Quem marcou 2017
Quase a acabar o ano, deixo a minha escolha de personalidades que marcaram 2017. Em diversas áreas e com diverso alcance.
Mário Centeno
Há um Mourinho na sua equipa, mas ele é que foi o Special One do Governo neste final de ano. A sua ida para o comando do Eurogrupo e uma série de bons sinais das agências de rating, foram o culminar de uma gestão positiva da sua pasta. E numa fase muito complicada do Governo, tornou-se o aríete e o “joker” de um Executivo que atravessa a sua gestão política mais conturbada.
Marcelo Rebelo de Sousa
Eu nunca fui seu apoiante nem votei nele, confesso sem problemas. Por isso ainda mais à vontade estou para dizer que gosto de o ver em Belém. Que é bom termos quem dê uma palavra de conforto quando é preciso, e este ano foi muitas vezes preciso. E também é bom termos um Presidente que não tem de ser oposição ao Governo, deve estimular, deve motivar, por vezes, chamar a atenção, mas sem ser uma força de bloqueio. Só assim se avança.
António Costa
Continuo a considerá-lo exímio na gestão do poder, mas talvez por alguma sobranceria deu sinais de alguma quebra em momentos importantes. Ele é a argamassa de uma coligação parlamentar complicada, que necessita de muita sensibilidade e mimo político. Porém, as autárquicas com um resultado vitorioso para o PS trouxeram outros grãozinhos na engrenagem da dita geringonça. O primeiro trimestre de 2018 será a prova de fogo no destino deste Governo.
Pedro Passos Coelho
Critiquei muitas vezes não o homem, mas a sua incapacidade comunicacional na oposição. Não percebeu que não bastava o discurso do Diabo e as questões económicas, precisava de mais política e de outras variáveis tácticas. Saiu pelo seu pé, mas o PSD ainda é “passista”, está-lhe grato e gosta dele. Não sei o seu futuro, não sou adivinho, será por muito tempo referência para muitos sociais-democratas.
Francisco Lacerda
É certo que os resultados dos CTT não foram excelentes e que a sua empresa entrou no debate político, no entanto, chamo a atenção para algo em que as pessoas não reparam. Há pouco tempo, foi ventilado como hipótese para CEO da EDP. A partir desse dia, a máquina comunicacional da eléctrica fez tudo o que podia para queimar o seu nome e proteger o actual líder e tudo o que se tem passado de más notícias tem uma mão escondida por trás do arbusto.
Xi Jinping
Todos sabemos que a liberdade política por aquelas bandas vê-se por um canudo, mas em termos de posicionamento e poderio geoestratégico é um líder visionário. Que viu como o capitalismo estatal pode ganhar aliados pelo mundo, enquanto as suas empresas vão entrando na sociedade ocidental irrompendo na compra de outras vitais nos sectores básicos, e Portugal é um bom exemplo disso. E saiu reforçadíssimo do congresso do Partido Comunista. Temos de olhar para a China com muito mais atenção.
João Lourenço
A sua vitória em Angola não era novidade. O choque foi como limpou sem espinhas a oligarquia do clã Dos Santos. Essa foi a surpresa geral que caiu muito bem junto do seu povo e que deu sinais positivos para o investimento estrangeiro. Se for como Deng Xiaoping, o seu ídolo, será revolucionário para um País que estava há algum tempo num marasmo e a empobrecer a olhos vistos.
Cristiano Ronaldo
O maior futebolista português de sempre com cinco Bolas de Ouro. Obélix caiu num caldeirão de poção mágica quando era pequeno, o madeirense banhou-se em ambição e auto-superação. É um exemplo e um estímulo para Portugal que deve querer sempre mais, ser maior todos os dias, com muito trabalho e com muita paixão pelo que se faz.
Desejo um feliz Natal e um fantástico 2018 para o ECO e para todos os leitores.
Nota: o autor escreve segundo a antiga ortografia.
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