolhidas provas nesse sentido, o Estado Islâmico afirmou que Paddock se tinha convertido ao islamismo antes do atentado, e que este ataque foi encomendado pelo seu líder local. Donald Trump condena o acontecimento, apelidando-o de um “ato de pura maldade”. O presidente norte-americano apresentou as suas condolências às vítimas e familiares através do Twitter.

Deste lado do Atlântico, Theresa May falou do acontecimento, puxando o assunto da lei das armas nos EUA. “Eu acho que não conseguimos compreender [o ataque] porque temos uma abordagem diferente das armas”, afirmou em entrevista à rádio LBC, citada pelo The Guardian. A primeira-ministra relembra o massacre de Dunblane, de 1996, e que cabe ao governo norte-americano “fazer alguma coisa”.

De acordo com a organização Law Center to Prevent Gun Violence, a lei das armas no Nevada recebeu a qualificação mais baixa do ranking, sendo considerada como “uma das mais brandas” de todo o país, avança a Quartz. As armas podem ser compradas sem uma autorização ou registo posterior.

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